8. é tudo verdade

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Se conviver com Andrew sem sexo era difícil, depois do sexo ficou pior, tudo o que eu pensava quando estávamos juntos era nele e em seu pênis super gostoso, eu não conseguia apenas ter ele dentro de mim, tinha que lamber, chupar e tocar, eu me sentia como uma viciada, meu vicio se chamava Andrew

  ele não parecia deixar por menos, sempre com alguma novidade um jogo diferente, um lugar, suas palavras atiçavam minha libido me fazendo delirar antes mesmo dele me penetrar, beijos, caricias, nossa intimidade estava cada dia maior, mesmo sem as palavras de amor eterno, sem promessas de futuro, que não nos faziam falta, eu me sentia ligada a ele mais a cada dia, e apesar de sentir medo, eu também sentia o desejo de viver isso, eu tinha o direito, todos tem o direito de viver uma grande aventura, que chamam tolamente de “paixão avassaladora” chamem do que quiser, eu chamo de aventura, e essa palavra me servia bem, a questão era que a cada dia Andrew parecia menos satisfeito com minhas escolhas, minha forma fria de agir, ele queria entrar em um território proibido, meu passado era só meu, eu não queria ninguém nele, tinha vergonha, nojo, raiva e medo de tudo o que vivi, lembrar só me fazia ficar pior, como se o que chamo de coração ficasse mais frio e duro, e ele não entendia isso, mais a questão era ele também não me deixava entrar no passado dele.

Mais dias se passaram, Derek parecia uma sombra, de um rapaz generoso ele se tornou perigoso, duas cartas em apenas cinco dias, olhei elas, como ele descobriu tanto do meu passado? Eu conseguia ouvir seu tom ameaçador em cada palavra escrita, enquanto ele cuspia elas, narrando suas descobertas, meu corpo tremeu involuntariamente, ler a verdade da minha vida era pior que lembrar, e ler aquela palavra repetidas vezes me enojou “prostituta, prostituta, prostituta”, era como se gritassem em meu ouvido, nojo, era a palavra certa, tinha nojo das minhas escolhas, levantei da cama jogando minha roupas pelo caminho liguei meu chuveiro e fiquei debaixo da agua, não era suficiente me sentia suja, peguei a espoja e comecei a esfregar com força, sentia minha pele ardendo, minhas unhas tocavam ele junto com a espoja, doía muito mas eu não conseguia parar

  as lagrimas começaram a cair se misturando a agua, era dor e raiva, nojo, magoa, eu me culpava, mais culpava eles, meus pais que nunca me deram amor, era culpa deles tudo isso, daquele maldito que abusou de mim, ouvi uma voz, não era a minha

- não me esperou? – Andrew parecia estar rindo, ele parou quando abriu a porta do banheiro – Mer – sua voz era confusa, ele me alcançou fechando o chuveiro, e me envolvendo em uma toalha, as lagrimas ainda caiam sem parar, ele me pegou nos braços como um bebe e me levou para a cama, estava molhando a cama toda

  Andrew me deixou por uns minutos e voltou com toalhas e uma caixinha de primeiros socorros, meu corpo tremia pelas lagrimas que não paravam de cair, ele me enxugou depois começou a limpar alguma coisa, eu não conseguia olhar as lagrimas não permitiam, senti por um tempo ele deslizando o algodão em minha pele, depois só a inconsciência, acabei dormindo?

  Deveria ser eu estava sonhando, Andrew deslizava suas mãos por meu corpo, estávamos na cama, eu o sentia dentro de mim, meus gemidos escapavam, ele chamava por mim, abri meus olhos para ver os dele não era Andrew, era ele, meu pai, tentei me afastar mas ele me segurou, eu gritei

- para – estava chorando

- ei calma – Andrew me abraçou – shhh, esta tudo bem querida, shhh, foi só um pesadelo – ele me chamou de querida?

  Eu não me importei, gostei de ouvir, suas mãos deslizavam por minha costa nua, deitei minha cabeça em seu peito deixando ele me acalmar, poderia tentar negar ate para mim mesma, mas Andrew estava derretendo meu coração gelado, eu queria que ele conseguisse, seus lábios tocaram meu cabelo – já passou

- que horas são?

- quase sete da manha – ele murmurou

- tenho que ir trabalhar – tentei me mover mas ele não deixou

Coração de FerroOnde histórias criam vida. Descubra agora