.5. HUE

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Nada. Nada aconteceu, na verdade. Não houve um estrondo que os derrubou no chão ou a ajuda chegou antes do previsto. Nada para impedi-los de cruzar o limite que os separava da paz de suas vidas e do desastre que os aguardava.


Eles se beijaram. Foi um beijo carente. Como se fosse tudo que mais precisavam. Gary abraçou o maior pelo pescoço, enquanto Avocato circulava a cintura do loiro com as mãos.

O beijo ficou intenso rapidamente. Avocato tomou o menor nos braços e o jogou na cama, sem se separar de seus lábios. Ele começou a beijar seu pescoço enquanto arrancava suas roupas. Ele fazia isso desesperadamente, porque temia que pudesse retomar a razão e voltar atrás. Embora aquele loiro adorável gemendo em seus braços não fosse algo tão fácil de deixar pra lá.

Quando finalmente tirou a camisa do mais novo, pôde ver as marcas de amor deixadas na pele de Gary, causadas pelo seu filho, indicando que aquele humano já tinha dono. Isso não intimidou Avocato, pelo contrário, apenas o incitou ainda mais a tomar aquela presa fácil de um ventrexiano mais fraco. 

Enquanto dava alguns beijos na pele rosada do loiro, o felino tirava suas calças. Depois, levantou sobre ele para poder tirar a própria camisa. O loiro ficava observando Avocato ansiosamente enquanto ofegava, se recuperando das carícias do maior.

Avocato jogou sua camisa no chão, junto às roupas de Gary. Depois se posicionou entre as pernas do menor e penetrou-o num movimento único. O loiro engasgou com a dor que sentiu. Não que ele não tivesse costume, mas Avocato era certamente bem maior que Cato.

O felino começou seus movimentos, aos quais o mais novo reagia com um gemido a cada impulso. Era óbvio que os dois não estavam pensando. Gary só queria sentir alguém ao seu redor para protegê-lo e ele se sentia mais que seguro nos braços de Avocato. O mais velho, por outro lado, mesmo sem saber por que, realmente desejava devorar sexualmente aquele humano. Talvez fosse porque ele estava praticamente se entregando para ele. Enfim, no momento, ele só queria torná-lo seu.

O maior roçou suas presas no pescoço do mais novo, na intenção de também reivindicá-lo, mas o humano manifestou-se antes.

- Não deixe uma marca em mim... - O loiro repreendeu-o.

O ventrexiano grunhiu com a rejeição, mas ele sabia que Gary tinha razão. O que eles estavam fazendo era antiético e imoral e tinha que ser mantido em sigilo.

"Por que o que é bom é sempre proibido? Ou melhor, por que o que é proibido é sempre melhor?"

O loiro sentia seu corpo em chamas. Finas lágrimas de prazer escorriam de seus olhos, enquanto ele tentava desesperadamente se agarrar aos lençóis da cama para suportar os fortes impulsos que o maior aplicava sobre ele. Ele sentia um calor que nunca havia sentido antes. Nem com o ventrexiano com quem namorava e compartilhara diversas noites de êxtase.

O loiro colocou seus braços em volta do pescoço de Avocato e apertou firmemente. Ambos já sentiam que o clímax estava próximo, mas resistiam, tentando tornar o momento mais longo, já que acreditavam que nunca iria se repetir.

O ventrexiano atingiu o orgasmo primeiro, gozando dentro do menor. Ao sentir o sêmen do maior preenchê-lo, o loiro também atingiu seu clímax.

O mais velho saiu de cima do humano e se jogou na cama, exausto, não só do sexo, mas do dia cheio que teve. Ele olhou para o mais novo e viu que ele já havia pegado no sono. Ele havia extrapolado com ele, uh? Ele o cobriu e se deitou ao seu lado, abraçando-o.

Ele deixaria para pensar nas coisas amanhã.



You're a bitch, Gary Goodspeed (Garycato)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora