East Side Story - Jasiper

Madri, 10 de maio de 1962

— Cada día más hermosa, bebé. — Jason Grace sorri enquanto gasta o espanhol, beijando a mão dela delicadamente em seguida. Ela estava deslumbrante, como sempre. Estava feliz em encontrá-la por ali, porque ela sempre era a coisa mais divertida e bonita desses eventos.

— Gracias, mi amor. — Ela diz de volta. — Elegí el vestido rojo solo porque descubrí que tú también estarías aquí. — Ele gargalha. Ela era adoravelmente inteligente. E havia se lembrado de que ele gostava de vê-la usando vermelho. Sexy. Oferece o braço a ela e os dois andam vagarosamente pelo ambiente, procurando lugar para sentar. Nenhum deles conhecia muito bem as pessoas por ali e só tinham vindo porque os últimos dias haviam sido marcados por roubos escandalosos na alta sociedade madrilenha e nenhum dos dois queria dar a impressão de que havia ido embora apressado, talvez, tentando fugir da polícia.

Uma exposição de obras colecionadas pelo inglês Luke Castellan, um americano radicado em Madri há anos, havia sofrido um baque ao ter algumas das obras mais preciosas roubadas. Tanto a polícia quanto os seguranças particulares de Castellan haviam sido feitos de idiotas. Nenhuma pista. Numa noite os quadros estavam lá, na manhã seguinte, não. Piper havia entrado pelos tubos de ventilação da galeria. Uma vez lá dentro, na calada da noite, pegou o que queria - as obras que faziam parte da lista de Percy e Annabeth - e foi até o porão do espaço. Uma vez lá, abriu a porta de emergência do local, que só podia ser aberta de dentro, e voltou calmamente para o hotel, com a tranquilidade de quem veria a conta bancária na Suíça ficar dois milhões mais recheada assim que colocasse as obras no correio, pela manhã. Percy ficaria satisfeito, porque tinha um cliente, um colecionador de grandes obras, disposto a pagar horrores por cada uma das telas.

Jason estava dez relógios originais e raros da Bvlgari mais rico. Havia levado uma caixa dos colecionáveis de Nico di Angelo, um italiano ranzinza que dava grandes festas para agradar o amante, Will Solace, um ator de teatro não muito promissor, mas que era bem patrocinado para ter o papel principal da peça. A festa do dia anterior havia sido propícia para que ele perambulasse pela mansão enquanto todos os olhos estavam no jovem ator, que fazia uma performance dramática de Hamlet.

Enquanto Solace atraia toda a atenção de di Angelo dizendo que havia algo de podre no reino da Dinamarca, Jason havia se esgueirado sala afora, perguntando a um dos funcionários onde ficava o banheiro. Três minutos, dez segundos e vinte e quatro milésimos depois, o loiro passava pela porta da sala novamente, com os bolsos internos do paletó recheados de relógios Bvlgari. Todo o álcool ingerido depois, provavelmente porque todo mundo desejava esquecer a performance de Solace, ninguém nem lembraria do bonito e simpático Jason Grace ter se retirado momentaneamente para ir ao banheiro.

Naquela noite, um pouco antes de encontrar Piper McLean naquele jantar, havia ouvido comentários sobre a fúria de Nico, que havia passado o dia esbravejando e dizendo que a Espanha não era um lugar bom de se viver, que voltaria para a Itália, a terra dos justos e honestos, se Solace aceitasse ir junto. Jason só havia dado um suspiro, dizendo que nos dias de hoje não se podia confiar em ninguém.

Jason sabe que deveria estar sendo cortês com algumas mulheres em específico. A duquesa de Luxemburgo, Reyna, estava por ali, provavelmente ostentando joias caríssimas as quais ele queria ter acesso, mas não conseguiu desviar sua atenção da morena de vermelho. Nenhum preço a ser pago em colares e pulseiras cobriria o valor de ser seduzido por ela. E ela parecia particularmente interessada em ter a atenção dele só para si.

Quando o jantar termina e as luzes ficam mais baixas, prontas para a música que aconteceria em seguida, Piper solta os cabelos, antes presos em um coque. Achava a música espanhola sexy. E achava mais sexy ainda a dança. Por isso, não tem dúvidas quanto se rende ao ritmo sensual do flamenco. Jason fica hipnotizado com a mulher dançando à sua frente, os movimentos precisos, técnicos, quase eróticos, no ponto de vista dele, que só conseguia observar o vestido marcando as curvas, o cabelo se bagunçando aos poucos, o olhar coloridamente feroz.