Capítulo Sete

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Sinto os seus dedos percorrer a minha pele, sinto o calor de seus lábios me envolver em um beijo, ouço ele sorrindo depois que puxa para fora da cama a coberta que me cobria.

- Bom dia - Ouço ele gritar em pleno pulmões, abro apenas um dos olhos e o encaro o mais sério que consigo.

- Quando te dei a chave daqui não foi para você me acordar tão cedo. – Minha voz sai carregada de sono, o meu corpo tremia, tateei a cama atrás de algo para me cobrir, mas foi em vão.

- Você não é uma pessoa matutina?- Ele fala com um tom de risada, eu levanto o corpo, busco o meu celular no criado mudo.

- São 3:40 horas da manhã, Luiz - Eu falo mostrando o visor para ele - Isso ainda é de madrugada.

Luiz revira os olhos e solta uma risada, certo de que eu não iria me mexer, ele me puxa pelo braço.

- Vem, quero te mostrar um lugar.

- O que? - Pergunto, ele sai pela porta do quarto sem dar a atenção a minha pergunta, levanto da cama me arrastando quando percebo que ele não vai votar para maiores explicações, visto um calça por cima da bermuda, pego uma blusa de frio e o encontro na sala, ele olhava impaciente em minha direção, seguimos uma conversa silenciosa até que me dou por vencido e certo de que ganhou, ele comemora dando repetidos socos para o alto.

- Só um minuto, deixa eu pegar a chave do carro e então vamos - Termino de falar e vejo ele tirar a chave do bolso e acenar em minha direção.

- Posso? - Pergunta ele acenando com a cabeça, eu faço que sim, então ele sai porta a fora me puxando. O elevador abre a porta na garagem, Luiz aciona o botão da chave, o que faz com que o carro apite na vaga destinada ao meu apartamento.

- Para onde vamos? - Pergunto. Ele abre a porta do motorista e me olha sobre o carro, nossos olhos se encontram, da mesma forma que já fizemos milhares de vezes.

- Confia em mim? - Ouço ele perguntar, ele não espera pela minha resposta, simplesmente entra no carro e liga o motor, em seguida me sento no banco do carona, antes que ele engate a ré, eu coloco a minha mão sobre o seu ombro.

- Confio - Digo - Confio mais em você do que em mim mesmo.

Ele não diz nada, até que por fim, ele se aproxima, e eu o recebo em um beijo. Ele pisca um dos olhos em minha direção, retoma a posição no volante, e sai com o carro.

Fiquei observando Luiz dirigindo o caminho todo que mal notei para onde estávamos indo, quando percebo passamos por uma placa que delimitada o fim do município de Guarulhos.

- Ta legal - Digo- Para onde você estaria me levando?

- Quando chegarmos, você saberá – Ouço ele falar ao meu lado, eu não rebato, apenas afundo no banco e o vejo dirigir.

Voltei os meus olhos para a pista à minha frente, lá fora a luz estava escassa, já passava das 4:30 da manhã, o asfalto aos poucos foi se transformando em rua de terra, Luiz subiu um barranco e por fim para.

- Esse sem dúvida é o melhor lugar para mim - Disse ele, saímos do carro e por fim os meus olhos conseguem absorver tudo aquilo, estávamos num topo de um morro onde é possível ver toda a cidade com as luzes ainda acessas, o sol está timidamente aparecendo.

- Olha - Diz ele apontando para o outro lado. A lua e as estrelas ainda estavam no alto, seu brilho ainda tímido permanecia no céu, ele coloca seus braços ao meu redor, me puxando para mais perto dele.

Ele puxa o ar para o pulmão o que faz o seu peito inflar.

- Aqui é o equilíbrio perfeito - Diz ele soltando devagar a respiração. Ele se deita no chão e eu faço o mesmo, logo em seguida ele se põe a falar de novo- Eu sempre vinha aqui quando era criança. Meu pai me trazia aqui quase todo final de semana, eu me deitava nesse mesmo lugar e ficava encantado com esse lugar, desde que comecei a dirigir eu venho aqui sempre que possível.

A Felicidade tem os Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora