"As vantagens de ser invisível"

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Meu corpo se movia de acordo com a música, eu quase havia me perdido demais no meio de todos para perceber Bailey me chamando. Por um milésimo de segundo, perdi a visão do lugar ao notar Bailey me puxar.

—  Não achei que você ficaria tão bêbada. —  Rolei os olhos, eu quase sentia uma parte minha se deliciando em diversão ao ver seu arrependimento, embora uma  outra parte de mim estivesse com receio de estragar mais tudo isso.

— Arrependido?

— Preocupado.—  Corrigiu.

Encarei o chão. Existem altos e baixos  em certos relacionamentos, mesmo os mais insanos, Bailey estava atravessando uma linha entre nós dois, o de espaço pessoal. Eu não poderia culpa-lo, eu o permiti fazer isso.

—  Não vi seu pai ainda. 

—  Talvez porque estava louca dançando? —  Brincou, um pouco mais relaxado, deixando o clima estranho e recente para trás.

Bailey consegue deixar as coisas mais leves com um simples sorriso de canto, ao contrário de mim, que me permito estragar tudo ou deixar o clima em chamas. Não que isso seja algo bom.

—  Posso conhecê-lo agora? — O mesmo assentiu.

—  Vai pedir minha mão? Sabe como é, não quero pular etapas.—  Entrei na brincadeira.

—  Farei isso como uma bela donzela do século vinte e um. — Bailey me encarou por alguns segundos, seus olhos minuciosos me avaliaram como se tentasse encontrar algo que indicasse alguma coisa sobre algo.

No momento eu apenas estava retribuindo seu olhar, até o momento em que seus olhos se encontraram aos meus.

—  Acho que eu também bebi demais. —  Segurei a risada, estando um pouco perdida dentro de mim.

Meu olhar fugiu do seu, caindo sobre um homem mais velho que se aproximou com um sorriso no rosto, bastante semelhante ao de Bailey.

—  Achei vocês, pensei que escaparia da festa sem antes me dar o prazer de conhecê-la. — Esticou sua mão, a apertei. —  Você é a garota que está roubando o coração do meu filho, pois é uma bela ladra.

Ergui o olhar para o mesmo que deu de ombros, controlando a risada, mordi o lábio inferior negando.

—  Acredito que seja o contrário, pai. — Balancei a cabeça para os lados.

—  Passou bem longe disto. —  Pisquei para o mesmo.

—  Gostei dela.

Durante longos minutos, eu conheci Matthew, ou melhor, conheci mais Bailey. Era apenas sobre o mesmo que o pai falava, aquele com certeza tinha orgulho do filho, o brilho em seus olhos eram de esperança que eu notasse o quanto seu filho era um "menino de ouro".

Me peguei pensando se baixar a guarda tinha sido arriscado demais, também poderia ser efeito da bebida, mas me peguei imaginando entrar nos joguinhos de Bailey. Ele era bonito, e inha todo aquele plano mal arquitetado. Mas o "e se..." me seguiu até essemomento.

E se eu desse uma chance?

E se ele estivesse conseguindo o que queria?

E se eu tivesse alguém no próximo ano, ou mais algum idiota que partiria no dia seguinte?

E se eu me permitisse acreditar? Apenas uma vez...

No que droga eu estava pensando? Claro que não! Balancei a minha cabeça como se fosse mover os pensamentos pra outro lugar.

Amor e Outros ClichêsOnde histórias criam vida. Descubra agora