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Noah P.O.V
7:40 AM- Noah, por favor acorde! - Sabina gritava enquanto me chacoalhava -, Ande você precisa ir!
-... Sabina? - pergunto sentando na cama. -, O que aconteceu? - esfrego os olhos e a garota me puxa da cama.
- Eles conseguiram entrar Noah... - ela diz se controlando para não gaguejar. -, Ande me ajude.
- Eles? Eles quem? - pergunto.
Pela expressão aterrorizante que se formara no rosto da garota, eu agora sabia do que se tratava.
- Os Rebeldes. - ela vai até o guarda-roupa e me joga um casaco. -, Vista-se Noah, você precisa se esconder.
Não tive tempo suficiente para raciocinar oque estava acontecendo ou oque eu deveria fazer, até um guarda abrir a porta do quarto segurando uma arma. - Vocês precisam sair agora! - ele esbraveja dando espaço para nós passarmos.
- Leve ele pela passagem do corredor leste, é a mais rápida. - Sabina diz me puxando porta afora.
- Você não vem? E as outras garotas? - pergunto.
- Não posso ir com você e elas estão bem. Eu e os outros funcionários temos o nosso esconderijo.
- Sinto muito, infelizmente não dá. Os desgraçados vieram de todas as partes, os corredores daquela parte estão cheios. - o guarda suspira. -, E você acabaria revelando o esconderijo para algum deles.
Quando o guarda termina de falar, pude ver algumas lágrimas se formarem nos cantos dos olhos de Sabina. E por tudo que indicava, se ela ficasse, poderia ser a última vez que eu a veria.
- Tá... Então... Eu vou me trancar aqui no quarto, agora vão! - ela diz.
- Não, você vem comigo! - falo segurando a mão da garota e a puxando.
- Eu não posso. - ela diz tentando se soltar. -, Esse esconderijo é só para a família real.
- Dane-se! não vou deixar você aqui! - digo puxando a garota. -, Você vem comigo Sabina. Nem que eu tenha que te carregar até onde for.
- Venham! - o guarda diz começando a andar. Sabina não se recusara a ir e agora nós três caminhávamos pelos corredores. Ao virar a esquerda pude escutar o som de tiros, e a cada passo que dávamos eles começavam a aumentar e aumentar. De modo que algumas vezes tivemos que recuar e andar por outros corredores.
Por mais que se tratasse de minutos, pareciam que haviam se passado horas. Foi inevitável não sentir pavor e medo de tudo aquilo, medo de a qualquer minuto, nós pudéssemos dar de cara com alguns deles. Estremeci só de pensar oque eles fariam se nos pegassem.
Após demorados minutos, o guarda para em frente a um simples candelabro. Pelo menos aparentava ser um.
- Por aqui. - ele puxa o candelabro para a direita e empurra a parede ao lado do objeto. Em segundos, uma passagem é aberta e uma escadaria era iluminada pela luz daquela perturbada manhã -, desçam por essas escadas e não parem até chegar no salão.
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Puxando Sabina, começo a descer as escadas e a passagem se fecha atrás de nós. Ao lembrar da repulsa de Sabina a querer provavelmente salvar a própria vida, sinto o meu estômago vazio se revirar e uma raiva saída de algum lugar desconhecido vir a tona. Ela havia recebido alguma ordem tola de alguém para em um caso como esse, não entrar em um esconderijo. Mesmo que aquilo salvasse a vida dela.
Mas aquilo não me surpreendia. A uma semana em minha casa, me disseram que eu não poderia rejeitar o príncipe em nenhuma hipótese... Mesmo que a droga da lei illeana proibisse qualquer relação sexual antes do casamento. Também era a mesma lei que prendia por anos quem as desobedecia. Tive a curiosidade naquele momento de saber se o príncipe sabia disso, sabia que éramos o brinquedinho pessoal dele.
Pude ver algumas luzes e cochichos no fim do corredor e aperto os passos junto a Sabina que continuara quieta.
Ao entrar no lugar pude observar todos aqueles rostos conhecidos espalhados por todo o local.
O casal real, estavam imóveis no fim do salão, de modo que seria impossível saber de fato oque eles sentiam naquele momento. Assim como as princesas, pude notar que nenhum sinal de medo escapara de nenhum deles. Talvez não fosse a primeira vez que isso acontecia, de modo que eles já se acostumaram. Ou eles sabiam esconder bem oque sentiam.
Enquanto caminhávamos por entre os garotos sentados ao chão, olho o príncipe. O Príncipe por outro lado, conversava ou tentava tranquilizar os outros selecionados. Procurando em meio aqueles rostos, vejo o de Krystian no esconderijo - ele havia conseguido chegar - suspiro sentando junto a Sabina em um dos cantos do salão.
- Senhor Urrea! - diz Heyoon parando a nossa frente -, Estava te procurando! Que susto você nos deu.
- Desculpe, acabei demorando um pouco para entender oque estava acontecendo. - balbucio parado em frente a garota.
- Certo, tudo bem... - Heyoon diz olhando para Sabina. - Senhor Urrea, as criadas têm o seu próprio esconderijo.
Noto a garota se encolher e se encostar mais a parede.
- Sim, mas ela não conseguiria chegar a tempo e eu de maneira alguma a deixaria lá. - digo.
- Tudo bem. - ela diz logo voltando o olhar para Sabina. -, Me ajude a servir os outros selecionados.
-... A maioria deles nem se que se importaram com as suas criadas. Deixe que se sirvam sozinhos - falo a olhando -, Sabina ficará comigo.
O resquício daquela raiva gerada por meus pensamentos, fala mais alto que eu. De modo que Heyoon só concordara com a cabeça e saia carregando a sua planilha. Eu talvez houvesse exagerado um pouco. Mas, aquilo era demais pra mim. Tudo isso aqui era.
- Sabina... A quanto tempo você trabalha aqui? - pergunto me encostando na parede.
- Desde quando eu tinha 13 anos Noah. - ela suspira -, Fui vendida ao palácio.
Não ousei perguntar como aquilo havia acontecido, parecia pessoal demais para mim. A cada minuto que eu ficava nesse lugar eu acabava descobrindo algo. Era absurdo uma criança ser vendida a um palácio e ninguém fazer nada. Por mais que as leis fossem falhas e muitas delas desnecessárias, aquilo era mais do que eu podia imaginar vindo de um lugar como esse.
Observo todos os outros selecionados e a maioria demonstravam estar apavorados, exceto um deles. E eu agora sabia o porquê.
- Já volto. - forço um sorriso para Sabina.
Caminhando por entre os selecionados sento ao lado de Krys. O garoto estava encostado a um armário e mantinha uma cara que aparentava ser de medo e terror.
- Oi Noah... - Krystian me olha.
- Oi Kristian. - aproximo minha boca do ouvido dele -, Escute, tente não demonstrar medo.
- Como? - ele pergunta.
- Olhe para o Bailey, ele não parece estar com medo. Agora olhe para o rei ou a rainha. - digo ainda sussurrando -, Nenhum deles aparentam estar ao menos nervosos, o casal real vai gostar de ver isso. Confie em mim.
Vejo o garoto se ajeitar em seu lugar e esconder a expressão de terror do rosto. Por mais que eu não quisesse chegar ao final do programa. Eu poderia ao menos ajudar alguém que queria. - sento novamente ao lado de Sabina. - Só havia três dias que eu havia chegado no Palácio, eu poderia ficar dias, semanas, meses e até anos. Por quantos ataques como esse eu ainda passaria?
- Noah... Obrigada por aquilo. - ela diz abraçando os joelhos -, Se eu tivesse ficado e eles me pegassem... Alguns funcionários já foram e vários nunca voltaram...
- Não precisa agradecer Sabina, eu jamais te deixaria lá. - digo -, Em nenhuma hipótese.
- Obrigada! - a garota sorri.
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The Five - Nosh
Romance(Uma adaptação Nosh de A Seleção) "Para 35 garotos, a Seleção é a chance de uma vida. É a oportunidade de ser elevado a um mundo de riquezas deslumbrantes e jóias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Joshua e um di...