Capítulo 5

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CAMILA

A tarde já findava, e a sensação era incrível. O cansaço depois de passar o dia mexendo e arquivando papeladas, fazia minhas costas reclamarem um pouco, mas era falta de costume, com alguns dias isso passaria.

E a minha felicidade ao fim do dia era prazerosa. Ter um emprego para voltar no outro dia nunca havia me deixado com essa sensação gostosa.

— Nos vemos amanhã. Certo? — Natália perguntou, assim que chegamos à portaria do prédio.

— Claro, amanhã de manhã, sem atrasos. — Já que era algo que estava na lista de coisas importantes.

Natália riu.

— Isso, você aprende rápido. Mas eu garanto para você que ele não é tão maldoso assim — ela disse, referindo-se ao irmão.

— Se ele tem uma irmã tão legal, eu penso que ele tambémdeve ser.

— Talvez eu tenha roubado toda a simpatia para mim.

Ela deu uma piscadinha, e saiu andando na direção contrária à minha, enquanto acenava.

Apesar de ser quem era, pegamos intimidade naquele primeiro dia, e ela realmente era uma menina encantadora.

Acenei de volta, e comecei a caminhar até meu carro. Quando cheguei, parei na lateral dele e encarei meu reflexo na lataria, como eu havia feito na hora que tinha chegado. Meus cabelos estavam domados ainda – santo laquê e ar condicionado –, minha roupa estava um pouco amassada de ficar sentada, eu estava com a postura errada, mas a arrumei, aprumando as costas.

Mas o que eu de fato encarava, era o sorriso que estava plantado em meus lábios. Um bobo e inocente, com gostinho de que as coisas começavam a caminhar. Um sorriso por saber que mesmo cansada em um primeiro dia de emprego, ao chegar em casa seria recebida pelo olhar carinhoso da minha filha.

Abri a porta do carro e dei partida na ignição. Liguei o rádio, procurando uma playlist animada que eu sabia que tinha no pen drive que ficava conectado.

Quando começou a tocar, engatei a marcha e comecei a dirigir, em direção à minha casa.

No momento em que cheguei, Lara estava em um cochilo gostoso e tive que contar a Mel sobre como havia sido o meu dia. Mas fiz isso de forma sucinta, para não entrarmos em detalhes.

Assim que ela se foi, aproveitei que minha filha ainda dormia e tomei um banho.

Logo que estava pronta, preparei algo rápido para comer. Enquanto fazia isso, olhava para aquela linda criança em um sono gostoso. Um sorriso leve e bobo de admiração nascendo no meu rosto. Mas logo ela despertou, chorando na intenção de acordar o prédio todo.

Ela era muito quietinha, um doce, mas sabia chamar a atenção quando queria.

— A mamãe está aqui, tudo bem — falei enquanto a pegava no colo e a aninhava em mim, vendo-a se acalmar. — Você sabia que a mamãe começou a trabalhar hoje? Pois é, ainda não tínhamos passado por esta fase, não é? Mas a herança da vovó está acabando, e agora que você está grandinha, a mamãe pode se afastar com um pouco mais de tranquilidade. — Fiz umas cócegas em sua barriga, o que a fez soltar um gritinho de divertimento. — Sei que não vai ser fácil no começo, mas você vai ficar bem com a Mel por enquanto, até acharmos uma vaga em uma creche. — Ela começou a resmungar e fazer biquinho. — Tudo bem, não vamos falar de você agora. Tudo bem. Voltando sobre o trabalho da mamãe.

Levantei-me com ela no colo e comecei a caminhar pela casa. Era impressionante o quanto ela odiava ficar deitada no colo, mas se aquietava em dois momentos; um quando estava mamando e outro quando recebia total atenção, como naquele momento em que "conversávamos".

Um CEO ConquistadoOnde histórias criam vida. Descubra agora