Capítulo 13

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CAMILA

Fui pega de surpresa por mãos firmes, que seguravam meus braços, pelas minhas costas.

A voz de Roberto invadiu meus ouvidos, enquanto me apertava cada vez mais forte.

— Vamos dar uma voltinha, linda?

Aquela voz rouca e nojenta fez um arrepio percorrer toda a minha espinha e eu comecei a me debater, mas ele apertou ainda mais as mãos sobre meus braços.

— É melhor obedecer. Não vai querer que eu suba para ter uma conversa com a nossa filhinha do lado, não é?

— Nojento. Ela não é sua filha. É minha, e minha — vociferei.

— Então é melhor obedecer, só quero dar uma volta com você.

Sem muita alternativa naquele momento, resolvi obedecer.

Afinal, era eu ou minha filha, e eu não precisava pensar duas vezes para fazer uma escolha.

Sem muita delicadeza, Roberto me jogou em um carro, e entrou pela mesma porta logo em seguida.

— O que você quer? — perguntei mantendo o máximo de firmeza que conseguia na voz.

— Primeiro vamos conversar. Por que não me disse que era naquele prédio chique do dono daquele chocolate que você estava trabalhando?

Como se eu lhe devesse alguma explicação.

— Porque não é da sua conta.

— Cuidado com essa boquinha, Camila.

Ele colocou os dedos em minhas bochechas, de cada lado da minha boca, apertando.

Girei meu rosto para o outro lado para que conseguisse me livrar de suas mãos e ele me soltou.

Só então notei que já estávamos em movimento. Havia outra pessoa no banco do motorista, dirigindo o carro.

— Onde você está me levando? — gritei.

— Conversa primeiro, lembra? Depois interrogatório.

Novamente Roberto não estava sóbrio. Conseguia ver em seus olhos e gestos, que estava sob efeito de alguma droga.

— Tudo bem. O que você quer conversar?

Não era a estratégia que mais me agradava, mas irritá-lo naquele momento não seria muito esperto da minha parte, então eu teria que seguir o seu jogo.

— Você trabalhando com aquele riquinho, dono do chocolate. Isso é importante, né?

Importante?

O fato de trabalhar para sustentar a minha filha, ou de estar trabalhando com o riquinho?

— É sim, estou conseguindo pagar as coisas da minha filha. Ela está com saúde. É muito importante isso para mim — decidi me fingir de sonsa.

— Você foi esperta, isso sim. Não quis um pobre como pai da pirralha, foi lá tentar agarrar alguém para sustentá-las.

Forcei a engolir os palavrões e xingamentos que entalaram na minha garganta, e apenas forcei um sorriso.

— Não sei do que você está falando. Mas não "arrumei" pai nenhum para minha filha. Ela não precisa de um.

— Não vem com essa. Estávamos de olho em você. Fiquei sabendo que trabalha na sala dele. Se isso pode ser chamado de trabalho, não é? — Não consegui conter a revirada de olho. Eu queria agredir aquele filho da puta, xingá-lo e fazer o máximo de estrago que a minha raiva naquele momento pudesse permitir, mas sabia que eu tinha que me controlar, não estávamos a sós, e eu poderia me dar muito mal. Então apenas respirei fundo. — Bom, voltando, como eu estava de olho em você esses dias, vi quando entrou no carro do chefe, naquele ponto de ônibus. Seguimos você até aqui e resolvi que era hora de conversarmos.

Um CEO ConquistadoOnde histórias criam vida. Descubra agora