Guerra e Paz: Dois Mil e Vinte (Nacionalismo)

7 5 0
                                    

(31/03/2020)


Entram agora os raios solares com grande ufania,

Iluminam e aquecem a cidade inerte.

Dedilho as montanhas florais

Enquanto o sol as mãos aquecem.


Ao alvorecer o céu se encontra limpo,

E as casinhas organizadas, não se ouve

Nada, nenhum grito, apenas pássaros

Batendo em casas erradas.


O espírito doméstico floresce no peito,

Ferve e assusta.

Não se enxerga espaço ou tempo,

Engole palavras e se machuca.


Nasceram algumas centenas de peixes.

Bebês e outras criaturas mais.

Todos muito contentes,

Entre tanta Guerra e Paz.


Então no começo da noite

Quando vejo a primeira estrela aparecer,

Sinto-me como amante tola,

Vivo, amo, aprecio, sem conhecer.


Resplandece então o luar.

Em seu lugar de extremo desprivilegio.

Me observa com uma luz tão acalentadora,

Mas envia mensagens de tom incerto.


Será que existe cura pro egoísmo cultural?

Na natureza talvez seja uma essência perdida.

Quem terá a missão de encontrá-la?

Ou continuaremos a morrer todos os dias?            


Pintura: Painel "Paz" da obra Guerra e Paz - Cândido Portinari, 1952-1956.

Á PROCURA DO SER - ARTE E POESIA.Onde histórias criam vida. Descubra agora