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Anastácia:

  O sr Harry abriu a porta e estendeu a mão para eu ir para fora. Me levantei e fui até lá.

  - Não disse que iria sair assim que descobriremos a verdade? - Ele me falou sorrindo.

  - E quem foi o culpado? - Perguntei.

  - Minha ex-noiva. - Ele respondeu.

  - Ex? Quer dizer que vocês...

  - Exatamente. Amanhã mesmo ela e sua mãe irão embora.

  Fiquei espantada com a notícia.

  - Sinto muito por ter acabado assim. Deve estar muito mal. - Falei sem jeito.

  - Na verdade não. Sinto que me aliviei de algo que já não me fazia bem. - Ele respondeu me deixando mais admirada.

  - Vamos logo embora daqui. Aqui é o pior lugar para uma moça como você ficar. - Ele mudou de assunto.

  Fiquei sem jeito novamente, sorri para ele e caminhamos nos corredores. Foi um alegria muito grande ao ver a luz no fim do túnel, sai e respirei o ar fresco. Me emocionei.

  - O que houve? - Harry perguntou-me ao ver que eu estava com a mão na boca.

  - Apenas estou feliz por estar livre, senhor Harry. - Respondí.

  - É muito bom mesmo a liberdade. Digo por experiência própria, quando eu era pequeno, meu pai me obrigava a fazer algumas coisas que eu não gostava, e até me batia às vezes por eu reclamar. Assim que fiquei adulto, pude viajar e por isso passei um ano fora. - Ele confessou.

  - Nossa... - Falei.

  - Pois é... não se preocupe agora ninguém irá acusá-la. - Ele me falou.

  Abaixei a cabeça.

  - O que houve? Falei alguma coisa errada?

  - É que... não sei se quero continuar a trabalhar aqui. Já causei muitos problemas, e sinto que você ter terminado seu noivado foi culpa minha também. - Falei triste.

  - Você não tem culpa de nada e eu devo lhe pedir perdão por estar sofrendo tanto aqui. - Harry se desculpou.

  - É assim que os serviçais são tratados, não tem como evitar, nós os camponeses nascemos para servir aos senhores. - Respondí.

  - Mas eu não sou um carrasco como a maioria dos senhores de terras. - Ele se defendeu.

  - Perdão por ter dito isso então. - Falei. - O senhor tem sido muito generoso comigo desde que chegou. Obrigada.

  - Não há de quê. - Ele respondeu sorrindo.

  O sol já estava se pondo, então voltamos pra casa. Chegando no jardim da frente, encontramos Afonso. Ele ficou feliz ao me ver e tirou o chapéu para o sr Harry.

  Entramos pela porta e o Sr Frederic já estava a nos esperar junto com a sra Adelaide e sua filha Kate.

  - Me diga Harry, quem te deu permissão para soltar essa empregada? E que história é essa de terminar o noivado com a senhorita Kate? - O patrão estava zangado.

  - Olha meu pai, não sei se já lhe contaram mas essas duas mulheres me enganaram, por isso as mandei embora. - Harry respondeu.

  - E não vejo a hora! - Kate falou - E sei que assim que sairmos desta casa, você junto dessa criada esfarrapada - Ela apontou para mim - irão festejar muito, não é mesmo?

À procura do destino [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora