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Carol on

A noite se passou meio agitada, se lembra de quando disse que as coisas dentro de uma UTI são incertas?

Pois bem, as coisas realmente são, sua saída dela foi adiada, Day teve uma febre alta e repentina no meio da noite.

Os médicos falaram que era algo bom de certo modo.

Agora sabemos que seu corpo está reagindo sozinho.

Após sua febre ser estabilizada, eles decretaram que iriam retirar os sedativos, na esperança de ver com seu corpo iria reagir, e só depois disso iríamos conversar sobre sua troca de quarto.

Agora estou aqui na recepção, me preparando para ir pra casa.

Dona Selma me mandou(praticamente obrigou) ir pra casa descansar.

Alegando que não adiantaria de nada ficar ao seu aguarde desgastada.

Disse também que precisaria ser forte, forte para o que estava por vir. E no meu estado atual, não daria conta de tudo.

Seria quase que uma tarefa insana.

Depois da conversa que tivemos com o médico essa manhã, sabíamos que o pior ainda estava por vir.

E dessa vez, nada estava no nosso controle muito menos no direito de escolha.

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Agora eram por volta das dez, tinha recém acordado por conta de uma ligação.
Dona Selma me ligou de repente, está eufórica e bastante feliz.
Logo fiquei curiosa, por que até então, ambas estávamos nos corroendo de cólicas. Temendo pelo pior.

Mas não.

A realidade pela primeira vez em dias se tornou bela.

Como se toda aquela tragédia fosse apenas um surto coletivo de nossas mentes.

Como se as coisas finalmente estivessem encontrado seu ponto de equilíbrio.

E pela primeira vez em semanas pude me permitir sorrir.

Sorrir, pois Day estava realmente bem.

Sua mãe me contou que a mesma estava reagindo perfeitamente bem, sem todas aqueles sedativos e agora era uma questão de tempo até que a mesma acordasse.

Nessa altura do campeonato não ligava mais para o que iria vir a seguir.
Não ligava se a mesma decidisse me retirar de sua vida, caso fizesse estaria no seu direito.

Eu a amo do fundo de minha alma, e se fosse melhor para ela deixá-la partir, que assim seja.

Afinal, almas gêmeas sempre se encontram... Não é mesmo?

Talvez não nessa vida.
Talvez ainda precise apreender muito nessa, e quem sabe na próxima tentar de novo.

Agora nesse exato momento só importava duas coisas.

Minha garota estava bem, nossos filhos estavam bem.

Mesmo que ainda existisse um equívoco no meio desse "estar bem".

Sinto que aos poucos as coisas tomariam seu rumo.

E a tranquilidade retornará.

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O relógio anunciava exatamente cinco e meia da tarde.

Os fracos raios soltarem que aos poucos partiam, passavam uma sensação indescritível de tranquilidade.

O céu estava coberto por cores suítes, uma mistura de um azulado gentil banhado a um rosa meio alaranjado e por fim um roxinho quase que imperceptível.

A brisa estava fresca, não muito quente nem muito frio.

A janela do quarto onde Day repousava se encontrava semi aberta.

Eu estava sentada numa cadeira ao lado de seu leito.

Totalmente emergida em pensamentos externos.
Sem um foco na verdade.

A algumas horas atrás, tinha chorado horrores junto a toda Selma, quando finalmente pudemos ter a honra de revela.

Seu rosto estava pálido, e ela aparentava estar mais magra porém, saudável.

Saudável na medida do possível.

Sua barriga estava bastante avantajada.

Mais também, com quatro crianças presentes em seu interior não poderia imaginar menos.

Agora parando pra pensar.

Como essa mulher é forte.

Carregando quatro crianças em seu ventre, e ainda por cima quase perdera sua vida por causa de um bêbado inconsequente.

A mulher permanecia ali.

Firme.

Aguentando tudo.

Sinceramente, tenho um respeito e admiração enorme por ela.

E as vezes quando paro para pensar nessas coisas, o arrependimento volta a me assolar.

Não como antes.

Mas mesmo assim dói.

E muito, um aperto sem igual.

Meu anjo passou por muita coisa nesses últimos tempos.

Uma notícia que era pra ser algo bom e feliz, se tornou num caos.

Meu deus! Se um dia ela me perdoar e se me quiser ainda, prometo fazer o possível e o impossível para me redimir.

Se isso um dia for possível.

Hoje, depois de tudo, consigo enxergar tudo com clareza.

E uma alegria sem igual me toma.

Afinal, são nossas crianças.
Nossas tão esperadas crianças...

Hoje sinto um amor e carinho profundo por todas, até mesmo pelas que partiram.

Não quero que nada de ruim aconteça com as mesmas.

Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para tornar a vida delas a mais feliz e repleta de amor possível.

E quem sabe, uma dia elas possam me perdoar, pelas atrocidades que cometi no passado.

E para vocês meus pequenos anjos que repousam tranquilamente no céu estrelado.

Será que vocês iriam perdoar essa idiota impulsiva algum dia?

Para meus pensamentos um pouco, olho o céu, agora pegas estrelas davam as caras.

Involuntariamente sorrio, pensando se essas duas estrelinhas que me observavam ao longe poderiam ser eles.

Delicadamente passo meus dedos em meu rosto, enxugando uma lágrima que nem tinha percebido ali.

Suspiro alto, ainda anestesia por pensamentos.

Quando, quase que imperceptível escuto uma voz baixinha...

E ao me virar em direção a minha amada a encontro me olhando.

Suas íris castanhas pareciam meio perdidas.

E a mesma sorria de leve.

Gentilmente, escuto sua doce voz me chamar novamente.

E aquele pedido aqueceu meu coração.

Por quantas noites chorei, rogando aos céus para poder ouvir sua voz mais uma vez.

Nem que seja só para ouvi-la me xingar.

Um sorriso quase que imediato veio a tona.

Algo em meu peito se aqueceu como nunca.
Me levantei e fui até a mesma, meio perdida e tão anestesiada quanto ela.

Cheguei ao seu lado, e gentilmente lhe acariciei o rosto.
As lágrimas desciam sem dó, muitos sentimentos foram a florados.

"Carol...amor".

A mesma dizia baixinho, sentindo o afago do contato de meus dedos gelados em sua Buchecha quentinha.

Como pode ser tão perfeita?

Ela gentilmente, coloca sua mão sobre a minha.

E falando algo que me surpreendeu de diversas formas.

"Senti saudades...".

Agora ambas chorávamos.

Não sei como vai ser o dia de amanhã, mas, no momento nada mais importava.

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Continua...

Mais um capítulo aí pra vocês, por favor, não me matem, tive alguns problemas tanto pessoais como externos.

E afins, não estava conseguindo postar.

Primeiro, quero agradecer por não terem esquecido dessa história.

Segundo, chegamos a 1k, obrigada por todos que leem e gostam dessa obra. Fiquei muito feliz quando vi, e juro que chorei.

Enfim, obrigada e desculpa pela demora.
Estamos oficialmente na reta final, apenas mais 3 caps, porém se vocês quiserem posso fazer um bônus em homenagem ao 1k.

O que acham?

Bem era isso, beijos da titia que ama todos vocês.

Nosso Bebê...Onde histórias criam vida. Descubra agora