Carinha de anjo

Capítulo 7

Christina chega abalada em casa, Silvestre se assusta com a presença da patroa aquele horário em casa e pergunta se ela havia esquecido algo, ela nega e fala que esta explodindo de dor de cabeça e pede um remédio, o mordomo rapidamente vai buscar, e Estefânia desce as escadas em direção a prima. 

- Prima, eu estava preocupada com você - fala tia perucas, parando de frente para a prima visivelmente abalada.

- Eu também estou preocupada comigo.

- Eu posso imaginar.

- Foi horrível, Estefânia. A muito tempo eu não sentia uma coisa dessas. 

- Me da a mão, vem aqui. - Estefânia puxa a prima para o sofá e as duas se sentam. - senta aqui. O que você está sentindo, exatamente? - Chris respira chorando - Vai me diz, olha pra mim! Agora é a hora de você colocar tudo que você esta sentindo pra fora.

- Aah Estefânia, é estranho. Hoje eu tive a sensação esquisita que a gente ia perder a Demetria, primeiro porque ela ia embora, depois por conta desse desmaio.

- E a ideia de perder a Demetria que te deixou assim, desse jeito?

- Hoje eu percebi, que talvez eu tenha um sentimento diferente por ela. Vai pode dizer " eu sabia" 

- Não. Eu prefiro dizer que no fundo, lá no fundinho, até você mesma já sabia disso, prima. - Elas se abraçam. 

O dia se passou e Christina acabou dormindo, ela estava no quarto e quando desceu Estefânia estava ao telefone com uma irmã do colégio.

- ... Obrigada irmã Rita.. - ela desliga

- E ai? - Chris pergunta assim que chega perto da prima. - Alguma novidade?

- Falei com a irmã Rita, e a madre proibiu você de ir lá agora. 

- Mas eu quero ver a Demetria, saber como ela tá.

- É, mas a madre mandou te dizer que a Demi esta se recuperando, e por isso ela não pode receber visitas.

- Ha, essa madre acha que manda em todo mundo, é muita prepotência!

- Prepotência não, Christina!  Prudência, é diferente.

- Porque você está me falando isso? Você acha que uma visita minha ia fazer mal para Demetria?

- Vocês já estiveram juntas hoje, lembra?  E a gente sabe como essa conversa terminou. 

- Você quer me deixar ainda pior do que eu já estou?!

- Não Christina, eu só quero que você entenda que nesse momento você não pode agir só com a emoção! 

Christina respira fundo e não fala mais nada para a prima, aceitando o que a mesma acabara de falar. 

****

Dulce como sempre foi uma criança inteligente, pensou num plano para ser expulsa do colégio junto com a Demetria, passando pelo pátio ela viu Pascoal, o jardineiro, fazendo manutenção nos extintores, ela se aproxima com aquele jeitinho que só ela tem de conseguir arrancar tudo dos adultos sem que percebam e começa a perguntar como o extintor funciona e para que serve, Pascoal sem entender as reais intenções da menina, começa explicar tudo, no final falando que não é pra ela mexer pois é perigoso, a pequena sapeca lhe promete que não fará nada e que era só curiosidade, mas estava com a mãozinha nas costas cruzando os pequenos dedos atrás. 

Decidida que sairia do colégio junto com a Demi, ela vai para a aula de musica que já havia começado, ela se junta as colegas cantando e aproveita um momento de distração da irmã Fabiana e vai para perto do extintor, apertando a alavanca do mesmo e apontando o jato de fumaça para as outras crianças que se desesperam junto com Fabiana achando que estava pegando fogo, ela começa a rir muito enquanto a professora retira todas as crianças da sala aos gritos. Sem entender o porque da gritaria todas as freiras vão até o pátio para saber o que está acontecendo e todas gritam "fogo". Dulce se junta as crianças sem que ninguém perceba, e chama a irmã Demetria num canto e conta que não tinha fogo nenhum, que ela que havia ligado o extintor porque queria ser expulsa para ir embora com a Demi. Comovida e preocupada com isso, porque poderia ter realmente uma expulsão, elas tentam pensar em algo que justificasse o funcionamento do extintor. 

Enquanto isso na mansão Lários Aguilera

Estefânia desce para a sala encontrando Silvestre limpando a mesa de centro.

- Silvestre, a Christina ainda não acordou?

- Já, sim senhora, pulou cedo da cama, saiu pra correr, voltou e já foi pra o escritório.

- Como ela tá?

- Daquele jeito, dona Estefânia, se fazendo de forte. Mas é só olhar pra ela pra saber que não pregou o olho a noite inteira. - Estefânia puxa a cadeira e senta. 

- Mas também coitada, desde que chegou no Brasil não tem um minuto de paz. Achpu que fosse só curtir a filha, mas como?!

- Dona Estefânia, por falar em Dulce Maria, será que eu posso chamar a Francielle pra contar uma coisa pra a senhora?

- É sobre a Dulce? 

-  Sim senhora.

 - Claro, Silvestre. 

- Com licença.. - Silvestre vai saindo pra chamar Fran, mas ela já esta vindo dando de cara com ele. 

- Pronta pra batalha, chefia - ela grita batendo no ombro do mordomo. 

- Ainda bem que você chegou, o que você estava fazendo lá?

- Trabalhando, ué! Lá no caso, também tem serviço, sabia?

-Oh oh Franciele, o Silvestre me disse que você tem uma coisa pra me  contar sobre a Dulce Maria. 

- Olha dá peruca, eu vou dizer uma coisa pra Senhora, esse empregado que vocês tem é muito fofoqueiro.

- Francielle tenha modos. - Silvestre a reclama. - o assunto é serio, conta!

- Não vou contar!

- Você vai contar, sim!

- Não vou conta. 

- Vai contar sim, você falou que ia contar.

- não vou contar. - Fran insiste. 

- Gente por favor, se vocês demorarem mais um minuto eu vou arrancar todos os cabelos da minha peruca. - Estefânia fala, nervosa

- Não, não faz isso não pelo amor de Deus, eu adoro essa peruca, a senhora fica alegre, cheia de vi...

- Francielle conta! - Silvestre interrompe

- Ta bom, eu vou contar! - ela olha pra Estefânia -  A menina veio me contar que ela vai dar um jeito de ser expulsa do colégio.

- Expulsa? - Estefânia pergunta e Fran confirma - mas porque a irmã Demetria vai embora?

- A senhora não tá acompanhando a novela, não? É melhor vocês ficarem de olho que a garota é danada, ela disse que se a irmã Demetria se pirulitar, ela vai aprontar uma daquelas pra ser expulsa.  - Estefânia senta na cadeira e respira preocupada conhecendo a imaginação da sobrinha.