Capítulo Seis

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Acordo com uma dor de cabeça, meus olhos se abrem e de inicio não reconheço o local, aos poucos tudo vai voltando quando vejo ao longe o meu guarda roupa, as janelas estavam fechadas o que me impedia de ver o lado de fora e tentar descobrir que horas são. Volto à cabeça ao travesseiro, e todas as partes do meu corpo dói, lembro tudo que aconteceu, lembro dos socos, da dor, do ódio nas palavras, queria por ter a possibilidade de esquecer tudo isso, mas eu só lembro cada vez mais, lembro do rosto de Luiz olhando para mim, lembro do horror em seu rosto. Pisco uma ou duas vezes e vejo o meu celular no criado mudo, me movimento com dificuldade e então estico o corpo para conseguir pegar, mas as pontadas aumentam por todo o meu rosto m fazendo arquear de dor, os meus dedos esbarram no aparelho fazendo com que o celular caia no chão em um estrondo, meu corpo todo cede de dor e frustração.

- Ai – Luiz levanta do chão com a mão na cabeça, e uma confusão por todo o rosto. – Você está bem?

Ouço a preocupação em sua voz.

- Estou. – Respondo mesmo com a dor ainda maior percorrendo o meu rosto, meu peito dói quando inspiro o ar, eu mordo os lábios para não gritar e então torno minha atenção para ele – Eu fui pegar o celular para ver as horas, mas ele escorregou. – Eu abro um sorriso - E o que você está fazendo no chão?

Luiz apenas inclina a cabeça em direção ao meu lado, com dificuldade me viro e vejo Ester, dormindo, sua respiração sobe e desce lentamente.

- Como ela veio parar aqui? – Pergunto, me certificando de diminuir o tom de voz para não acordar ela.

- Liguei para ela quando te levei ao Hospital.

- Que? – Sinto todos os músculos do meu rosto se contrair quando forço uma expressão de surpresa. - Eu fui ao hospital?

- Sim, eu e Igor te levamos quando você desmaiou.

Meu rosto deve ter demonstrado a Luiz que eu estava confuso.

- Seu tio? ...

Começo a falar mas sinto a mão de Luiz sobre a minha, quando desço os olhos em direção ao toque suave de suas mão, ele a afasta pondo nos bolsos da bermuda. Eu entendi de imediato, que ele estava se sentindo culpado, Luiz se sentia culpado porque o lixo do tio dele é um ser humano desprezível e acha que eu tinha que morrer.

- Não foi culpa sua. – Falo, estendo a mão em sua direção, ele demora um pouco, mas por fim a pega. – Lembra da nossa promessa?

Mostro a ele minha pulseira e revelo a dele.

- Não quebre nossa promessa. – Ele me olha, lágrimas começavam a rolar, seus óculos não estavam sobre os olhos o que torna ainda mais visível o hematoma roxo do lado direito rosto e embaixo do olho.

- Como ela está? – Pergunto a ele, inclinando a minha cabeça em direção a Ester.

- Preocupada. – Ele fala – Quando liguei para ela, insisti que ela não precisa ir até o hospital, mas ela fez questão, e eu concordei, ela chorava demais quando chegou lá. Quando o medico liberou você, eu e Igor colocamos você na cama, e ela não saiu do seu lado em nenhum momento. Mas foi bom ela ter ido, na confusão, deixamos o seu carro lá em casa e a chave do seu apartamento estava na mochila, mas graças a você, ela tinha uma.

A minha cama não era tão grande, mas eu chego para mais perto de Ester, abro espaço e chamo para que se deite ao meu lado. Luiz caminha, vejo quando receoso se deita, ele não queria me machucar. No nosso espaço reduzido eu o abraço, sua cabeça se alinha com a minha, lágrimas brotam mais uma vez em seus olhos, eu abro um sorriso indicando que estava tudo bem. Não estava! eu estava com dor, dificuldade para respirar, mas, mais uma vez eu tinha todos que eu precisava para ficar bem.

A Felicidade tem os Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora