In Your Arms

Décimo Primeiro

Não ousava ter esperanças, mas parecia que ele podia ter razão. Naruto comprou uma bengala negra fina, que parecia mais um complemento sexy do que alguma coisa que realmente usava para se apoiar, e todas as manhãs Sai o levava de carro para o trabalho.

A princípio, Sakura se afligia durante todo o tempo em que ficava fora. Temia que pudesse cair e se machucar, que tentasse se esforçar demais e se cansar, depois de uma semana, foi obrigada a admitir que o desafio de trabalhar de novo lhe fazia muito bem. Ao contrário de cair, cada dia parecia melhor, andando mais depressa e com menos dificuldade. Nem precisava temer que estivesse se esforçando demais, estava em excelentes condições, graças ao programa que criara.

Quase enlouqueceu ao pensar em todas as mulheres com quem fazia contato todos os dias, sabia bem como era atraente, principalmente com aquele leve defeito na perna. Quando voltou para casa no primeiro dia, prendeu a respiração, esperando que ele dissesse alegremente:

- Bem, estava certa, foi apenas uma paixonite e pode partir agora.

Mas nunca disse. Voltava para casa tão ansioso como ia para o trabalho e passavam as tardes na academia ou nadando, se o dia estivesse quente. Dezembro era um mês agradável e a temperatura à tarde era amena, embora à noite caísse para quase ao ponto de congelamento. Naruto decidiu mandar colocar um aquecedor na piscina para que pudessem nadar à noite, mas tinha tanta coisa em mente que estava sempre adiando a instalação. Sakura não se importava se a piscina ficasse aquecida ou não, por que se dar ao trabalho de nadar quando era muito melhor passar as noites nos braços dele?

O que acontecesse, qualquer que fosse o fim determinado para a história, sempre o amaria por havê-la libertado da sua gaiola de medo. Nos braços dele, esquecia o passado e se concentrava apenas no prazer que lhe dava, um prazer que retribuía com todo o coração e alegria.

Era o amante de que precisava, tinha maturidade para compreender as recompensas da paciência e a astúcia de, algumas vezes, ser impaciente. Dava, exigia, acariciava, experimentava, ria, provocava e satisfazia. Sentia-se tão fascinado pelo corpo dela como Sakura pelo dele, e esta era a espécie de admiração aberta de que precisava. Os acontecimentos que a tinham modelado a fizeram cautelosa, mesmo quando esta emoção era felicidade, e a absoluta honestidade com que a tratava deu-lhe o impulso de que precisava para assumir como uma mulher, finalmente segura de sua feminilidade e sexualidade.

Os dias de dezembro foram os mais felizes de sua vida. Conhecera a paz e o contentamento, uma vitória bem grande sobre o terror a que sobrevivera, mas com Naruto era verdadeiramente feliz. A não ser pela ausência de uma cerimônia, podia já estar casada com ele e a cada dia que passava a ideia de ser sua esposa se aprofundava ainda mais em sua mente, mudando de impossível para implausível, então para possível e daí para um amedrontado e esperançoso talvez. Recusava-se a se deixar ir além, com medo, mas começou a sonhar com uma longa extensão de dias, até mesmo anos que se seguiram daquela maneira e se encontrou pensando em nomes de bebês.

Naruto levou-a para fazer compras de Natal, uma coisa que jamais fizera na vida. Ninguém nunca tinha sido tão próximo a ponto de lhe dar ou receber dela um presente e, quando Naruto descobriu isso, embarcou numa cruzada para tornar seu primeiro Natal de verdade, algo que ultrapassasse qualquer coisa que ela imaginasse.

A casa foi decorada numa mistura única e nem sempre lógica de estilos tradicionais e do deserto, cada cactus foi enfeitado com fitas coloridas e até mesmo com bolas decorativas de vidro, se os espinhos tivessem o tamanho para suportá-las. Mandou buscar de avião azevinho e visgo e os manteve na geladeira até a hora de colocá-los e Karui entrou no espírito da estação procurando livros de culinária com receitas típicas de Natal.

Percebeu que todos estavam se dando a tanto trabalho por ela e estava determinada a se jogar completamente nos preparativos e na felicidade. De repente, pareceu que o mundo estava cheio de pessoas que gostavam dela e de quem gostava.