10

160 8 6
                                    

Anastácia:

  O dia amanheceu e eu acordei no chão daquela cela imunda. Estava faminta, pois ninguém havia me trazido algo para comer desde ontem.

  Senti algo em minha barriga, me levantei gritando, eram baratas nojentas, não bastava só isso, ainda vi um rato correndo para sua toca. Fui para a porta com muito nojo de estar ali.

  Eu nem olhava para o esqueleto de pessoa que estava pendurado na parede com as mãos em cadeias, me dava arrepios, isso mostra que o Sr Frederic não perdoa e castiga severamente e sem piedade. Pobre pessoa, não sei o que fez para ser preso, mas acho que isso não se faz com um ser humano.

Afonso:

  - Ei parceiro! - Ei cumprimentei um colega.

  - Eii... e aí? - Ele respondeu.

  - Vistes a Anastácia? Desde ontem não a vejo... - Lhe perguntei.

  - Não sabes?!

  - Do que?

  Ele olhou pra mim com cara de estranheza e respondeu:

  - Ela foi levada ao calabouço por ordem do patrão.

  Fiquei pasmo, não podia acreditar.

  - Só podes estar a brincar com a minha cara. - Falei.

  - É sério! Você não viu? Ontem ela foi acusada de roubo e levaram-na para lá.

  - Eu estava no campo, por isso não soube. - Respondí coçando a cabeça.

  - O patrão não tem dó de ninguém.
Corri para a cozinha, falar com as cozinheiras. Entrei lá correndo.

  - Ouh...! O que é isso seu Afonso? - Dona Branca falou.

  - Desculpa dona Branca é que eu soube que a senhorita Anastácia foi levada ao calabouço! - Eu falei com a respiração ofegante.

  As mulheres olharam uma para as outras um pouco cabisbaixas.

  - Sim é verdade. - Dona Branca respondeu.

  - E o que ela fez? - Perguntei à elas.

  - A noiva do sr Harry a acusou de roubo. - Madalena respondeu.

  - Mas não sabemos se isso é realmente verdade, pois as senhoras a mandaram arrumar suas coisas e logo que a Anastácia terminou, lady Kate sentiu falta de um colar. - Celeste explicou.

  - Não acredito que seja verdade! - Eu disse um pouco revoltado.

  - É por isso que queremos investigar essa história. - Dona Branca falou.

  - Eu ajudo! - Me ofereci.

  - Que bom! Tudo que precisamos descobrir é quem foi que colocou o colar nas coisas da Anastácia. - Madalena disse.

  - Mas e se descobrirmos, como vamos fazer para que acreditem em nossa palavra? - Perguntei.

  Olhamos uns para os outros e nesse instante o sr Harry entrou na cozinha.

Harry:

  Ouvi as cozinheiras a conversar com o estribeiro Afonso. Tentei ouvir bem o que diziam e entendi que falavam da Anastácia.

  Entrei na cozinha e eles fizeram silêncio.

  - Pois não senhor? - Disseram juntos.

  - Sobre o que estavam conversando? - Perguntei.

  - Perdão sr Harry, já estamos a realizar nossos serviços. - Afonso disse querendo se retirar.

  - Não responderam minha pergunta. - Falei sério deixando-os um pouco tensos. Era sobre a senhorita que foi levada à prisão por meu pai, não era?

À procura do destino [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora