Relatos de um sonho.
Abrindo as palmas das minhas mãos
Para sentir o vazio do meu peito,
Escorregam os meus sentidos
Pois agora enxergo o que não devo.
Numa pequena caixa amadeirada
Com detalhes em art nouveau,
Meus ossos emaranhados e
Meus rastros enfeitiçados.
Caminhando adentro, sem medo
Mas também sem sentir algo se quer,
Observo a imagem projetada num espelho
Não é o meu reflexo mas o de outra mulher.
De costas e cabelos encharcados
Ela carrega suas costas nuas.
Sua presença me faz sentir,
Sentir a força que teríamos juntas.
Lembro-me dos meus ossos
Na pequena caixa amadeirada,
Que não devem ser vendidos
Mas sabiamente compartilhados.
A mulher estende suas mãos enrugadas
Como um convite ao desconhecido.
Sinto que devo ter aceitado,
Pois renasci e estou sentindo.
Pintura: Tragedy - Gustav Klimt, 1897.
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Á PROCURA DO SER - ARTE E POESIA.
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