Felix

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A indecisão havia tomado conta de mim, em alguns momentos pensava em embarcar nessa aventura com o Chan me parecia exitante e apaixonante, em outros, eu ficava melancólico pensando que não daria certo por causa de diversos fatores diferentes.

Sem contar que minha consciência já estava pesada por esconder dos meus pais que eu estava fazendo natação e estava em uma banda e então teria que esconder também que eu estava saindo com um garoto. As desculpas aos meus pais consistia em dizer que eu estava indo ao clube do livro, estágio na biblioteca municipal ou à casa de Hyunjin, meus pais não sabiam de toda a treta.

Durante duas semanas, Chan e eu conversamos e agimos normalmente, não queríamos perder o foco antes do festival, talvez nossas mensagens estivessem se tornado um pouco mais carinhosas, mas nada muito radical.

– Felix, você sabe que em setembro teremos a competição local de natação, não é? – era o pai de Chan, senhor Bang, quem falava comigo.

– Sim, senhor – estava um pouco tenso por ele ter me chamado em seu escritório.

– Então, eu quero que você participe – ele sorri – você é um ótimo nadador, talvez o melhor daqui do clube e eu tenho fé de que você vai se dar muito bem.

– Mu... Muito obrigado, senhor – eu estava meio surpreso com aquilo.

– Então o que me diz? – seus olhos brilhavam de esperança.

– Eu tenho que pensar – dou um sorriso fraco e seu sorriso falha por um momento.

– Claro, tudo bem, só tente nos avisar o mais rápido possível – ele volta a sorrir.

Eu realmente precisava pensar, quando era criança, eu era bem confiante, mas depois das frustrações que as pessoas haviam me causado, eu havia perdido essa confiança. Outro fator que me preocupava era os meus pais é claro, as competições nacionais eram transmitidas na TV e eles sempre viam, tirando que eu teria que treinar mais, eu estava meio sem desculpas para dar.

– Acho que você vai ter que dizer a verdade – Chan me falava sério.

Estávamos conversando na quadra de beisebol que ficava perto da minha casa.

– Eu vou, em algum momento, mas talvez eu possa esperar mais algum tempo, pelo menos até completar 18 – dou de ombros – Se eles não aceitarem, eu posso pegar minhas coisas e ir morar na rua – dou uma breve risada.

– Nunca deixaria isso acontecer, pode vir morar comigo – ele sorri e dá de ombros.

– Muito cedo pra isso, não acha? – falo sério.

– Talvez sim, talvez não, adoraria ter um colega de quarto principalmente se ele fosse você – ele dá um sorriso sacana e um empurrãozinho em meu braço.

Eu reviro os olhos e devolvo o empurrãozinho.

– Enfim, eu vou dar um jeito – dou uma piscadinha para ele.

– Tenho certeza que vai e tomara que eu seja o jeito – ele ri e eu não posso deixar de rir também.

Voltamos para a minha casa e ele se prepara para ir embora.

– Boa noite, fefe – ele fala já montado na moto e eu reviro os olhos.

– Boa noite, Christopher Bang – sorrio – Descanse bem, amanhã é o grande dia.

– Pois é, estou ansioso por isso – ele sorri – Espero que sonhe comigo porque com certeza eu vou sonhar com você – ele dá uma piscadinha para mim.

– Você é impossível – falo incrédulo, mas depois rio.

Me afasto da moto enquanto ele coloca seu capacete e o observo até ele sumir da minha visão.

Estava muito ansioso pelo Festival no dia seguinte e fico um bom tempo rolando na cama antes de conseguir de fato adormecer. No outro dia acordo e pego meu celular para checar as mensagens.

Chan: Bom dia, Fefe, como você tá? Não esqueça de se alongar e se hidratar bastante kkkkk

Sorrio ao ler a mensagem, eu podia sentir o feitiço de Chan se apoderando de mim, ainda bem que não era uma sensação ruim. Me levanto e vou cuidar de minha higiene.

Quando desço para tomar café, encontro Rachel sentada a mesa. Me sento e ela dá um sorriso suspeito para mim.

– O que foi? – pergunto confuso para ela enquanto pego algumas torradas.

– Nem um bom dia? – ela coloca uma mão no peito e faz uma expressão de como se estivesse ofendida, mas depois volta a sorrir.

Eu apenas lanço um olhar de deboche para ela.

– Qual é a do Chan? Tipo vocês andam bem colados ultimamente, né? – ela toma um pouco de seu leite.

– Você não tem amigos? – pergunto incrédulo.

– Claro, só que meu amigos não me olham como ele te olha – ela dá de ombros.

– Pelo amor de Deus, Rachel, está espionando agora? Patética – lanço um olhar fulminante a ela e mordo minha torrada.

– Só estou avisando pra que você não perca os sinais – ela sorri de maneira cínica e se levanta.

Minha vida já estava complicada sem uma irmã enchendo o saco.

– Vou na casa do Hyunjin – aviso minha mãe que havia acabado de chegar em casa – E acho que vou voltar tarde.

– Por que? – ela pergunta séria.

– Porque vamos ao festival.

– Hum – ela pega seu celular na bolsa – Toma cuidado

Vou para a fraternidade de Uber, estava de tarde ainda, mas devíamos carregar os instrumentos para o local e Chan havia emprestado a caminhonete de seu tio para isso.

– Nós passamos aqui para pegar vocês, ok? – Chan falava para Changbin e Lee Know.

– Beleza – Changbin concorda.

– Não vão se atrasar, a gente tem que chegar lá às 19h – Chan fala sério.

– Tá bom, tá bom, chefe – Lee Know fala tirando uma com a cara dele.

Chan e eu vamos de caminhonete até seu apartamento, eram quase seis horas da tarde.

– Você quer tomar banho primeiro? – ele me pergunta.

– Tanto faz – dou de ombros me sentando no sofá.

– Então eu vou primeiro – ele fala e se dirige para o seu quarto.

Não demora muito para que estivéssemos pronto, só faltava eu terminar de arrumar meu cabelo.

– Que droga – reclamo.

– Pera aí – Chan entra no banheiro e abre uma gaveta – Tenho esse gel aqui – ele me entrega.

Passo o gel e consigo finalmente domar a fera. Saio para o quarto, Chan estava sentado e um perfume muito bom tinha tomado conta do lugar.

– Eai como estou? – dou uma voltinha para ele.

– Gato demais – ele morde o lábio inferior – Se não estivéssemos indo devagar, eu com certeza te agarraria.

– Temos uma apresentação pra fazer – sorrio de maneira provocadora – E outra, a agarração desmancharia o que eu passei horas fazendo – me aproximo dele.

– Eu não ligo, você deve ficar lindo de qualquer jeito – ele levanta sorrindo.

Ele me dá um selinho meio demorado o que me deixa surpreso e faz com que meu corpo se arrepiei inteiro. Ele olha a minha expressão de surpresa e sorri.

– É pra dar sorte, sem neura – ele solta um riso.

– Aposto que vai funcionar.

Sorrio, coloco minha mão em sua nuca e o acaricio.

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Muito obrigado por lerem, por favor deixem a estrelinha e compartilhem para me incentivar a continuar escrevendo. Sintam-se a vontade para comentarem, eu amo interagir com os leitores.

Stray with Me (Chanlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora