CAMILA
Fui pega de surpresa por mãos firmes, que seguravam meus braços, pelas minhas costas.
A voz de Roberto invadiu meus ouvidos, enquanto me apertava cada vez mais forte.
— Vamos dar uma voltinha, linda?
Aquela voz rouca e nojenta fez um arrepio percorrer toda a minha espinha e eu comecei a me debater, mas ele apertou ainda mais as mãos sobre meus braços.
— É melhor obedecer. Não vai querer que eu suba para ter uma conversa com a nossa filhinha do lado, não é?
— Nojento. Ela não é sua filha. É minha, e só minha — vociferei.
— Então é melhor obedecer, só quero dar uma volta com você.
Sem muita alternativa naquele momento, resolvi obedecer.
Afinal, era eu ou minha filha, e eu não precisava pensar duas vezes para fazer uma escolha.
Sem muita delicadeza, Roberto me jogou em um carro, e entrou pela mesma porta logo em seguida.
— O que você quer? — perguntei mantendo o máximo de firmeza que conseguia na voz.
— Primeiro vamos conversar. Por que não me disse que era naquele prédio chique do dono daquele chocolate que você estava trabalhando?
Como se eu lhe devesse alguma explicação.
— Porque não é da sua conta.
— Cuidado com essa boquinha, Camila.
Ele colocou os dedos em minhas bochechas, de cada lado da minha boca, apertando.
Girei meu rosto para o outro lado para que conseguisse me livrar de suas mãos e ele me soltou.
Só então notei que já estávamos em movimento. Havia outra pessoa no banco do motorista, dirigindo o carro.
— Onde você está me levando? — gritei.
— Conversa primeiro, lembra? Depois interrogatório.
Novamente Roberto não estava sóbrio. Conseguia ver em seus olhos e gestos, que estava sob efeito de alguma droga.
— Tudo bem. O que você quer conversar?
Não era a estratégia que mais me agradava, mas irritá-lo naquele momento não seria muito esperto da minha parte, então eu teria que seguir o seu jogo.
— Você trabalhando com aquele riquinho, dono do chocolate. Isso é importante, né?
Importante?
O fato de trabalhar para sustentar a minha filha, ou de estar trabalhando com o riquinho?
— É sim, estou conseguindo pagar as coisas da minha filha. Ela está com saúde. É muito importante isso para mim — decidi me fingir de sonsa.
— Você foi esperta, isso sim. Não quis um pobre como pai da pirralha, foi lá tentar agarrar alguém para sustentá-las.
Forcei a engolir os palavrões e xingamentos que entalaram na minha garganta, e apenas forcei um sorriso.
— Não sei do que você está falando. Mas não "arrumei" pai nenhum para minha filha. Ela não precisa de um.
— Não vem com essa. Estávamos de olho em você. Fiquei sabendo que trabalha na sala dele. Se isso pode ser chamado de trabalho, não é? — Não consegui conter a revirada de olho. Eu queria agredir aquele filho da puta, xingá-lo e fazer o máximo de estrago que a minha raiva naquele momento pudesse permitir, mas sabia que eu tinha que me controlar, não estávamos a sós, e eu poderia me dar muito mal. Então apenas respirei fundo. — Bom, voltando, como eu estava de olho em você esses dias, vi quando entrou no carro do chefe, naquele ponto de ônibus. Seguimos você até aqui e resolvi que era hora de conversarmos.
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Um CEO Conquistado
RomanceAs coisas nunca foram fáceis para mim, sendo mãe solteira, desempregada e com um ex da pior espécie. Por isso, quando consegui um emprego na Preferitto, uma das maiores fábricas de chocolate do país, jurei que tinha tirado a sorte grande. E foi lá q...