"A Culpa é das Estrelas"

199 39 46
                                    

Estou com algumas coisas acumuladas, então resolvi postar hoje, pois não sei se vou conseguir na segunda.

****

Vaguei meus olhos por todos os lados. Apesar de fazer muito tempo, era estranho reencontrar Joalin, alguém que fez parte da minha vida por tanto tempo, por isso me pareceu gratificante quando eu finalmente pude respirar ao sair do salão.

Já Shivani fazia careta a cada esquina eu virávamos. Enfim, ao pararmos, ela me olhou duvidosa, como se não esperasse estar ali, talvez nem mesmo eu esperasse.

— O metrô? — Me olhou com um sorriso presunçoso no canto dos lábios. — É New York! Aqui tem tantos lugares incríveis e me trouxe ao metrô?

— Não é apenas o metrô. — Indaguei. — Disse que não gosta dos romances, e das mentiras neles, então lhe apresento... a vida real. — Indiquei a entrada pouco movimentada.

Ela caminhou em minha frente, me forcei a não lhe encarar naquele vestido, que estava particularmente bonito em seu corpo.

— Okay, então... Nós temos uns mendigos, vendedores ambulantes, um pônei... oh não! É um rato...— Ironizou.

— Você é muito exagerada. — Sorri involuntariamente ao falar isso. — O metrô é onde encontram inspiração, pessoas, amor, está vendo aquele cara?  — Apontei para o homem de cabelos trançados rodeado de pessoas.— Ele é muito talentoso, mas provavelmente nunca vai sair daqui, fazer sucesso, ou se quer aparecer na TV, talvez nem coma algo amanhã? porém, sabe o que ele vai fazer agora? Vai andar até o homem do outro lado e dar o pouco que ganhou essa noite pra que ele possa ter o que comer.

Não demorou, para que o homem com o instrumento em mãos caminhasse até o colega do outro lado, fazendo o que eu disse.

— Isso se chama gentileza, é algo que acontece as vezes...

Pensei um pouco, olhando para a frente do metrô.

— Está vendo aquele homem? — Apontei para o senhor baixinho. — Ele espera a esposa todos os dias.

— Afeto se dá a qualquer pessoa com quem você passa muito tempo. —  Lhe encarei cansado.

— Você nunca vai admitir, não é?

— Não mesmo. — Me olhou satisfeita.

Acenei com a cabeça, para entrarmos no metrô. Ela me observou com a expressão enojada.

Porém, quando nos demos conta, estávamos sentados observando o nada.

— Por que tanta insistência? — Perguntou virando o rosto em minha direção, me peguei frente a frente a seus rosto, maquiado porém o mais natural possível.

— Sabe quando você tem fé em alguma coisa? Pensar em não acreditar é como um vazio.

— Então me fazer acreditar é como renovação da sua fé? — Disse sarcástica, Semicerrei os olhos.

— Você é uma estraga prazeres. — Ela piscou me fazendo rir.

Entretanto, a mesma também o fez, pela primeira vez sinceramente, então me vi hipnotizado, sabendo que eu não havia errado a garota que estava me fazendo sentir preso.

— Ele parece um bom partido. — Franzi o cenho, olhei lentamente para o lado onde um senhor de meia idade e uma begala nos encarava com grandes olhos verde. — Ele é muito bonito, e parece ter bons dentes! Não se encontra alguém assim em qualquer lugar.

Pisquei algumas vezes assustado. Shivani segurou a risada e assentiu.

— Pode deixar, vou dar uma chance. — O tom de brincadeira era evidente, enquanto ela segurava minha mão, a mesma estava fria, mas me causou uma sensação agradável.

Amor e Outros ClichêsOnde histórias criam vida. Descubra agora