Well, now then, mardy burn

Oh, I'm trouble again

Aren't I?

(Bem, agora, sua mimada

Oh, eu estou encrencado de novo

Não estou)

(Arctic Monkeys – Mardy burn)


A clínica onde Carter ia ficava a uns 40 minutos da academia. Ele me buscou em casa na manhã seguinte e para minha alegria, o fisioterapeuta/tio dele amou a ideia da dança. Deu algumas recomendações como: as aulas não durarem mais que 20 minutos, se Carter sentisse dor extrema deveríamos parar, ele não poderia cair (em hipótese alguma) e que fossem ritmos leves a princípio. Qualquer prejuízo ao progresso dele seria manifestado nos exames e pararíamos imediatamente com as aulas.

Eu concordei com os termos. Meu chefe, era agora também meu aluno. Então concordamos em começar as aulas 1h antes do meu horário, por 3 vezes na semana, ele se ofereceu para me buscar no meu apartamento nos dias de aula.

Por mim iniciaríamos no dia seguinte, já estava com a mente trabalhando em algumas músicas.

Ás vezes minha ansiedade me assustava.

***

A. CARTER: "Vamos começar na segunda, preciso me preparar psicologicamente"

Estava cozinhando o jantar para mim e Barb quando recebi a mensagem dele.

"Fracote"

A. CARTER: "Tenha piedade, professora"

"Segunda-feira! Sem desculpas. Use uma roupa leve"

A. CARTER: "O q isso quer dizer?"

Soltei uma gargalhada e o provoquei mandando uma imagem com uma foto de um bailarino com collant.

A. CARTER: "Nem morto. Corto seu salário"

"KKKKKKK Uma camiseta e um short serve. NADA DE JEANS!"

A. CARTER: "Sim senhora"

- Isso vai ser divertido. – murmurei para mim mesma.

***

- Essa é sua roupa de dança?

Terminei de me esticar e avistei Carter entrar usando um uniforme de basquete antigo.

- Não vamos dançar break, cara. – levantei dando risada.

- Me desculpa princesinha. – apontou para meu collant roxo e blusa branca. – Não deu para minha mamãe comprar meu tutu no fim de semana.

- Chato. – mostrei a língua.

- Mimada.

- Sou sua professora! – coloquei as mãos na cintura.

- Sou seu chefe! – ele sorriu e foi levando a cadeira até uma das barras.

- Precisa de ajuda para alongar? – me ofereci.

- Seria bom. – assentiu.

Carter travou as rodas da cadeira, tirou os tênis e as meias e se segurando na barra se ergueu, virando-se para mim. Deu alguns passos com as mãos ainda atrás na barra, fazendo um pouco de careta. Ele estendeu o pé e indicou que eu puxasse sua perna, assim o fiz, duas vezes. Circulei o pé dele e obedeci outras sugestões que ele foi dando.

Passos Perfeitos (Girls from Staten Island - livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora