Conhecendo o lobo part.II

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~~Anne~~~

Anne: - Não é só por você o motivo da briga, não se culpe...

Me sentei na cama e com as mãos cobrir o rosto pra chorar, eu me senti muito mal por o tempo todo discutir com ela.

Henry: - Se quiser compartilhar comigo o que sente eu adoraria ouvir...

Sorri pra ele e expliquei toda a história com Sabina, como ela vinha sendo insensível​, como eu ando trando ela e a nossa amizade se desfazendo. Henry apenas ouvia calado e balança a cabeça, por fim ele me abraçou e disse que realmente era uma situação complicada e sentia muito por não poder ajudar. Ao anoitecer, ele se levantou e disse:

Henry: - Bom, é melhor eu ir...

Anne: - Você pode ficar, se quiser...

~~~~Henry~~~~

Senti meu coração pulsar. É claro que eu queria ficar, mesmo depois de passar o dia todo com ela eu não estava nem um pouco afim de dizer adeus.

Henry: - Seus pais?

Anne: - Bom, minha mãe não notaria nem se eu quisesse e meu pai não mora aqui.

Henry: - Tá bom, se você quer que eu fique...

Ela deu um grande sorriso e eu não consegui descrever tudo que sentia agora. Comemos algo antes subirmos, só nos conhecíamos a poucas horas e ela me fazia sentir como se eu pertencesse a esse lugar ou a esse mundo. Chegando no quarto ela perguntou se eu queria tomar um banho e eu assenti, quando acabei foi a vez dela. Me sentei na poltrona de frente pra cama dela e esperei, até que ela saiu vestindo um pijama que vestia perfeitamente nela, relevando agora todas suas curvas. Eu fiquei admirando por mais tempo que deveria, e quando me toquei desviei o olhar rapidamente, ouvi ela ri baixinho.

Henry: - Você não se importa de dormir com um desconhecido?

Anne: - Você não é um desconhecido... Conheço você há anos, desde que ficava me observando lá de longe. A diferença é que agora fomos apresentados e você fala, mas continua a mesma coisa, eu não tenho medo de você e você não tira os olhos de mim...

Corei, abaixei a cabeça e ri envergonhado por agora ter ainda mais certeza que ela percebe que eu não tiro os olhos dela, ela riu da minha reação. Logo depois seu celular tocou. "Oi mãe" ela disse eu gelei, "Sim acabei de comer... Tá, tudo bem até amanhã então... Bjs também te amo" ela se virou pra mim e falou "ela vai cobrir um amigo então só volta amanhã". Confesso que fiquei aliviado e perceber que estaria sozinho com ela essa noite me fez pensar algumas besteiras. Ela apagou a luz deixando o quarto ser iluminado só pela luz da lua e se deitou, eu permaneci onde estava. Ela ficou em silêncio talvez pensando, até falar:

Anne: - Não precisa dormi aí sentado, pode deitar aqui na cama.

Tentei descontrair pra não parecer que eu queria muito isso.

Henry: - Você não vai me amarrar de novo né?

Anne: - Não haha... Eu sei que você vai ser um bom garoto.

Rimos, então caminhei até o lado da cama hesitando antes de deitar. Me deitei bem na pontinha, mantendo a maior distância possível e olhei pra cima, meu coração agora parecia estar prestes a sair pela boca. Senti a cabeça dela rolar virando o rosto para mim.

Anne: - Você cheira a...

Henry: - Cachorro, é acho que tenho que trocar de perfume.

Ela riu, descobri que amo o som da sua risada, e vou fazer o possível pra estar sempre ouvindo. Depois de um tempinho em silêncio ela ainda estava me olhando.

Patas sobre a neveOnde histórias criam vida. Descubra agora