O Enforcado invertido (Metamorfose)

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Acordou abruptamente de um pesadelo

O homem congelado pelo tempo.

Abriu os braços afobado, viu o passado

E sentiu um enorme medo.


Do lado esquerdo pulsava

A voz estridente de um encosto.

Presságio deprimente, horrendo,

Alto, magro, sem esboço e sem rosto.


Esqueleticamente o corpo abraçava a roupa,

O chapéu caia na face sem rubor.

Pose de maldito horripilante abrindo os olhos

Brancos e definhando, a hora do terror.


Aproximou-se como predador e

Cheirou o homem como carcaça.

O outro com pavor, entregou logo sua alma.

Disse "Leva-me peste maldita, tome o meu ardor".


O encosto sem afeto jogou com mais horripilância,

Disse "Não quero teu ardor e nem sua depressão,

Desejo o afago lhe dado por um grande amor".

O Homem assustado, na cama se revirou.


"Não lhe entrego o que poderia ter conquistado em vida!

Deve ser peste maldita, que feriu o amor.

Volte para o descanso da vida,

A morte nada lhe roubou".

Á PROCURA DO SER - ARTE E POESIA.Onde histórias criam vida. Descubra agora