O plano

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1 semana depois.

Elliot.

Desde que Nikolai falou sobre a misteriosa investigadora ser uma dos minguantes, tenho me mantido vidrado nisso. Os mais antigos do Clã Vermelho sempre dizem; ‘‘onde há um Minguante, sempre há uma Triska’’, e acredito muito nessa possibilidade. Agora precisamos encontrar a bruxa, o que não será tarefa fácil, considerando o sigilo que devemos manter sobre nossa verdadeira natureza.

― Se ela for mesmo uma minguante, por que acham que ela estaria disposta a nos ajudar? Ainda mais para encobrir a trilha de corpos que nós deixamos para trás? ― Se manifesta minha irmã, rompendo meus pensamentos.

― Temos que arranjar um motivo para chantageá-la, algo que a faça ter medo de nos entregar ― Sugiro, tentando pensar em algo.

Uma ideia surge instantaneamente ao olhar para Niko e seu olho roxo.

Dah faz o mesmo, ela provavelmente tem a mesma ideia.

― Ah não! Nem me olhem com essas caras, já sei que não vem coisa boa quando fazem isso! ― Balança a cabeça em negação e levanta do sofá.

Gostando ou não, terá que cooperar.

― A menos que queira ir parar na cadeia, senta na porcaria do sofá e escuta ― Ordeno com toda autoridade que tento passar, embora seja inútil com ele. ― Você é o único que pode fazer isso entre nós e não há discussão.

Niko joga a cabeça para trás feito uma criança birrenta, resmungando.

― Diga-nos seu plano brilhante, irmão ― Nossa irmã suspira preguiçosamente. Levanto-me para expressar melhor o plano.

― Nikolai já conhece a tal investigadora, então usaremos ele de isca, ou melhor, distração, assim poderemos botar o plano em prática, enquanto ele a distrai ― expresso, calculando cada passo nos menores detalhes.

― Que plano é esse, fala de uma vez! ― Ele perde a paciência.

― Teremos somente uma chance, portanto vocês não podem falhar, é o seguinte... ― Paro e pego uma caneta, e um pedaço de papel qualquer. ― Chegaremos separados, Nikolai irá até ela, enquanto isso, entraremos na casa e vasculhamos tudo que pudermos, em busca de alguma pista que nos ajude a usar isso contra ela ― explico, riscando o papel apoiado na parede.

― A questão é; que motivos arranjamos para encontrá-la, enquanto vocês estarão em ação, como vou distrair a maluca? Não estou a fim de ganhar outro olho roxo ― Questiona Niko, irritado.

― Arranje uma desculpa, invente qualquer coisa, apareça de repente feito uma assombração, como fazia quando éramos pequenos, sei lá... só a distraia, nós agiremos rápido ― falo.

É tarefa fácil distrair alguém, mas isso pode vir acompanhado de consequências nada agradáveis, considerando a última vez. Não que meu irmão se importe com isso.

Talvez goste da adrenalina de levar um soco bem mais do que imaginamos.

― Quando? ― Pergunta Dakota.

― Hoje mesmo, às onze horas, na esquina da rua do hospital, ao meu sinal ― Respondo, amassando o papel. Niko bufa e murmura algo, contrariado.

― Como sabe onde ela estará? ― Franze as sobrancelhas loiras para mim.

― Andei seguindo-a nos últimos dias, você sabe, é a arte de ser um Krieger ― Me gabo, pois mereço o mérito.

Já fiz isso várias outras vezes e confesso (embora todos tenham sido homens), tem algo excitante em seguir um provável inimigo. 

― Não se gabe tanto, dessa vez não estamos lidando com uma simples obsessão sua, nossas vidas estão em jogo agora, é tudo ou nada ― retruca Nikolai, com uma expressão nada otimista.

Recebo uma mensagem em meu celular, discretamente vou ao banheiro, não quero que meus irmãos vejam quem a mandou, Dakota saberá quando entrar nos meus pensamentos, coisa que acontece com muita frequência e não posso culpá-la, pois ela é uma loba com capacidades psíquicas muito além do seu controle.

Ao ver a mensagem, tenho a certeza, de que não importa quanto fugimos, o passado sempre nos alcança. 

Ao sair do banheiro, dou de frente com Dakota, ela põe os olhos castanhos iguais aos da minha mãe sobre mim, quase me acusando. É impossível esconder qualquer coisa nessa casa. 

É ela, não é? — Sua seriedade se esvai, dando lugar a angústia que recai sobre seu rosto, em seguida um suspiro profundo. 

 

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