Get on your dancing shoes

There's one thing on your mind

Hoping they're looking for you

Sure you'll be rummaging through

(Coloque seus sapatos de dança

Só tem uma coisa em sua cabeça

Esperando que eles estejam esperando por você

Com certeza você vai ficar procurando por aí)

(Arctic Monkeys – Dancing shoes)


- Marcus!

Chamei-o ainda com a boca cheia do sanduíche de frango com cenoura que engolia no meu lanche da tarde.

- Oi. – ele sorriu parando no hall da entrada e tirando o casaco azul claro. – Eu estou passando rápido, só para falar com o Carter. – apontou para o corredor. – A Betty tem ultrassom daqui a pouco.

- Que legal! – limpei minha boca com o guardanapo. – Vocês já sabem o que são?

- Estamos tentando ver, talvez hoje seja o dia de sorte. – esfregou as mãos.

- Quero saber depois, ok?

- Claro. – ele assentiu e indicou que ia para o escritório.

- Ei. – falei mais alto e empurrei meus óculos. – Hum... posso pedir uma coisa?

Marcus não disse nada, só me fitou com expectativa.

- Hum... eu sei que o estúdio lá em cima fica vago depois das 20h. – apontei para o teto. – Eu queria saber se posso usar, prometo que deixo tudo ajeitadinho. Não vou aprontar nada!

- Você dança?

- Sou bailarina, e tenho um espaço no meu apartamento, mas nada comparado ao que tem aqui. – encolhi meus ombros. – Preciso treinar mais, e desde que vi aquele piso, espelhos, o sistema de som, tem até um globo lá. – me empolguei. – Não consigo pensar em outra coisa, por favor! – juntei as mãos e fiz minha cara de pidona.

- Sem problemas, criança. – bagunçou meu cabelo loiro que estava solto. – Vou apenas falar com Carter, mas sei que ele não vai achar ruim.

- Obrigada.

Marcus voltou para sua direção e eu fiz uma dancinha rápida de comemoração. Ele só teria que falar com o Sr Carter, ou Anthony, sei lá. Era estranho chama-lo de Sr, deveria ter no máximo 23 anos. Mas eu era formal com ele, como era de se esperar. Via-o pouco, ele só passava pelo hall e me cumprimentava ou eu observava ele ir na direção das piscinas. Sr Carter era mais na dele, às vezes eu chegava a pensar que ele me evitava, mas eram só 3 dias de trabalho. Não tinha como ter uma opinião. Talvez ele tivesse me contratado, mas me detestasse, eu não fui exatamente amigável na minha entrevista. E ok! Eu morria de vergonha pelo meu comentário ter soado ofensivo devido ao fato dele ser cadeirante. Só de lembrar meu rosto já queimava.

- Boa tarde. – a porta se abriu e duas meninas negras entravam para treinar.

- Boa tarde. – sorri para elas e voltei à atenção para o que eu era paga para fazer.

***

- Preciso falar com Anthony, é urgente.

Um cara alto de terno caro havia entrado por volta das 5h da tarde de terça-feira na recepção. E bateu a mão no meu balcão.

Passos Perfeitos (Girls from Staten Island - livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora