Apt 505 | h.s

29.

Harry

Para falar a verdade, eu fiquei bastante surpreso quando Andy e os outros, mais a minha irmã, apareceram na minha porta duas noites antes de me colocarem num avião com destino à Nova Iorque, dizendo que eu estava sendo um total idiota por estar deixando esse aquele tipo de coisa. Mesmo que praticássemos quase todas as noites devido ao recente sucesso que a The Rippers estava recebendo, eles percebiam que eu estava com algum problema.

Sendo assim, naquela noite, eles me colocaram no sofá e discursaram por algumas horas, tentando me convencer de que eu devia ir atrás de Becky antes que fosse tarde. Eles me fizeram pensar sobre os últimos dias que passei sem ela e os meses que passei com ela ao meu lado, foi então que eu caí na real. Mesmo de acordo com o enorme esporro que receberíamos do nosso novo empresário, eu decidi seguir os conselhos dos meus amigos e da minha irmã e entrei no primeiro avião.

Agora, cá estou, sentado em um sofá com uma cerveja na mão e as pernas de Becky sobre as minhas. Ninguém consegue realmente medir o quanto eu senti falta dela durante esse tempo. A cena no estacionamento em plena chuva ainda estava bem fresca na minha mente e eu ria mentalmente, afinal, aquilo foi típico de qualquer filme clichê.

"Mais cerveja?" Becky perguntou, me tirando dos pensamentos.

Eu olhei pra ela, observando cada canto do seu rosto e admirando aquele sorriso aberto nos lábios, pensando em como eu era um puto sortudo em ter conseguido mais uma chance com essa mulher. Ela riu, provavelmente notando que não respondi a sua pergunta e muito menos tirei os olhos do seu rosto.

"Estou com alguma coisa no dente?" Ela perguntou, e eu abri um sorriso.

"Não, eu só estava te olhando" respondi, passando meu braço pelo seu pescoço.

"Ah, é? Só olhando?" Ela perguntou novamente.

"E pensando como você é uma mulher linda e como eu sou sortudo por estar aqui agora" eu respondi, me inclinando em sua direção.

Pude notar as bochechas dela ficarem vermelhas e um leve riso sem graça sair dos lábios. Mas, de certa forma, me surpreendi quando ela colocou as mão no meu rosto, me puxando para si e colando nossas bocas.

"Ai meu Deus! Becca, o quê é isso?" uma voz masculina quebrou o silêncio e Becky se afastou, rindo enquanto se levantava.

Eu continuei sentado, observando os dois homens que entravam no pequeno apartamento, sem nem ao menos bater na porta. Beccky os cumprimentou, antes que um deles se dirigissem para a cozinha e eu ficava cada vez mais confuso.

"Brian, esse é o Harry" Becky veio até mim. "Harry, esse é meu amigo e vizinho, Brian" ela nos apresentou e eu me levantei, pronto para apertar a mão dele.

"Prazer" Brian sorriu e eu sorri de volta. "Becca eu não sabia que você estava acompanhada, se tivesse avisado poderíamos deixar a nossa noite de jogos e bebidas para um outro dia." ele se virou para a morena que agora voltava a se sentar ao meu lado, enquanto o outro homem voltava da cozinha.

"Meu Deus, você já bebeu todas as cervejas?" o ainda desconhecido comentou, abrindo uma garrafa gelada.

"Não, Alex" Becky riu. "Eu e Harry bebemos algumas. Harry, esse é o Alex, outro amigo meu. Ele e Brian moram do outro lado do corredor" ela comentou, me olhando ao terminar a frase.

Por um momento uma energia estranha passou pela minha espinha e eu apenas queria me levantar e sair, mas respirei fundo e coloquei a minha mão sobre a de Becky, que estava sobre a minha perna.

"Então, Harry, Becky disse que você tem uma banda na Inglaterra" Alex comentou, bebendo um gole da cerveja.

Eu olhei Becky de relance, com um sorriso mínimo, um tanto feliz por saber que ela falou de mim pelo menos uma vez com eles.