Ariadna Vieira
13:35 AM
As ruas do Rio de Janeiro estavam com um pouco de trânsito, demorou um pouco até chegar em lugar que eu simplesmente desconheço, uma lugar com subidas e casinhas. É cheguei no tão falado morro da Rocinha.
Antes de subir, na entrada percebo meu tio abaixando os vidros da frente e os de trás, e desligando o ar condicionado do carro, quando olho para os lados, vejo dois meninos de cada lado, com fuzis em suas mãos, logo saio do ombro da minha irmã, aonde estava deitada, e fico um pouco apreensiva, nunca tinha passado por algo assim antes, não estava com medo das armas deles até porque já peguei em armas de todos os tipos possíveis, porque eu fazia aula de tiro, mas medo sim deles, nunca tinha trocado nem um olhar com esse tipo de gente, isso nunca foi comum aonde eu vivia.
Minha irmã percebeu meu olhar assustado, e disse baixinho ainda me abraçando, " fique calma, é assim mesmo, eles não vão fazer nada de mal com você".
Meu olhar passa vagarosamente pelos dois lados, não vou negar, que um nervosismo está passando pelo meu corpo no momento, tento não demostrar o máximo.
Meu tio coloca sua cabeça para fora do carro, e faz um toque com um dos meninos que estão do seu lado esquerdo.João: - Fala aí, Gatão. - Quando escuto isso, penso o porque que chamam o garoto assim, que estranho, esse deve não ser seu nome verdadeiro, certeza. Não questiono, e fico apenas olhando para frente, sem encarar ninguém, percebo minha irmã olhando para onde meu tio está falando.
Gatão: - Coé, beleza, senhor João?
João: - Beleza!
Percebo o olhar do tal " Gatão" em mim, mas mesmo assim, finjo que nem percebi e continuo olhando para frente.
Gatão: - Quem é a morena? A outra eu já conheço, tá aqui com nós a alguns dias, mas essa aí não. - Quando ele fala isso, parece que me corpo simplesmente congela, meu Deus, e se ele não for com a minha cara e quiser me matar.
João: - É minha sobrinha-neta.
Gatão: - Uhum, é de outro morro rival, algo que nós não aceita? - Fala em um tom alto.
João: - Que nada, ela nem morava aqui no Brasil, morava nos Estados Unidos, acabei de vim do aeroporto, fui buscar ela, e não, ela não é policial e nem te envolvimento com isso, pode confiar.
Gatão: - Já é, vou mandar uma rádio para o chefe, pra vê se pode deixar passar. - Aff que saco, um interrogatório para entrar nesse lugar, olho para ele, o encarando depois de alguns minutos só olhando para frente, esboço nenhuma reação, ele me olha e faz o mesmo, mas logo desvia o olhar. Um olhar estranho para cima de mim ele teve, talvez seja pelas vestimentas de frio que estou vestindo, e está um calor insuportável aqui, não sei na verdade o que foi esse tipo de olhar. Ele é um homem alto, moreno, dos olhos escuros, estava usando um boné, uma regata, roupas de calor.
João: - Não precisa, eu falei com ele já, que ela ia chegar hoje por esse horário, e eu ia buscar ela, ela vai morar com a Ayla sua irmã, e com minha irmã Jussara, avó delas, a senhora que chegou junto com a Ayla, que estavam de mudança, pode confiar, são minha família.
Gatão: - Já é então, vou liberar a passagem, vou confiar porque o senhor já mora aqui, maior cota, e é mó fechamento.
João: - Valeu Gatão, até mais. - Até que enfim, pensei que essa palhaçada não ia acabar nunca, até o tal dono sabe que eu já estava chegando, Jesus. Paro de encarar, então escuto o gatão falando para liberar a passagem, e meu tio seguindo.
Olho para minha irmã negando, ela só encosta sua cabeça na minha, e me braça mais ainda.
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No meu bailado
DragosteSinopse: Ariadna Vieira, uma mulher de 22 anos, brasileira, porém mora nos Estados Unidos em Nova York à 10 anos com sua tia, foi para lá com seus 12 anos em busca de conquistar os seus sonhos, tem seus pais, sua irmã e sua a avó no Rio de Janeiro...