Capítulo: Feel It Now I - 6

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‧࣭․👑՚͓⋆
Noah P.O.V
9:25 AM

Nas manhãs seguintes, a minha casa estava repleta de pessoas do governo. Na verdade, desde que meu nome apareceu na tela da TV, minha casa não passara um minuto sem alguém estar perambulando entre os quartos ou fazendo perguntas a todos nós. Durante a semana eles controlavam oque eu comia, vestia, com quem falava e todo o resto. No fim de semana eu iria embarcar em um avião rumo a Angeles, rumo ao palácio real. Mas de acordo com uma das agentes do governo eu teria que ganhar mais peso. Durante esses quatro dias, graças as pílulas de nutrientes e a alimentação agora recorrente, eu havia engordado um pouco, de acordo com a agente era o suficiente.

Olho no espelho e as demarcações em meu rosto pela magreza excessiva haviam sumido, dando lugar a um rosto que parecia ter pelo menos um pouco mais de vida.

5:57 PM

Deitado mais uma vez em uma maca estendida na sala da minha própria casa, uma mulher loira que aparentava ter seus 32 anos me olhava. - Iremos retirar um pouco do seu sangue para mais exames, ok? - ela diz já segurando uma seringa.

Mais exames?

Qual é, eles acham que eu tenho alguma doença terminal?

- Certo. - respondo. Eu só poderia concordar e retirar o sangue, naquele ponto não havia mais nada em que eu pudesse me agarrar e correr daquela moça estranha segurando uma agulha para furar o meu braço.

Após a retirada do sangue a moça retira todos os seus materiais e sai da casa, junto com os outros funcionários. Pela primeira vez em alguns dias, eu e minha família poderíamos ter um pouco de paz ou privacidade.

Olho pela janela e vejo a moça e os outros funcionários entrando nos vários carros do governo. Os dois guardas que vigiavam a casa acenam para alguns deles e voltam para o seu posto. Os vários carros logo somem ao fim da rua e fecho a cortina.

Andando até a cozinha vejo a minha família sentada à mesa, aparentemente me esperando para jantar. Sento ao lado de Savannah e olho para a minha mãe.

- Vocês estão bem? - pergunto sorrindo. Nesses quatro dias desde a chegada dos funcionários, tínhamos poucas vezes em que pudéssemos ficar juntos além do jantar. Então o jantar se tornou nossa única chance de grande contato nos últimos dias.

Eu deixaria Carolina em um dia e talvez eu não dure nem um mês na Seleção ou talvez eu até seja eliminado na mesma semana... Mas decidi que tentarei ao menos durar o máximo que eu conseguir. Por mais que meus pais neguem, precisamos do dinheiro. O dinheiro que recebemos ao entrar na Seleção e ao participar dela ao longo da competição, é o suficiente para um tempo, eles sabem lidar muito bem com dinheiro, então talvez dure o tempo suficiente até eu voltar.

- Estou ótima, e você? - minha mãe responde me mostrando seu melhor sorriso.

- Estou bem - digo. -, e você? - pergunto a Jace o cutucando.

- Bem - ele sorri, me abraça e começa a comer a sopa.

Meu pai como na maioria das vezes estava me olhando. Desta vez ele sorriu. Ele me conhecia muito bem, ele sabia que eu estava com medo daquela mudança em minha vida e, ao mesmo tempo que aquilo embrulhava meu estômago e me apavorava... Eu estava muito ansioso. Mesmo não aparentando.

- Vai dar tudo certo... Sei que vai. - ele diz ainda sorrindo. -, Tente não surtar, você está a ponto de enlouquecer Noah.

E eu realmente estava.

Minha mãe me olhara por longos minutos ao decorrer do jantar. Enquanto todos agora levantavam, minha mãe me olha, ri baixo e diz:

- Embora eu seja dura às vezes... - ela suspira. -, Eu só quero o seu bem meu filho. Eu às vezes sou chata, exigente... Mas eu te amo, jamais esqueça disso. - Ela diz se encostando na cadeira velha de madeira da mesa de jantar.

Me aproximo e a abraço com mais força que consigo. A minha relação com a minha mãe nunca foi muito difícil. Eu a amava mais que tudo, mesmo a desobedecendo algumas vezes, mesmo às exigências as vezes desnecessárias. A final - ela é minha mãe -, assim como todas as mães ela tinha que ser exigente e dura quando precisava, e olha, não havia nenhum problema nisso. Sabíamos que não nos veríamos por algum tempo. Eu sentiria muito a falta dela, falta de cantar, tocar junto há ela por diversas horas seguidas. Falta de tudo isso.

Minha mãe repousa a cabeça em meu ombro e continuamos ali por longos minutos. A sensação era boa demais para que eu ou ela pudéssemos nos desvencilhar daquele abraço.

‧࣭․✦՚͓⋆

The Five - NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora