Washington - 24/12/2005
Posso dizer que a história desses dois seres humanos vem dos primórdios de suas existências. Como os pais sendo melhores amigos de infância, morando um ao lado do outro. Cloe e Jacob cresceram juntos.
Não estou me referindo ao bom sentido dessa expressão. Por aqui não temos nada de amigos de infância. Todo amor e companheirismo dos pais, foi substituído por uma intriga fora do comum na geração posterior.
É um fato, que poucos conseguem explicar tamanha implicância. Mas, como sou boazinha e sempre sei das coisas, vou explanar os fatos. Por isso, voltamos todos esses anos no calendário.
Nossos amigos tinham, respectivamente, 8 e 10 aninhos. Ainda eram vizinhos morando no subúrbio da capital americana.
— Hoje é véspera de Natal, acorde meu anjinho! — a mãe de Jacob surgiu em seu quarto sorridente.
— Bom dia, mãe! — o menino se espreguiçou sorrindo.
— Jacob preparei seu café da manhã. E estou pensando numa daquelas receitas de doces sem lactose, deseja alguma em especial?
— Aquele doce de amendoim é muito bom, mãe!
— Ótimo, vou ao mercado comprar os ingredientes, quer ficar com a tia Mia?
— Pode ser. Não quer que vá contigo?
— Deixa de bobeira, o mercado estará lotado! Você fica com a tia Mia, que eu vou sair, seu pai e tio Thomas devem ligar mais tarde — Grace comentou. Os respectivos pais trabalhavam no exército, e naquele ano não puderam estar em casa para o natal. — Vou ver se Mia precisa de algo, ela sempre esquece alguma coisa e lembra em cima da hora — Grace revirou os olhos, levando o filho a uma gargalhada.
— Bom dia, tia Mia! — Jacob cumprimentou.
— Bom dia, querido. A Cloe está na sala vendo desenho.
— Obrigado — o menino correu para a sala. — Bom dia, Baixinha.
— Bom dia, Poste! Tá com fome? — a loirinha foi logo perguntando.
— Eu comi antes de vir — respondeu ele já deitando no tapete ao lado da vizinha.
— Mas, eu iria oferecer cereal. Que é seu preferido.
— Então é óbvio que eu quero! — o desespero do moreno levou a menina a rir.
— Vou pegar.
A loirinha que ainda estava de pijama correu para a cozinha com duas maria-chiquinhas saltitantes.
— Oi, tia Grace!
— Oi princesa — a mais velha estalou um beijo na bochecha do projeto de Barbie, fazendo-a rir.
— O que deseja mademoiselle? — perguntou a mãe de Cloe.
— Vim buscar cereal para mim e para o Jacob.
— Ele acabou de tomar café da manhã — argumentou a mãe do menino.
— É o preferido dele, tia! — Cloe argumentou prontamente, levando as mães a uma risada gostosa.
— Filha não esquece de colocar leite de soja no cereal dele.
— Tudo bem, mãe!
— Mia, eu já vou indo. O mercado vai estar lotado.
— Grace traga passas para mim, eu esqueci de comprar.
— Mãe! Foi muito difícil te impedir de comprar essas passas — Cloe reclamou. — Aí agora que eu não vou poder pôr o plano do papai em prática, você dá um xeque-mate?
— Ah, então foi você, mocinha? — a mãe perguntou curiosa, enquanto Grace segurava o riso.
— Ops! — a loirinha se viu encurralada. — Vou levar o cereal. Fui! — e então Cloe correu da cozinha.
— Meninos venham, os pais de vocês já vão ligar! — Grace gritou da final das escadas.
Eles já haviam almoçado naquele dia de véspera de Natal. As crianças brincavam no andar de cima. E ao ouvirem o chamado desceram correndo.
— Cuidado — Mia alertou ao passar por eles em direção a sala.
Com todos os quatro sentados em frente ao computador, tendo a árvore adornando o recinto, os pais apareceram na tela.
— Feliz Natal, família! — falaram em coro.
Contudo, ao um tanto traumático e inevitavelmente aconteceu. Antes mesmo de responder Jacob correu aos tropeços para o banheiro mais próximo.
— O que aconteceu com ele? — Cloe expressou a dúvida de todos.
— Vai entender — Grace demonstrou sua confusão. — Vou lá ver.
Assim ela se levantou e foi ao encontro do filho. Devo dizer, querido leitor, que aquele não foi um Natal que o querido Jacob jamais esqueceu, e não digo que foi por motivos comuns.
De fato, foi inevitável não se esquecer, os próprios pais, que nem em casa estavam, jamais se esquecerem, e claro, nunca deixaram de comentar.
De alguma forma, nunca descoberta, a pequena Cloe trocou os potes de cereal, resultando no Natal mais branco da vida de Jacob. E não estou falando da neve, e sim dos azulejos do banheiro.
Sobre como o relacionamento dos nossos protagonista, depois de muito custo, Jacob entendeu que não tinha sido algo intencional por parte de Cloe, e assim a vida deles seguiu. Já que haviam aprendido que como Jesus, eles deveriam perdoar.
Oiê apareci!
Tadinho do Jacob... 🤣🤣🤣🤣
Rindo com respeito!É isso pessoas...
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Hater de Natal - Conto ✔️
RomansaSabe aquelas histórias fofas de melhores amigos que cresceram juntos. Pois então, essa não é assim. Digamos que o clima de inimizade e implicância entre Cloe e Jacob vem dos primórdios de sua infância. Com os pais trabalhando para o exército e send...