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"Homem encontrado morto em própria propriedade." A mulher do jornal informava "O corpo foi encontrado carbonizado, assim como a cabana onde o proprietário passava as noites em que saia para caçar e pescar."

- Você poderia mudar de canal, por favor? - O loiro pediu à garçonete, que respondeu com um "só um minuto, sim?"

- Qual o problema, Gary? - O ventrexiano laranja sentado ao seu lado perguntou, acariciando seu antebraço.

- Ah, não é nada. É que, um crime cruel desses... Horrível, né? - O humano tentou disfarçar o nervosismo.

- Sim, quem seria capaz de um ato nefasto desses? 

- Haha, quem poderia? - Riu desconfortável.

"Não há vestígio de luta e nada no local foi roubado, o que indica que o assassinato foi provavelmente por razões pessoais. Não foi deixada nenhuma prova ou rastro de DNA. A polícia está num beco sem saída e nenhum suspeito foi apontado até o momento. O delegado..."

"Razões pessoais? Nenhuma prova?" O loiro pensava "Não sei se devo duvidar do trabalho da polícia ou parabenizar o trabalho de Avocato..."

- Tá pensando em quê? - O namorado o tirou de seus pensamentos.

- Uh? Ah, nada. Como foi no cemitério ontem? - Ele mudou logo de assunto.

- Como sempre. Deixamos flores, dissemos palavras bonitas, Fox chorou, mesmo não tendo conhecido ela, Ash fez algumas artes ocultas, ou seja lá como ela chama... Enfim, o usual, hehe.

Cato riu, tentando arrancar uma risada do loiro também. Desde que ele havia voltado daquela missão, ele andava muito nervoso ou distraído. O ventrexiano tentava não demonstrar haver reparado na mudança do parceiro, afinal, não é nada fácil perder um braço e provavelmente era isso que vinha deixando o humano inquieto.

- Parece que foi divertido... - Gary respondeu, um tanto distante.

- Ei, Gary, eu estava pensando...

- Ah, não...

- Me escute antes.

- Sempre que você começa a conversa assim é porque vai sugerir algo que sabe que eu vou querer rejeitar. - O humano se posicionou.

- Você não sabe ainda... - O felino se defendeu. - Então, já que eu já te apresentei ao meu pai, que tal você me apresentar à sua mãe?

- Eu não acho que seria uma boa...

- Eu imaginei que fosse dizer isso, mas vamos! Minha ideia era convidar sua mãe e meu pai para um encontro duplo. Você disse que sua mãe mal sai de casa, não é? Então seria uma boa oportunidade para...

- Há quanto tempo você está planejando isso? - O humano perguntou, espantado.

- Não importa. Mas o que você acha?

- Eu não sei. Quem irá alimentar Mooncake?

- Gary, aquela coisa não precisa comer!

- Mesmo assim, duvido que minha mãe aceitaria. Ainda mais com esses planos.

- Tente! Por favor. - Cato novamente fez sua cara irresistível. Gary deu um suspiro pesado.

- Você sabe que não sei dizer não pra você. - Ele deu um sorriso cansado. Cato conseguia ser irresistível quando queria, mas, afinal, ele tinha a quem puxar...

- Perfeito! Faremos isso domingo às 10 da manhã. Você fala com sua mãe e eu falarei com meu pai.

Gary riu do entusiasmo de Cato. Ele realmente adorava isso nele. A maneira como ele se empolgava com tudo, como fazia tudo sempre de bom humor e irradiando energia. Era apaixonante, sem dúvida...

You're a bitch, Gary Goodspeed (Garycato)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora