Lua de Sangue || ❝Te darei um soco se disser que sou gostosa de mais pra pegar mulher.❞
Após muitos anos tendo seu espírito rebelde sendo encarcerado por sua família extremamente conservadora, a russa Fleury Volkov resolve sair de casa e viver suas...
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A mansão dos Walsh em Port Angeles estava bastante agitada aquela noite, sabia disso mesmo sendo impossibilitada de escutar os sons, já que todos se encontravam no salão de festas. Fleury podia notar o ar sofisticado que a arquitetura da grande casa exalava, com uma decoração elegante e um tanto fria na palheta de cores. A própria áurea da ruiva acabou sendo influenciada com as lembranças de seus dias na Rússia ao lado de seus pais e irmão.
Entrelaçando seu braço com o do Robert, caminhou com confiança para dentro, logo depois de seu acompanhante entregar o convite com belos detalhes em relevo prata a um dos funcionários na entrada, este que se perdeu por alguns segundos na beleza e nobreza que a Volkov transmitia.
Eventos assim não a intimidava, era como uma rainha em seu próprio território; a postura era impecável, e cada passo que dava era tão sutil que deixaria muitas bailarinas impressionadas — assim como chamava a atenção das várias pessoas presentes no corredor.
Quem não olhasse duas vezes pensaria que ela estivesse flutuando, quase como se em suas costas dispusesse de asas; não um par comum, mas sim asas negras como o mais raro cisne negro. Robert, como seu acompanhante, estava no mesmo nível que a ruiva, não sendo ofuscado pelo seu brilho intenso.
Seu terno era de fato normal, mas justamente isso dava uma aura, que diferente da ruiva era mais direcionada a sofisticação, porém de maneira mais relaxada. Por trás do sorriso malicioso e comportamento maduro, as pessoas se resignavam-se a dar uma segunda olhada. Robert era o típico homem viril que atraia com facilidade mulheres adultas e até jovens, afinal, que pessoa não se sentiria encantada por um homem que dava sensação de segurança e confiança?
O aparecimento da dupla nas escadas que davam ao salão, chamou a atenção dos presentes e por consequência diminuiu os sons das conversas quase que instantâneamente.
— Nós parecemos personagens principais algum filme meloso qualquer com toda essa situação. — sussurrou divertido o homem, que varria o olhar pelo salão em busca dos anfitriões que Fleury ainda não conhecia.
— O senhor está precisamente correto, senhor Hallway. — respondeu, mudando seu tom para um formal, entrando na leve brincadeira.
Quando a dupla tomou a iniciativa de descer as escadas, foi como uma deixa para que todos voltassem a conversar normalmente entre si, alguns abordando tópicos relacionados a chegada dos dois. A ruiva não deu um segundo olhar para as pessoas, apenas seguiu em direção de Robert até os anfitriões, que por sua vez era um casal em torno dos seus 50 anos, ambos com cabelos escuros que se destacavam na pele branca leitosa.
— Robert! — o homem exclama com um largo sorriso ao avistar o professor de história. — Por um segundo achei que não fosse vir.
— Não poderia deixar de contribuir. — responde o Hallway, em um tom não tão animado quanto o do outro.
