Capítulo 35 - Memórias (02)

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O que saudou Marianne foram as costas do rei, de
pé diante da porta da varanda. Ela lançou um olhar
fugaz para ele e se aproximou lentamente. Antes de
entrar, ela pretendia importuná-lo para suavizar
sua abordagem em relação à rainha, mas Marian se
sentia fraca, pois o rei parecia um tanto
desconcertado por trás.

Kasser virou a cabeça.

-Você visitou a Rainha.

-Sim, Sua Alteza, eu peço sua permissão. Por enquanto, gostaria de servir a Sua Majestade.

-E de quem veio essa ideia?

-A Rainha disse que queria minha ajuda.

-O que ela quer que você faça? Você não tem que
obedecê-la se não quiser.

Ele disse com desdém.

-Não é desse jeito. Com a condição da Rainha,
alguém deveria estar ao lado dela como seu guia.

Kasser soltou uma risada suave.

-Você quer se darbem com ela desta vez, não é?

Marianne sorriu sem jeito.

-Se você me permitir, serei a babá da Rainha enquanto estiver no palácio

Acrescentou Marianne.

-Vou relatar ao Rei o que vi e ouvi enquanto estou servindo Sua Majestade. Além disso, não devo desrespeitá-la recusando seu pedido.

Ele confiava nela mais do que em qualquer outra pessoa, então sua resposta veio sem um pingo de desagrado.

-Faça o que quiser.

Marianne sorriu e baixou a cabeça.

-Obrigado, Sua Alteza.

-Mas lembre-se... eles dizem que pode ser uma condição temporária.

Instantaneamente, a expressão de Marianne se entristeceu.

-Sim, mas vou me preocupar com isso quando chegar a hora. Não acho que ela mudou porque perdeu a memória. E além disso, independentemente de sua condição, ela ainda é a rainha.

Kasser não podia concordar com Marianne, que a
essência era a mesma pessoa. Embora vivessem em
circunstâncias humildes, eles estavam casados há
três anos. Marianne, que tinha saído da cidade
assim que ele se casou, tinha muitas coisas que não
sabia.

-Então, isso significa dizer que você vai ficar no castelo?

-Parece que sim, Vossa Alteza.

Kasser concordou.

-Quando você vai começar?

-Vou esperar a ligação de Sua Majestade.

-Não mencione o tesouro nacional.

Quando ele descobriu que o tesouro estava faltando, ele, em
um acesso de raiva, acusou a rainha ferozmente. E quando Eugene perguntou a ele o que ela era acusada de roubar, ele se recusou a dizer a ela.

-Perdão?

-Não mencione o tesouro nacional desaparecido
para a Rainha, a menos que ela pergunte sobre isso. Vou emitir uma ordem de silêncio em massa se for necessário.

(T/N: Uma ordem de silêncio significa restringir as informações de serem tornadas públicas ou passadas para terceiros não autorizados.)

Marianne quase perguntou por quê, mas refreou a curiosidade e fechou a boca. A vontade do soberano estava decidida, o que o rei já havia decidido que seguiria.

-Será como você quiser, Sua Majestade.

Na manhã seguinte, Marianne sentou-se diante de
Eugene. Depois de muito pensar, Eugene decidiu
aprender os meandros de ser uma rainha. Para aprender os detalhes cotidianos e as responsabilidades reais de Anika, ela precisava de uma abordagem passo a passo. Então, ela começou a percorrer a rotina da Rainha, ou seja, seu modo de vida antes de perder a memória.

Eugene teve dificuldade em manter o rosto sério.
Não porque havia muito o que fazer, mas porque Jin Anika não fez nada!

-Hum.. o estudo... então você se limitou ao seu
estudo, exceto para o tempo que você comia e
dormia.

-Existem outras coisas..

-Não, se qualquer outra coisa, eu vou abrir espaço
para você uma vez por trimestre. Chá com as
mulheres nobres, participando de um banquete
oficial cerca de duas vezes por ano, além desses,
existem alguns outros pequenos eventos onde você
agracia a ocasião - cerca de cinco vezes por ano, se
você organizar.

Eugene estava pasma demais para falar. Os vilões não são sempre diligentes? Como ela poderia ser tão recatada? Não admira que eu esteja tão ocioso. Os servos não queriam me deixar descansar. É só que Anika não fez nada! Se você esteve em festas dia e noite, poderia pelo menos alegar que fez uma centena de concessões e trabalhou arduamente em atividades sociais. No entanto, Jin Anika raramente encontrava pessoas.

-A Rainha não deveria fazer nada?

Sem saber as palavras adequadas, Marianne só conseguiu sorrir vagamente. Acho que não.

-Passei a maior parte do meu dia no meu escritório, você não sabe realmente o que eu estava fazendo lá?

-Ninguém além de você poderia entrar no Queen's Study.

-Estive lendo o dia todo?.

Como um recluso, Eugene imaginou Jin Anika lendo
livros em seu escritório. Estava muito longe da
imagem que ela pintou vagamente.

Marianne pegou sua xícara de chá e levou-a à boca,
escondendo um sorriso furtivo. Ela se sentia como
se estivesse falando com alguém que nunca tinha

Seu hobby era colecionar livros antigos. A
bagagem que você trouxe para o Reino estava cheia
de livros.

-Coletando livros antigos... terei que ver o estudo
primeiro.

-Sim, minha rainha.

Marianne chamou Zanne e a instruiu a conduzir
Eugene à biblioteca.

O referido estudo ficava bastante longe do quarto
de dormir. Com uma empregada a reboque, subiu e
desceu algumas vezes a escadaria, passou por
corredores sinuosos e só então chegou.

Eugene se perguntou se o estudo era um lugar
importante para Jin Anika ou se era apenas isso um estudo. Isso porque, até Marianne tocar no assunto, o
estudo de Anika nunca havia passado por sua
mente. Com certeza, o caminho para o estudo era
desconhecido.

Quando o corredor fez uma curva, dois guardas apareceram. Eles estavam diante de uma porta alta e assustadora, parecendo muito dominadores. Zanne, que estava guiando Eugene, parou e baixou a cabeca.

-A porta no final do corredor € o escritörio, minha rainha!

A mudanga de endereco não passou despercebida por Eugene. Desta vez, todos terminaram suas palavras com 'Rainha’, talvez para testar se sofreriam uma reviravolta se näo a tratassem assim.

-Por que a guardas aqui?

-Voce manteve muitos livros antigos dentro, você  ordenou que eles fossem guardados o tempo todo!

No entanto, 0 acesso ao seu escritório era muito facil para ser um lugar onde ela praticava seus truques perigosos. Ninguém mais tinha permissäo para entrar, mas era impossivel para alguem, mesmo Anika, ignorar a pessoa que possuia o maior poder, ou seja, o rei. Kasser poderia entrar quantas vezes quisesse.

Girando lentamente a maganeta e empurrando a porta pesada, os olhos de Eugene alargou quando ela olhou ao redor.

Era mais largo do que ela esperava. A primeira coisa que a pegou foi o cheiro caracteristico de livros flutuando no ar. A sala em si tinha tetos altos e estantes embutidas cheias de livros. Uma escada de madeira sölida ficava no meio para ajudar a alcancar as prateleiras superiores.

Era um escritörio antigo, do tipo que sö se viaem fotos, um paraiso para quem amava livros.

Living As the Villainess Queen (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora