Capítulo 15

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CAMILA

Eu estava com medo.

Claro que estava.

E me forçava a não demonstrar. Eu não queria desmoronar. Não na frente do meu chefe, pelo menos.

A companhia dele estava sendo agradável, algo que estava me deixando surpresa.

Conviver um pouco mais com ele, fora do ambiente de trabalho, fazia-me enxergar um novo lado nele.

Naquele momento, estávamos no elevador, subindo para meu apartamento.

Meu chefe, CEO de uma das marcas de chocolate mais renomadas do mundo estava subindo comigo para o meu apartamento.

Mas as mãos que eu esfregava uma na outra era por outra coisa.

Naquele momento, o que eu mais desejava era pegar minha filha nos meus braços. Senti-la bem contra o meu peito.

Há poucas horas, eu pensava nela freneticamente. Lara era tudo para mim, assim como eu era tudo o que ela tinha na vida, e um rápido lampejo da ideia de uma perder à outra, já me fazia estremecer.

Assim que as portas se abriram, caminhei até meu apartamento, sem nem me dar conta de como minhas mãos tremiam.

Entrei no apartamento, e Maria, a nova babá que havia contratado por intermédio de Mel, estava na sala, ninando minha filha que resmungava baixinho.

Atravessei a curta distância sem nem perceber, e quando me dei conta já estava com minha pequena em meus braços, apertando-a contra mim e inalando o seu cheirinho doce de bebê.

Aquele era o meu cheiro favorito da vida.

Involuntariamente, uma lágrima escorreu por meus olhos, caindo sobre a cabecinha da minha filha.

Passei alguns segundos com ela assim, colada a mim, e só me dei conta de que estava sendo observada por duas pessoas tempos depois.

— Desculpa, Maria, por te fazer esperar tanto. E obrigada por ficar com minha pequena.

Maria era uma mulher de meia idade, mas um amor de pessoa, que já vinha cuidando de Lara há uma semana, enquanto Mel se recuperava do acidente.

— Não se preocupe, Camila. Lara é uma menina muito quietinha, você sabe disso. Não é trabalho nenhum para mim. Eu vou indo, porque meu marido está me esperando lá embaixo.

Ela começou a juntar as coisas dela e eu a levei até á porta, agradecendo mais uma vez.

Quando retornei quase levei um susto com Daniel parado em um canto da minha sala, com os braços cruzados no peito me observando.

Era impressionante como um homem daquele tamanho passou despercebido nesses poucos minutos.

— Desculpe também, eu tinha esquecido que você estava aí.

— Eu sou tão insignificante assim? — Ele levantou uma sobrancelha desafiadora.

Era a primeira vez que eu o via brincando com algum assunto – eu esperava que fosse uma brincadeira, pelo menos.

— Claro que não, longe disso. Mas eu estou meio aérea.

— Compreendo.

— Eu agradeço a ajuda que me deu hoje, Daniel. Não sei mesmo o que poderia ter acontecido se você não estivesse lá.

Aproximei-me dele com Lara no colo, e ele desviou os olhos de mim para ela.

— Você não precisa agradecer, sério.

Um CEO ConquistadoOnde histórias criam vida. Descubra agora