10. vamos tentar

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Acordei me sentindo estranha, depois do banho me vestindevagar pensando no que eu tinha feito, não que eu achava que uma menina de 10 anos iria me chamar de mãe, nem de longe, tamb sabia que Andrew não me exigiria nada, mas ainda sim teria uma criança correndo pela casa, será que eu estava pronta pra isso? Não, eu sabia que não, mas Andrew merecia ter a filha

  Terminei de me vestir e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, calcei saltos, não queria ter aparência de “dona de casa”, apenas de uma mulher que curte a família, as oito estava sentada ao lado de Andrew não falávamos, parecíamos duas estatuas quando a campainha tocou

- eu abro – levantei e caminhei para a porta, abri e vi duas mulheres usando crachá que indicavam ser conselheiras tutelar – bom dia

- bom dia, sou angela

- sou Maria – a outra sorriu

- Meredith – apertei a mão das duas – entrem

- bom dia – Andrew levantou com um sorriso de menino

- Andrew DeLuca? – Maria perguntou

- sim – ele concordou

- podemos conversar com os dois? – ela pediu

- claro – falamos juntos – sentem – indiquei o sofá, Andrew pegou minha mão e me guiou para o outro sofá, ele não ficou segurando minha mão quando sentamos, sabíamos que era falso demais

- são perguntas básicas, para sabermos se o senhor Andrew tem um lar estável para cuidar de Isabella

- pode perguntar – ele falou

- qual seu trabalho?

- atualmente, ajudo na administração da empresa de Mer, cuido da parte de de preparação das frutas, o financeiro e com ela – ele riu cativante

- a quanto tempo estão juntos?

- quase um ano – ele respondeu

- dez meses – completei, com um sorriso que dizia “homens nunca sabem de datas”, elas riram compreensivas

- e a quanto tempo mora aqui?

- quatro meses – ele acertou

- tem a pretensão de casar?

- só estamos esperando Isabella vir morar aqui para concretizarmos os planos – respondi

- angela pode conhecer a casa com você? – Maria me fitou

- claro, venha – levantei prestativa toquei o rosto de Andrew e sorri para ele – quer começar por onde?

- vocês já tem o quarto da criança?

- sim e não – indiquei as escadas – já estamos preparando tudo, compramos os moveis, mais os antigos ainda estão sendo retirados, mandaremos pintar, ate ela chegar estará tudo pronto

- e escola?

- escolhi uma ótima, você já ouviu sobre a crianças do amanha?

- e uma boa escola – sábio Felipe, sorri

- sabe, esta sendo uma novidade, eu nunca me imaginei casando e com filhos, mais ouvir Andrew me falando de bella, me fez querer isso, não posso afirmar que vou ser boa para ela, mais eu sei que posso ser, eu quero, acho que pode dar certo

- a senhora...

- não me chame assim - pedi

- você e a primeira pessoa que diz a verdade, normalmente as pessoas exageram na cena

- acho que minha relação com Andrew e só uma parte muito pequena dessa equação, ninguém quer saber se somos fogosos na cama, a questão e se temos condições de cuidar de uma criança, eu tenho medo por ela ser filha dele, ela perdeu a mãe e só teve os avós, não sei se vou ser bem aceita, isso me deixa insegura -  continuamos a andar pela casa, voltamos para a sala e eu ainda falava – mais nunca fugi de um desafio, passei muitas situações, fome e frio, perdi meus pais muito cedo, por isso sei o que e ficar longe deles, não acho justo Bella ser mantida longe do pai – sentei ao lado de Andrew tocando suas mãos – conversaram muito?

- Maria estava perguntando a pouco sobre você

- você exagerou? – perguntei rindo

- disse apenas que você era decidida, e quando falei sobre pedir a guarda da Bella você me olhou e disse, “não sei se estou pronta” mais depois entrou comigo nessa luta com unhas e dentes, enquanto eu só pensava em conseguir, você já estava providenciando a escola e as outras coisas

- mulheres são melhores nisso – brinquei – mais é exagero

- acho que temos o suficiente – Maria olhou angela que concordou – ótimo, você recebera uma notificação coma data da audiência

- obrigado – Andrew levantou e as acompanhou ate a porta – bom dia

- bom dia – elas responderam

Quando elas finalmente se foram, olhei Andrew e desejei beijar ele, observei enquanto ele caminhava e minha direção, sentando muito perto, ele pegou minha mão e levou para seu coração

- você esta me dando a esperança de ter minha menina comigo, obrigado

- não por isso – sorri docemente – você me parece ser um bom pai

-  eu sei que não quer me contar sobre seu passado, e nao vou pedir isso, mas me deixa estar com você agora, no presente

- por que vai querer alguém que se vendeu? - minha voz saiu amarga

- eu matei pessoas, muitas... Talvez inocentes... Mais não foi escolha minha - Andrew passou a mão por meu rosto

- não sei se consigo

- sabe que não temos como saber o futuro.... Sonhei com uma vida toda ao lado de Anna, mas ela morreu

- e o que quer de mim? - perguntei

- somos noivos agora - ele brincou - podemos aprender a viver com nossos traumas

- e uma menina de 10 anos - lembrei ele

- você não precisa cuidar dela sabe disso - Andrew falava serio

- eu sei... Mas se ela for tão doce e gentil quanto o pai... Vai ser difícil - suspirei e sorri para ele

- isso e um sim? - ele perguntou

- e um vamos tentar - respondi  - se não der certo, Bella vai ter um lar e o pai...

- então e por ela? - ele não gostou

- não... E por mim... Por que eu nunca tive uma família, ou uma pesosa que queira ficar mais que uma noite... Acho que você vai fugir, por que um dia você vai saber tudo e vai me deixar

- ou posso ficar - ele murmurou

- vou cruzar os dedos - falei sem sorrir

- Meredith - Andrew passou os dedos por meu rosto - vamos um passo de cada vez

- um passo de cada vez - concordei

Andrew passou a mão por minha cintura e me beijou, eu adorava aquele beijo dele, era suave e doce, me fazia querer estar sempre ali nos braços dele, mesmo eu sentindo um medo extremo de dar errado, por que minha vida era assim, quando eu estava feliz algo de ruim acontecia

  

Coração de FerroOnde histórias criam vida. Descubra agora