Capítulo Cinco

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Uma semana após a nossa chegada a São Paulo, o vento frio sopra lá fora, e eu rolo na cama na tentativa de roubar mais alguns minutos do tempo curto que tenho. Eu sei que tinha que tomar banho, tomar café, e dirigir até o escritório. Mas minha cabeça volta no dia anterior, quando Luiz estava aqui, ele havia vindo sem avisar, tinha apertado a companhia e eu sem perguntar antes quem era, abri a porta.

Ele me olhou de cima abaixo, eu estava sem camisa e suado por que tinha acabado de chegar de uma corrida pelas ruas que circunda o meu prédio. Seus olhos sobem lentamente pelo meu corpo até parar em meus olhos.

- Serio cara, vá tomar um banho. – Ele falou depois de certo tempo. Ele estava vestindo uma jaqueta preta, calça jeans e trazia em sua mão um capacete.

- E qual é dessa do capacete e da jaqueta nesse calor? – Pergunto, dando as costas para ele, vou até cozinha puxo uma garrafinha de água e volto para a sala.

- Estou com a moto do meu irmão – Ele fala depois de se sentar e retirar a jaqueta.

Eu me aproximo colocando as duas mãos apoiadas no sofá atrás dele, eu avanço em um beijo, mas ele recua.

- Serio cara, vai tomar um banho.

Eu recuo e me jogo no chão, o piso frio da minha sala em contato com a pele é convidativo.

- Bem, eu vim aqui te fazer um convite – Ele fala, eu me viro em sua direção, ele desce o corpo até se sentar no chão ao meu lado. – Agora entendi porque você adora sentar nesse chão.

Eu faço que sim com a cabeça.

- Qual o convite Luiz? – Eu pergunto sentando de frente para ele.

- Amanhã vai ter um jantar lá em casa, é aniversario da minha mãe. Você poderia ir?

Ele sabe que amanhã eu estaria livre, mas mesmo assim ele me pergunta sobre a minha disponibilidade. Ele queria que eu fosse por mim mesmo e não pelo simples fato dele ser meu namorado.

Faço que sim com a cabeça, mas confirmo com as palavras mesmo assim.

- Seria um prazer – Eu falo – Mas só se você me der um beijo.

Ele faz uma cara de reprovação, vejo sua mão começando a elevar o seu corpo, mas eu o puxo, ele tenta se livrar de mim, suas mãos escorregam nos meus braços suados, eu o prendo no chão e o silêncio com um beijo.

- Droga, você vai ter que me emprestar alguma camisa sua. – Ele fala após nossos lábios se desgrudarem e puxando a sua própria camisa para mostrar que eu havia a molhado, eu caio com o corpo por cima dele e juntos rimos.

Levanto da cama, a janela aberta me faz tremer, e sem pretensão nenhuma de me descobrir puxo o meu edredom e cubro o meu corpo, caminho até a cozinha, começo a preparar um café. Ando por um lado e para o outro sem saber ao certo o que fazer, parece que a cama estava grudada em mim, e para ser sincero, o meu edredom está. De relance olho para o relógio na parede e corro quando vejo que se eu não me apressar eu iria me atrasar.

Saio quase que correndo quando estaciono o carro, mas me permito andar devagar quando passo pelo mesmo local onde o meu corpo esbarrou com o de Luiz. Eu olho para o chão como se visse o meu café esparramado. Isso parece ter sido a tanto tempo.

Droga, penso, esqueci o meu café.

Avanço a passos rápidos quando por fim paro e lembro.

- Droga – Falo baixinho, pesco o meu celular no bolso busco pelas conversas com Luiz, a ultima ele tinha me mandando a exatamente 30 minutos, sinal que ele tinha acabado de acordar. Digito a mensagem.

A Felicidade tem os Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora