Capítulo 1°

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Kansas City

── Abby, olhe para mim. ── Glenda colocou suas mãos em seus seios fazendo o rubor esquentar as bochechas dela quando alguns homens em frente ao local da festa olharam interessados ── Isso aqui, é mágico. Aponte na direção certa e o coelho sai da cartola. A noite é sua amiga, encha a cara, beije na boca, e transe como ninguém jamais pode imaginar.

Glenda sempre foi mais esportiva, ela admirou sua coragem em se vestir de coelhinha. A despedida de solteiro de Pietra foi algo que ela tentou evitar como o inferno. Conheceu a mulher quando fez sua primeira exposição, Pietra estava com seu noivo, Martin, simpatizou com o casal imediatamente e o resultado dessa simpatia foi: Ela vestida de gata com uma algema pendurada na cintura.

Glenda encheu sua paciência mais do que nunca, pensou que elas iriam ser as stripers por conta das fantasias. Não tinha ânimo para festas, só estava fazendo o sacrifício por sua mãe, Glenda, Pietra e Martin.

── Nós seremos as stripers? Glen, você ainda está com as mãos nos meus seios. ── Abby murmurou fazendo ela reagir afastando as mãos com uma careta ── Estão todos olhando, estamos muito chamativas com essas fantasias.

Glenda riu e mordeu o dedo indicador desfilando, ela balançou a cabeça rindo quando mais pessoas olharam. Sua amiga era louquinha completamente, não entendeu o porquê de serem amigas, elas apenas eram. Glenda tomou o papel de sua irmã mais nova por ser muito rebelde, Abby cuida dela como pode. Com seus vinte e seis anos, ainda desejava ter irmãos. Mas olhando para Glenda atentamente, Abby negou com a cabeça. Essa vale por dez. Mesmo que seja somente um ano mais nova.

── Quem tem uma cenoura para a coelhinha aqui? ── Glenda gritou passando pelas pessoas na entrada no salão, ela seguiu e praguejou quando a forma de sua amiga virou para ela ── A minha amiga ali precisa de um Lap Dance.

── Merda, não faça isso! ── Abby balançou a cabeça de um lado para o outro arregalando os olhos.

Glenda pegou dois copos com bebida e estendeu para ela, engoliu de uma vez para criar coragem. Sua garganta ardeu quando o álcool desceu, balançou a cabeça bagunçando os fios castanhos no rosto. Abby não se considerava feia, tinha os olhos esverdeados e um corpo cheio. Gostava de comer e não se poupava quando queria. Tinha carne nos lugares certos, e sempre se sentiu confortável.

── Por favor Abby, divirta-se pelo menos uma vez. Você precisa de um pouco de alívio, amiga. Eu olho para você e vejo uma mulher exausta. ── Glenda tocou seu ombro e beijou sua bochecha ── Amanhã estaremos bem, apenas com ressaca, mas bem.

Glen era um pouco maior que ela, o cabelo escuro na altura do pescoço com mechas púrpura nas pontas, os olhos de um âmbar chamativo e magra com uma bela cinturinha. Se tornaram amigas quando pequenas e irmãs com o passar dos anos.

── Tudo bem, você tem razão. ── Admitiu.

── Antes vamos fazer um acordo. ── Glenda tirou o celular do sutiã e sacudiu em sua frente ── Será tudo aqui, Pietra disse que estamos livre para curtir da forma que quisermos já que ela não pode. Se convidarem para ir a outro lugar, recusaremos, devemos voltar juntas para cuidar uma da outra. Hoje você bebe, e eu fico sóbria.

── Tem certeza? Você pode beber Glen, eu não me importo de ficar sóbria.

Abby se viu pegando todos os copos que era colocado em suas mãos por Glenda. Ela nunca bebeu tanto em sua vida, como poderia terminar aqueles copos sem desmaiar.

── Hoje é o seu dia. Beba Gatinha.

── Eu vou entrar em coma alcoólico. Mas que se dane. ── Ela jogou todas as preocupações de lado e tentou não pensar muito, apenas bebeu.

ELES - Reconstruindo AbbyOnde histórias criam vida. Descubra agora