22.

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Harry

Merda. Eu não podia estar passando por isso de novo, ainda mais por causa dela.

Depois que ela passou no meu apartamento pedindo para que eu a encontrasse no restaurante do hotel onde estava hospedada, eu não consegui dormir.

Esperei Becky dormir e então saí do quarto, terminando de me vestir e por fim saí do apartamento. O relógio marcavam três e quarenta da manhã.

A rua estava vazia e as casas na vizinhança apagadas. Eu liguei a moto e dirigi sem rumo, até parar em um bar. No Moes'.

Mais uma vez a história se repete.

"Merda, Harry acorda!" a voz de Andy soou de repente, antes de sentir alguns tapas no meu rosto.

Mais alguém estava com ele, conversando com uma terceira pessoa. Eu não queria abrir os olhos. E mesmo se quisesse eu não conseguiria.

Eu ainda sentia o meu corpo dormente e extasiado da quantidade absurda de álcool que eu certamente bebi nessa madrugada.

"Tire logo esse cara daqui. Preciso fechar" Moe reclamou, e eu podia imaginar o quanto ele estava puto comigo.

"Harry!" Andy gritou, me chacoalhando.

Eu grunhi, mostrando que pelo menos não estava morto. Senti meu braço ser puxado e meu corpo levantou, apoiando no que provavelmente deveria ser o corpo de Andy.

"Você só pode estar brincando" ele resmungou, me fazendo andar.

A minha cabeça balançava conforme eu era guiado para fora do bar. Ao mesmo tempo, eu sentia meus olhos rodarem e o meu cérebro parecer grande demais para a minha cabeça. A minha boca estava seca mas eu podia sentir que se eu colocasse uma gota de qualquer coisa na boca, eu iria vomitar.

"Leva a moto dele para o prédio. Mandei uma mensagem para Becca, ela está vindo." Andy disse novamente, fazendo minha cabeça doer ainda mais.

"Não! Pede para ela encontrar com vocês na sua casa" Leny era o outro. "Vai ser melhor."

Não escutei Andy, mas eu fui colocado no banco do carro, grunhindo novamente. Ouvir o nome de Becky foi como escutar uma bomba. Meus olhos abriram – mesmo que um tempo depois – e eu me arrependi na mesma hora.

A claridade me cegou e eu senti a cabeça doer mais ainda. Leny apontou para mim, fazendo Andy se virar.

"Olha só quem acordou" ele deu uns passos até mim, guardando o celular. "Estou até surpreso que você consiga ficar de olhos abertos por tanto tempo" ironizou.

"Não chame a Becky" eu pedi, com a voz falha.

"Não. Já chamei e ela está a caminho da minha casa." ele me olhou sério. "Você assumiu um compromisso com ela, cara. Isso significa que você precisa parar de esconder as merdas que faz." ele estava puto.

Leny se despediu, depois de dizer que nos encontraria mais tarde e saiu com a minha moto, sumindo no horizonte.

Até chegarmos na casa de Andy, eu só conseguia pensar em Becky e xingar Zoe. Minha dor de cabeça e a puta ressaca não me incomodavam tanto quanto a pessoa que me causou isso.

Apt 505 | h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora