Capítulo 4 -Greve de fome

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A simples acusação em sua voz podia ser ouvida com clareza e, para Marianne, significava apenas problemas. Seus olhos se arregalaram em pânico, e ela balançou a cabeça freneticamente, na esperança de retratar seus erros.

-Sua Majestade. Não é o caso ...

Ela começou, mas foi interrompida mais uma vez.

-Então, o que é? Esclareça.

Kasser perguntou indiferente. Marianne acenou com a cabeça educadamente, inclinando a cabeça com reverência enquanto continuava o que estava prestes a dizer.

-Vossa Majestade, temo que a Rainha seja bastante uhm... severa

Ela declarou, a preocupação visível quando ele olhou em seus olhos. Preocupação com as pessoas do palácio, preocupação com sua vida, a lista continua. Kasser soltou uma zombaria silenciosa.

-O número de pessoas que ela mata todas as vezes seria dobrado se nós a deixássemos ser 'rígida'.

Ele murmurou irritado para si mesmo, sabendo muito bem do que a rainha era capaz em sua ausência.

O número de servos mortos pelo castigo corporal da rainha havia se tornado um número alarmante. Na verdade, havia uma causa de punição para cada crime cometido, mas aos olhos de Kasser nenhum merecia a sentença de morte por questões tão triviais.

Com a rainha tentando estabelecer uma nova ordem no palácio, só trouxe problemas para o rei com seus subordinados. Até mesmo sua presença em seu reino remoto do deserto deixou todos pasmos com o que ela tinha feito.

Kasser tentou ser firme e avisou a rainha, Jin Anika sobre as repercussões que seus castigos trariam sobre ela, há pouco mais de um ano.

-No momento em que eu ouvir que mais uma pessoa está morta por sua causa, não vou deixar ficará impune!

Essas foram suas palavras exatas. Mas ele ainda conseguia se lembrar da maneira como ela o olhava, apesar da clara ameaça em seu tom de voz. A confusão estava estampada em seu rosto. Ela não conseguia entender o quanto ela chateava o rei. Mas apesar da surpresa e confusão, a malícia em seus olhos permaneceu a mesma. E isso o incomodava infinitamente.

[N/T: nha... logo logo isso muda]

Desde então, Kasser se afastou cada vez mais dela. Nada poderia atraí-los. Eles não eram próximos antes, nunca foram, mas a repulsa que ele sentia por ela agora era muito mais intensa do que antes.

Eles tiveram a sorte de que a rainha tivesse ouvido seu aviso. O número de punições que ela aplicou foi imensamente reduzido. Mas mesmo assim, o medo permaneceu. Os cortesãos a temiam tanto, que optaram por ficar em silêncio, nunca expressando suas preocupações ao rei.

No entanto, apesar desse problema gritante, o rei não conseguia se livrar dela. Ele precisava que ela lhe desse um herdeiro ao trono, apesar de sua aversão por ela.

-Já faz um tempo que eu não ouço falar de nenhum cadáver sendo encontrado.

Ele comentou mais uma vez.

-Mas talvez você tenha encontrado alguns de novo?

Mas Marianne negou, balançando a cabeça em resposta:

-Não, Vossa Alteza.

Ela disse a ele, com alívio em sua voz

-Não encontramos nenhum cadáver.

Ela ficou em silêncio novamente, sem saber como dizer isso sem ser considerada desrespeitosa. Kasser esperou que ela continuasse a falar.

Ela interpretou isso como permissão para falar livremente.

-Vossa majestade, se me permite sugerir..

Ela começou, e Kasser olhou para ela com uma sobrancelha levantada. Seus nervos melhoraram, mas ela engoliu-os para continuar de qualquer maneira,

-Eu sugiro que a rainha seja cuidada.

Piscando confuso, as sobrancelhas de Kasser franziram em cima da testa. Foi um pedido tão incomum pelo bem de uma rainha tão brutal ..

-Com licença?

Ele perguntou incrédulo, esperando não ter ouvido corretamente.

-Cuidar dela?

-Sim sua Majestade.

-Por quê?

-A rainha está pulando refeições há mais de dois dias

Ela o informou, e os olhos de Kasser se arregalaram de surpresa. Foi inesperado da rainha negligenciar seu próprio conforto..

-E por que isso?

Ele perguntou mais, mas Marianne apenas encolheu os ombros em igual confusão.

-Nós não sabemos, sua majestade. A rainha não sai de seus aposentos, e nenhuma das atendentes poderia entrar sem sua permissão expressa.

Kasser pareceu pensativo por um momento antes de olhar para Marianne.

-Isso significa que você também não conseguiu entrar?

Marianne acenou com a cabeça e Kasser se virou, perdido em pensamentos. A confusão enchia sua mente e o incomodava infinitamente

-Uma greve de fome, talvez?

Ele murmurou para si mesmo antes de seus olhos escurecerem.

'O que ela está fazendo desta vez? ' Ele pensou.

Living As the Villainess Queen (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora