Ele se submeteu aos exercícios de má vontade, mas isso não a incomodava, desde que cooperasse. Seus músculos não sabiam que estava deitado de cara amarrada o tempo todo, os movimentos, os estímulos eram o que importava. Sakura trabalhou sem descanso, alternando exercícios nas pernas com massagens no corpo inteiro. Eram 10:30 quando ouviu o som que estivera inconscientemente esperando a manhã inteira: a batida dos saltos de Karin. Ergueu a cabeça e então Naruto a ouviu também.
- Não! - A voz era rouca - não a deixe me ver assim!
- Está bem - disse calmamente, e jogou o lençol para cobri-lo.
Então foi até a porta, saiu para o corredor e bloqueou a passagem de Karin no momento em que chegava à porta para entrar no quarto de Naruto. A irmã lhe lançou um olhar assustado.
- Naruto está acordado? Ia apenas dar uma olhada, geralmente não se levanta antes do meio-dia.
Não era de admirar que tivesse tão aborrecido quando o fiz acordar antes das seis, pensou Sakura, divertida. Para Karin, disse apenas:
- Estou fazendo exercícios com ele agora.
- Tão cedo? - As sobrancelhas dela se ergueram. - Bem, tenho certeza de que já fez o bastante por hoje. Já que está acordado tão cedo, deve estar pronto para tomar o desjejum. Come tão pouco e não quero que perca nenhuma das refeições. Vou entrar e ver o que gostaria...
Quando tentou dar a volta em Sakura para entrar no quarto de Naruto, a fisioterapeuta deu um passo para o lado até bloquear a porta de novo.
- Sinto muito - disse o mais gentilmente que conseguiu enquanto Karin a olhava, incrédula. - Já tomou o desjejum. Fiz um horário para ele e é importante que o siga. Depois de mais uma hora de exercícios, desceremos para o almoço, se quiser esperar até lá.
Ainda olhava para Sakura como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo.
- Está dizendo... - parou e começou de novo, a voz mais forte - está dizendo que não posso ver meu irmão?
- Neste momento, não. Precisamos terminar os exercícios.
- Naruto sabe que estou aqui? - Exigiu, o rosto subitamente vermelho.
- Sim, sabe, e não quer que o veja agora. Por favor, tente compreender como ele se sente.
Os lindos olhos de Karin se arregalaram.
- Oh! Oh, compreendo! - Talvez compreendesse, mas Sakura duvidava muito. A mágoa brilhou nos olhos dela por um momento, então deu de ombros. - Eu... eu o verei dentro de uma hora, então.
Virou-se e se afastou e Sakura a observou por um instante, vendo os sentimentos feridos em cada linha de suas costas retas. Não era incomum que a pessoa mais próxima de seu paciente sentisse ciúmes da intimidade essencial com a terapeuta, mas sempre se sentia desconfortável quando aquilo acontecia. Sabia que a intimidade era passageira, que assim que se recuperava e não precisava mais de seus serviços, iria para outro caso e o paciente se esqueceria dela. E, no caso de Naruto, não havia motivo de ciúmes, a única emoção que sentia por ela era hostilidade. Quando voltou ao quarto, virou a cabeça para olhá-la.
- Ela se foi? - Havia ansiedade na voz.
- Vai esperar lá embaixo para almoçar com você - Sakura viu o alívio lhe cobrir o rosto.
- Ótimo. Minha irmã... quase morreu de ansiedade quando isso me aconteceu. Ficaria histérica se visse como realmente estou. - A dor escureceu seus olhos. - É especial para mim, praticamente a criei e sou toda a família que tem.
- Não, não é, tem Sasuke.
- Vive tão mergulhado no trabalho que raramente se lembra dela. - rosnou. - Sasuke é um excelente amigo e vice-presidente, mas não é um bom marido.
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In Your Arms
RomanceO amor deles sobreviverá à realidade? Naruto Uzumaki nunca teve medo de nada, acostumado a viver a vida ao extremo à cada oportunidade, só não esperava que o acidente, numa de suas aventuras, tirasse temporariamente sua capacidade de andar e assim c...