Confusão

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~~~Anne~~~

Acordei cedo, fiquei uns minutinhos observando ele dormi e criando coragem pra levantar da cama. Me senti um pouco uma adolescente rebelde, daquelas que dorme com o namorado escondido no quarto, quando me toquei que a minha mãe poderia chegar e nos pegar na cama. Bom, não era o caso. Me levantei e tranquei a porta por precaução, mesmo sabendo que se ela chegasse não passaria no meu quarto pra me ver, depois fui pro banho. Acabei esquecendo de levar a roupa que iria vestir, então tive que sair só de toalha rezando para que Henry ainda estivesse dormindo. Quando abrir a porta lá estava ele meio deitado/sentado e seus olhos logo vieram até mim, me dando uma rápida olhada de cima a baixo. Nós dois coramos e ele rapidamente virou a cabeça pro outro lado.

Henry: - Desculpa...

Anne: - Não precisa se desculpar, eu não estou nua... Quer dizer... Ah você entendeu.

Ele riu e continuou com a cabeça pro lado então me vesti ali mesmo, assim que terminei falei "já pode virar". Ele virou pra mim e eu achei engraçado seu rosto vermelho, sentei na cama.

Anne: - Olha só, tenho que tomar café pra ir pra escola, assim que eu terminar eu trago algo pra você. Não se mexa, fale, repire... Haha

Ele assentiu rindo, quando levantei pronta pra sair ele fez uma cara debochada e falou baixinho:

Henry: - Café na cama, que mordomia...

Estreitei os olhos e inclinei a cabeça, parando na frente da porta, "prefere ração ou biscoitinhos?" Falei, imitando sua expressão de deboche e saí. Na cozinha tomei meu café da manhã sem pressa, eu queria adiar ainda mais nossa despedida. Quando acabei preparei o café dele numa bandeja e prestes a subir ouvi minha mãe chegando, voltei e fingi que era pra mim. Ela entrou, me desejou bom dia e perguntou o porque de ter acordado tão cedo. Eu ri, fui até ela e dei um abraço, eu estava tão... contente? Acho que ela percebeu, fez uma cara de quem não estava entendendo nada e rimos. Esperei ela comer alguma coisa disfarçando comendo também, logo ela subiu dizendo que precisava dormi por causa da noite cansativa, assim que ela entrou no quarto eu fui até Henry. Depois que ele comeu, falei que já estava quase na hora de ir pra escola, desanimada e esperei pela sua resposta. Ele assentiu em silêncio pensativo, logo disse:

Henry: - Posso te pedir um favor?

Anne: - Claro!

Henry: - Me empresta seu carro? Haha. Eu preciso ir pra casa e não dá pra sair na rua com a suas roupas, sem onfesas... Depois levo ele de volta pro mesmo lugar antes que você saia da aula.

Anne: - Tá, sim...

Minha voz ainda estava desanimada, acho que eu esperava ouvir outra coisa e isso me deixou confusa. É claro que ele tem que voltar pra casa, porquê eu não queria que ele fosse? Pensei. Arrumei o que precisava levar e em minutos estavamos prontos, convidei ele baixinho "vamos?" Ele assentiu, indo na minha frente e abrindo um pouco a porta. Fiquei atrás observando sua cabeça inclinar por uns segundos enquanto ele olhava pro nada, logo me dei conta que ele devia estar usando sua audição perfeita pra saber se minha mãe já estava dormindo e se o caminho estava livre pra ele. Então ele abriu a porta por completo e fez um gesto com a mão para que​ eu fosse na frente. Nem precisou de esforço pra não​ fazer barulho, seus movimentos eram sorrateiros como um animal preste a atacar à presa. Entramos no carro em silêncio, eu hesitei antes de sair por ter parado pra pensar.

Anne: - Por que eu não te dou uma carona até em casa?

Ele me olhou, sorriu e abaixou a cabeça levantando sua mão até a parte de trás do seu cabelo.

Henry: - É, pode ser também... Porque? Não confia que eu vá devolver seu carro? Olha, apesar de ter aparecido nu na sua cama, ficado na sua casa, dormido na sua cama, ver você só de toalha... Eu ainda sou uma pessoa descente, mesmo que os acontecimentos não estejam colaborando com isso hahaa.

Patas sobre a neveOnde histórias criam vida. Descubra agora