Alexandre
♥
Chegar em casa desde que tinha me separado era um misto de paz e solidão. Tinha passado os últimos anos dividindo um lar com alguém, Ana sempre chegava antes de mim, e agora ter um apartamento vazio e silencioso as vezes deixava tudo muito melancólico.
Tirei a roupa e troquei por uma roupa confortável para sair para correr, eu sentia que era necessário eu cansar minha mente para tirar ela da cabeça.
Não, não Ana.
Ludovica.
Caralho.
Desci para a rua e conectei os fones de ouvido no celular que estava no meu bolso, comecei a corrida e acelerei cada vez mais tentando limpar a mente.
Tinha passado a tarde ansioso me lembrando do tempo juntos que eu e Ludovica compartilhamos preso naquele elevador, era estranho eu ter que admitir que aquele incidente tinha sido o máximo de emoção que eu tinha sentido nos últimos tempos.
Me lembrei das palavras gritadas de Ana no nosso último encontro antes de assinarmos o divórcio, ela colocou a culpa do fracasso do nosso casamento em mim. E talvez não estivesse errada, eu não tinha me dedicado ao nosso relacionamento como eu me dediquei para conquista-la, deixei que os ciúmes doentios dela fossem alimentados a cada vez que preferi escolher minha carreira, sentia definitivamente falta do cara que eu era aos dezesseis, não um jovem sem escrúpulos, apenas um cara que realmente gostava de viver.
Parei em um quiosque afim de comprar uma garrafa de água e vi de relance alguém que me chamou atenção quando ainda tomava o meu primeiro gole.
Aquele não era o namorado de Ludovica? Pensei que eles estavam em um encontro. "Nós marcamos de ir ao cinema" Ela tinha me dito sem a intenção de me irritar, mas tinha conseguido.
Gabriel parecia também estar correndo por ali, diferente de mim ele estava acompanhado de outro homem.
Não era novidade que eu era um fofoqueiro curioso filho da puta, dei a volta e parei atrás de uma árvore bem perto de onde ele estava, dali ele não podia me ver, mas eu podia não só o ver como também escutá-lo.
— Você está de brincadeira? Eu não vou namorar com aquele cara, ele definitivamente não faz meu tipo. — Ele falou tranquilamente e meu queixo caiu. Como é que é?
— Ele está apaixonado por você, eu percebi isso naquele dia que saímos todos juntos.
— Ludovica disse o mesmo. — A voz de Gabriel surgiu de novo e até citou o nome dela. Espera. Gabriel era gay?
— Se seus dois melhores amigos estão dizendo, porque não dá o braço a torcer?
— Porque eu não quero. Pegue ele pra vocês. — Ele falou e eu me coloquei de pé para ir embora, já tinha escutado tudo que eu precisava escutar.
Quando voltei para casa meti uma comida congelada no micro-ondas e fui para o quarto para tomar banho com um sorriso que não saia da cara.
Tempo depois usando apenas minha calca de pijama, metendo uma lasanha que apesar de estar pelando por fora ainda tinha partes geladas no interior e analisando um dos contratos que havia trago para casa eu ainda não conseguia parar de pensar em porque Ludovica tinha escolhido fingir que seu amigo era seu namorado.
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Amor pra recomeçar
RomansaO último herdeiro Zotin está de volta para contar sua história. Recém-separado, Alexandre Zotin precisa encontrar de volta o que sente que perdeu, um pouco de amor pode ajudar? <Plágio é crime> <conteúdo adulto>