Dia seguinte

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- Oi.

- Oi- ela deu um sorriso forçado.

Foi uma noite difícil para ela, mais pelo menos ela teve o alívio de cuspir o que sentia em relação a Aaron. Ela sabia que não podia forçar esse processo, o nível de intimidade de um relacionamento era construído pouco a pouco. Mas ela não ia continuar fingindo que não se importava, que isso não a incomodava, que isso não era um problema. Aaron é um bom chefe, uma boa pessoa. Inferno! Ele é um bom namorado até certo ponto. Contudo, ele não estava se esforçando, ele era muito fechado quando se trata dele. Ela entendia que sua infância e adolescência foram sofridas, ela só queria que ele soubesse que ela estava lá para ele. Não é só o casamento que tem o "na alegria e na tristeza", todos as relações que existem se embasam de alguma forma nisso. 

Assim como ela o segurou nos braços na suas noites de insônia, ela também o abraçaria quando estivesse triste, ela enxugaria suas lágrimas e diria:

"Tudo bem, vai ficar tudo bem, eu estou aqui." É clichê, sim é verdade. Mas ela queria. Ela queria que ele estivesse disposto também.

Ela queria tudo dele. Quando eles começaram a namorar ela disse sim para tudo. Ela queria seus risos e sua lágrimas, suas qualidades e defeitos, mas este defeito em particular, o de ser o cara fechado, ela odiava, mas estava disposta a superá-lo se ele também estivesse.

- Você não está bem- ele afirmou. Ela se cansou dessa frase, se fosse outra pessoa ela daria um soco na cara, mas era Spencer, não tinha como ficar irritada.

- Você percebeu. Oh, Deus! Eu devo está realmente péssima!- Eles estavam sozinhos em uma sala da delegacia. Era um momento raro dia, devia ser porque ainda era cedo.

- Aconteceu alguma coisa? É o caso?- ela negou com a cabeça. O caso a estava afetando, mas não tanto assim- brigou com alguém? Namorado?- ela ficou rígida e resistiu a vontade de suspirar. Ela permaneceu em silêncio- esse silêncio diz que sim.

- Odeio perfiladores!- ela exclamou baixinho o suficiente para ele escutar.

- Na verdade eu não fiz seu perfil, eu só chutei.- ele sorriu- você é difícil de ler.

Isso era muito incomum. Ela e Spencer são bastante amigos, se vêem praticamente todos os dias, mas quase nunca eles se sentam para conversar realmente, a não ser que seja sobre trabalho. Agora que ela pensou sobre isso, ela tinha que dá um jeito nisso.

- Eu sei que não sou Penelope ou JJ, e também não sou o mais experiente em relacionamento, mas se quiser conversar eu estou aqui- ele colocou a mão carinhosamente no joelho dela e ela cobriu a mão dele com a sua.

- Obrigada, isso significa muito- ela sorriu.

- Pelo modo que está chateada, percebo que você realmente gosta dele.

- Eu gosto... só que... ele- ela respirou e baixou o olhar- acho que ele...não sente o mesmo por mim. Eu não sei.- ela respirou novamente- eu não sei se quero continuar com isso.

- Eu não tenho ideia do que te dizer. Não tenho nenhum conselho mágico para te tirar dessa. Emily- Ela o olhou- você tem que decidir se ele e esse relacionamento merece prioridade. Tem que decidir se vale a pena.

"Diga que não vale a pena lutar por nós, lutar para encontrarmos um modo de ficarmos juntos. Diga que não me quer e eu te deixarei em paz" Ela lembrou. Saudades da Emily que acreditava neles.

- Eu espero que seja.- ele continuou- todos os dias vemos o pior, crianças sequestradas, torturadas e mutiladas, mulheres também torturadas e estupradas, corpos esquartejado, enfim, o que quero dizer é que bom ter alguém que nos faz esquecer isso, alguém que nos mantêm são.- ele esperou um pouco, mas ela não disse nada- eu não entendia a importância disso, agora eu entendo- ele sorriu tímido. Um gênio sentimental não se vê todo dia- eu não conheço esse cara- ah, conhece sim- mas se ele te faz bem e você gosta dele, saiba que torço por vocês. Eu só te quero feliz, Em.

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