Capítulo 17

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CAMILA

Eu não sei o que havia dado em mim. Mas realmente rolou um beijo com Daniel.

E que beijo, meus amigos.

Depois que parti para meu quarto, rolei por algum tempo na cama sem conseguir dormir, mas pouco tempo depois que peguei no sono a babá eletrônica que ficava na mesinha de cabeceira começou a chiar com os barulhos da minha filha, o que me fez despertar.

Tentei fazer o mínimo barulho enquanto levantava, para não acordar Daniel, que deveria estar dormindo ainda.

Mas assim que abri a porta do meu quarto, ainda de pijama, deparei com Daniel, no meio da minha sala, de costas para mim – e que costas, Jesus – com o telefono colado à orelha.

Ele estava sem camisa, evidenciando todos os músculos da parte de trás de seu corpo. Passei para o quarto de Lara sem fazer muito barulho e peguei minha filha, que começava a resmungar, querendo chorar.

Assim que acabei de dar de mamar e arrumei-a, saí com ela no colo.

Daniel ainda estava na minha sala, mas desta vez vestindo uma camisa, sentado no sofá com toda a roupa de cama dobrada, enquanto mexia no celular.

— Você já acordou? — ele perguntou com a voz rouca, provavelmente do sono.

— Tenho um despertador potente. — Apontei com a cabeça para a criança que estava deitada no meu colo, totalmente desperta brincando.

— Eu nem a ouvi chorando.

— Eu tentei chegar antes que isso acontecesse. Maria já deve estar chegando e eu me arrumarei para a ir trabalhar.

— Sobre isso — ele pigarreou — acabei de desmarcar minhas reuniões. Pode tirar o dia de folga. E se me permitir posso ficar mais um pouco aqui.

— Folga? Como assim? Eu preciso ligar para alguém?

— Camila? — ele me chamou, fazendo-me encará-lo — o seu chefe disse que pode tirar o dia de folga. Não precisa avisar mais ninguém — ele falava calmamente.

— Certo, verdade.

Eu parecia perdida dentro do meu próprio apartamento.

— Você quer ligar para a babá, ou vai deixá-la vir?

Ele parecia entender que eu estava sem direção, então começou a me ajudar.

— Claro, vou fazer isso.

— Quer que eu segure a Lara? — Ele esticou os braços, pedindo minha bebê.

Sem pensar muito, entreguei minha filha para ele, e assim que ela trocou de colo e recebeu carinho, começou a rir.

Liguei para Maria dispensando os serviços dela naquele dia e me arrumei, aproveitando que Lara estava distraída.

Sai do quarto e encontrei Daniel brincando com ela.

Ele parecia outra pessoa com a minha filha.

Lara estava deitada sobre o sofá, com a barriguinha para cima, e Daniel sentado ao seu lado, brincava com um dos vários ursinhos de pelúcia que tinham espalhados pela casa. Ele elevava o brinquedo ao alto e descia até a barriga dela fazendo gracinhas. Lara gargalhava mexendo os pezinhos e mãos para cima.

Ele parecia perdido em meio às gargalhadas e podia jurar que tinha um sorriso em seu rosto. Mas assim que me viu ele voltou a ficar sério, sentando corretamente, com as costas eretas.

Nossos olhares se encontraram e nos perdemos por alguns breves segundos, nos encarando em silêncio, apenas com os sons que minha filha soltava.

— Conseguiu falar com a babá? — ele pigarreou — Tudo certo?

Um CEO ConquistadoOnde histórias criam vida. Descubra agora