Capítulo: Lust For Life I - 2

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‧࣭․👑՚͓⋆
Noah P.O.V
1:32 PM

Arrastei uma das cadeiras até a sacada e observei alguns membros da corte transitarem de um lado para o outro lá embaixo.

Suspirei revirando os olhos.

Um pouco depois da última grande eliminação, eles resolveram aparecer por aqui aos montes e, por mais que eu tenha ouvido que eles haviam tido suas cartas de residência temporária ao Palácio negadas pela família real, estranhamente alguns conseguiram ficar.

Como urubus, eles viviam observando cada milímetro do Palácio, atrás de coisas para fisgar, como se quisessem saber algo que ninguém soubesse sobre a seleção, saber antes de todo mundo.

Foi inevitável não dar um sorriso falso e envergonhado para um deles que de alguma forma conseguiu me achar de lá de baixo, e agora, acenava sem parar para mim.

Assim que ele saiu, me permiti pensar oque levaria a eles a virem para o palácio, mesmo com os ataques rebeldes se tornando mais violentos e mais frequentes. Podendo acontecer a qualquer momento.

Minha mente viajou para um lado mais sombrio e me perguntei se eu teria chances de sair vivo caso não conseguisse fugir de um ataque dos rebeldes do sul. Se eu não conseguisse me esconder a tempo.

O que eles fariam comigo? A pergunta de tantas respostas horríveis me atormentava a dias.

Ouvi murmúrios sobre oque faziam quando alguém era raptado por eles e aquilo me fazia estremecer de medo.

Quando senti o almoço se revirar em meu estômago, evitei a todo custo pensar naquilo.

Com o resto de força que me restara, levantei e rastejei de volta até a mesa.


4:50 PM

Senti Josh começar a acariciar as pontas dos meus dedos.

- O que é isso?

- Ah, são calos... Tenho praticado bastante no violino ultimamente. - digo me encostando mais a ele.

Pude ouvir o som similar com o que os guardas faziam ao andar passando bem perto de onde estávamos no jardim. Perto do nosso lugar, lugar agora não tão secreto assim.

Deduzi que talvez fosse mais uma ronda, ou que talvez Josh havia pedido a eles para proibir que algum dos seus hóspedes se aproximassem, ou algo assim.

Infelizmente ou felizmente os selecionados não eram mais um problema. Não quando se tornaram Cinco de um dia para outro.

Ou ao menos alguns deles não eram.

Suspirei observando o lugar e o banco que sempre vinhamos quando tínhamos algum tempo. Mesmo que esse tempo fosse apenas 15 minutos na semana.

Estar ali parecia que cada segundo se tornava precioso e mais longo.

Ali era nosso lugar. Nosso cantinho.

Parte daquilo me reconfortava. E estranhamente me fazia sentir em casa.

Casa. Me lembrei o quão era estranho estar tão longe dela.

Minha mente por poucos segundos se desprendeu do Palácio e viajou para alguns meses atrás em Carolina.

Contive uma curta risada ao imaginar a reação de Savannah ao me ver nessa exata situação. A reação que ela teria ao me ver assim com o Josh. Por um momento me lembrei e me perguntei sobre o garoto do fim da rua.

O que você estaria aprontando, Savannah?

Eu sentia falta, falta de tudo. Até mesmo do sorriso de orelha a orelha que se formava no rosto da minha mãe só de me imaginar com alguém de uma casta mais alta, ou até o príncipe.

Do meu pai tentando ser imparcial nas discussões que eu tinha com ela, evitando não levar também bofetadas dela, do meu irmãozinho chutando a sua bola de futebol de maneira aleatória pelo nosso quintal.

Engoli em seco só de imaginar que aquilo tudo não voltaria, de imaginar que talvez eles não poderiam morar comigo aqui caso eu escolha ficar.

Chacoalhei a cabeça evitando que outro surto começasse e que eu me desmanchasse em lágrimas na frente dele.

- Feios, não são? - perguntei tentando pensar em algo diferente.

Ele negou com a cabeça.

- Não acho. São lindos.

Por um momento os pensamentos embaraços que me atormentavam e me deixavam aflito, sumiram quando senti meu rosto começar a queimar e meu coração começar a palpitar quando ele beijou a ponta dos meus dedos.

- Já viajei pelo mundo e ouvi de tudo. Musicais, concertos, shows, orquestras... Mas, nenhum som de nenhum desses se compara ao que você faz, Noah. - ele sorri entrelaçando nossos dedos. -, Nenhum deles consegue ser tão divino como o som e a visão de ver você tocando. Os calos são lindos.

Pude ver um sorriso se formar em seu rosto quando me virei completamente para ele e ele provavelmente me viu ficar vermelho igual a um tomate.

Eu não estava acostumado ainda com ouvir coisas como aquilo. E ela sabia disso, e conseguia ser cem vezes mais apaixonante a cada vez que nos víamos. A sensação de ouvir oque ele falava me deixava sempre nas nuvens. Às vezes até me fazia questionar se ele fazia isso para me provocar ou algo assim.

- Você sempre parece saber oque falar para me deixar assim. - deixei escapar uma risada envergonhada enquanto eu apontava para o meu rosto que provavelmente começava a voltar a cor normal. -, da mesma forma que parece ter as respostas para milhares de perguntas, até as mais bobas delas.

- E eu tenho. A de todas elas! - ele diz sorrindo e passando as mãos no cabelo.

- Mesmo? - perguntei erguendo uma das sobrancelhas e buscando na minha mente algumas das perguntas mais difíceis que eu poderia fazer.

- Mesmo. - ele sorri me imitando e erguendo uma das sobrancelhas, esperando que eu o desafiasse. -, Me pergunte qualquer coisa! Se eu não souber a resposta, saberei onde encontrar.

Vasculhei na minha mente em busca de algo que o deixasse sem respostas. E com muita dificuldade, quase no fim das minhas memórias, finalmente surgiu algo que não fosse tão óbvio e que eu mesmo não sabia quase nada do que era.

- O que é Halloween? - perguntei.

Observei a expressão que se formara em seu rosto. Quase comemorei. Ele aparentemente nunca tinha ouvido falar sobre aquilo.

- Halloween? - ele passou segundos se questionando e tentando lembrar de algo. Tentando saber magicamente do que se tratava.

Ele realmente não sabia.

- Então talvez o senhor espertão não saiba as respostas de tudo... - não consegui conter um sorriso vitorioso e, em contrapartida recebi uma cara feia.

A cara feia se dissipou quando ele olhou o relógio e em seguida deu um sorriso de orelha a orelha. - Ainda não, baby. Não comemore antes da hora.

E em poucos minutos depois estávamos correndo de volta para o palácio.

‧࣭․✦՚͓⋆

Hey, Gaby aqui AAAAAAAA 🙆‍♂️

Finalmente voltei a escrever The Five! Por alguns motivos pessoais e por outros motivos aí passei um tempo sem postar nada aqui, sem conseguir escrever muito coisa também. Mesmo que nesse tempo inteiro eu tenha tentado escrever e até tenha chegado a escrever diversas versões de capítulos nenhuma para mim havia se saído boa, (sou meio perfeccionista kkkkk) e finalmente uma saiu eu acho ksksksksk. Tava com saudades, espero que ainda estejam aqui! 💕

(Me digam por favor se gostaram do capítulo, preciso urgentemente saber se ainda estou seguindo no caminho certo 🗣)

- Gabryel 👑

The Five - NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora