Cartas na mesa part.II

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~~~Anne~~~

Quando abri os olhos e rolei na cama me deparei com o vazio, Henry não estava ali. Me levantei devagar, acordando. Fui até Helena, ela já estava acordada mas me esperava quieta na cama. Dei um abraço de bom dia e ela sorriu. Depois de me afastar vi que suas sobrancelhas estavam franzidas.

Anne: - O que foi?

Helena: - Você, cheira a lobo... É por causa do Henry?

Só aí percebi que Hel ainda não sabia de tudo e não tinha entendido os sinais das conversas, então falei apreensiva:

Anne: - Eu também fui mordida.

Helena: - Era disso que eles estavam falando ontem sobre você se transformar? O Henry fez isso ?

Ela vibrou com o rosnado e eu comecei ficar nervosa, abraçando-a de novo tentando acalmá-la.

Anne: - Shh, calma, calma. Não foi ele. Relaxe ou irá se transformar! Eu fui atacada pela branca que você falou e o Josh... se não fosse o Henry, eu e Sabina não teríamos tanta sorte.

Ela parou e eu me afastei pra vê-la, sua expressão caiu com uma preocupação nítida no olhar. E ela começou a lamentar:

Helena: - Não... você também não.

Anne: - Fique tranquila, eu não sou como vocês... Eu não mudei de forma e talvez nem aconteça. É uma longa história. Só não se preocupe, eu nunca mais deixarei você.

Ela assentiu, não muito satisfeita e  continuou me olhando nos olhos. Logo ela parecia curiosa.

Helena: - Como me trouxe de volta? Como fez aquilo?

Anne: - É, eu não sei... não sabemos nem se foi eu mesmo.

Helena: - É claro que foi!

Helena rosnou e me cortou no mesmo instante, eu estava nervosa porque não  tinha essas respostas.

Anne: - O pessoal tá tentando descobrir e entender o que aconteceu. É uma novidade pra todos eles, acham que tem a ver com a conexão.

Helena assim como eu tinha dúvidas e precisou lidar com elas. Descemos e nenhum sinal de Henry, achei estranho. Logo Oli e Vitor se juntaram a nós, percebi que eles também estranharam a ausência de Henry mas ninguém falou nada. Tomamos café e esperamos. 1 hora se passou e nada dele. Não fui procurá-lo, talvez ele quisesse um tempo sozinho. Pouco tempo depois Sabina chegou segurando uma mala com roupas e olhou pra Hel.

Sabina: - Garota, precisamos ir as compras...

No mesmo instante Oliver lançou um olhar sério de repreensão e cruzou os braços. Sabina devolveu o olhar com desdém, "era brincadeira” ela disse, emburrada. Eu gostei de como Sabina estava lidando com tudo isso com um ar de tanto faz. Rimos. Minutos depois Henry apareceu na ponta da escada, atraindo nossa atenção. Ele estava pálido, o rosto assombrado, parecia ter visto um fantasma; se é que isso o assustaria julgando o que ele é.

Oliver: - O que aconteceu garoto?

Anne: - Onde estava?

Henry não respondeu, desceu as escadas degrau por degrau, como se estivesse lutando com o equilíbrio. Meu coração disparou, percebendo que algo estava por vir. Comecei a torcer que não tivesse nada a ver com seu estado e o lobo. Ele segurava dois cadernos entres os braços, os quais largou sobre a mesa fazendo barulho. Parou de cabeça baixa, como se buscasse palavras para começar, levou um tempo até dizer sua primeira frase:

Henry: - É bom que estejam todos aqui reunidos, temos muito o que conversar...

Oliver: - Do que está falando?

Patas sobre a neveOnde histórias criam vida. Descubra agora