Paris, 3 de junho de 1962

337 31 22
                                    

A detetive Drew Tanaka observa quando a garota morena sai do Ritz Paris e caminha tranquilamente pela rua. Não poderia ser coincidência. Sempre que a garota aparecia em alguma cidade, algum roubo inexplicavelmente mirabolante acontecia. E, dessa vez, Drew achava que finalmente estava com uma vantagem. Com o apoio da INTERPOL, tinha conseguido seguir a McLean até ali antes que algum roubo, de fato, acontecesse. E Drew não planejava  deixá-la cometer mais nenhum crime.

A detetive sente o corpo ferver quando a garota para em um bistrô. Pode ver o sorriso da morena se alargar. Parecia genuinamente contente. E então, Drew nota o loiro dos olhos azuis sentado em uma das mesas. Jason Grace também estava por ali e abre um sorriso genuíno quando vê a outra garota. Drew tinha uma fascinação esquisita por ele. Gostava de observá-lo na mesma intensidade que queria algema-lo e jogá-lo em uma cela escura para o resto da vida. Para ela, era uma novidade não muito boa os dois se conhecerem e serem cordiais um com o outro. Quando McLean ocupa a cadeira em frente a dele, Drew sente o corpo arrepiar.

Jason, no entanto, tinha a certeza que seu dia tinha acabado de ficar mais interessante. A garota dos olhos coloridos senta à sua frente com um sorriso de tirar o fôlego. Não existia um dia chato quando ela estava por perto. Ela o provocava física e intelectualmente. Eles travavam uma competição silenciosa e divertida sobre quem cometia os crimes mais mirabolantes ou levava as peças mais caras primeiro. E a companhia dela... ele a adorava. Viviam se esbarrando em festas da alta sociedade europeia e pareciam sempre flutuar de encontro ao outro, quase magneticamente.

— Você está com a INTERPOL na sua cola, você sabe disso, né? — É como ele decide cumprimentá-la. Ela sorri, o que só reforça o que ele já achava: ela era linda, inteligente, divertida e excitante. Suas memórias favoritas tinham a ver com as vezes que haviam terminado a noite na cama. E quando começavam as manhãs da mesma forma. Achava sexy que ela sempre ia embora na mesma velocidade que invadia sua vida quando bem entendia. E ele vivia por esses momentos.

— Sei. — Piper responde, depois de pedir, em um francês impecável, um café e um croissant. — Eu não sou a única na mira deles, Grace. — Ela sorri enquanto pega um pedaço da baquete que estava no prato dele. Jason também tinha ciência da polícia internacional vigiando cada passo que ele dava. Ou, pelo menos, tentando. Ele é muito bom na arte de ser esguio. — Mas eu estou aqui por turismo, de toda forma.

Jason gargalha. Ele duvidava daquilo. Ele não estava ali por turismo e ela, certamente, também não. Gosta do sorriso que se abre nos lábios dela. O ar de inocência que ela conseguia transmitir... e ele sabia que ela não era nada inocente. Não entre quatro paredes, não diante de um desafio quase impossível, não diante de um cofre. Ela era excitante, de todas as formas possíveis.

Eles tomam um café da manhã tranquilo, apesar de todas as provocações e insinuações que eram capazes de fazer. Quando terminam e pagam a conta, Piper o convida para dar uma volta no Louvre.

— Estou querendo ir desde que o Ministério das Finanças saiu de dentro do museu e abriu espaço para mais pinturas e esculturas. — Ela diz. Aceita o braço que ele oferece e os dois caminham lentamente rumo ao museu. Jason pondera se ela estava pensando em cometer a loucura de assaltar o Louvre. Não duvidava, no entanto. Ela era deliciosamente louca o suficiente para fazer isso e conseguir. — Você sabia que agora existem laboratórios de restauração?

— Achei que seu negócio eram jóias, pequena. — Ela não consegue sorrir quando vê um sorriso brincar nos lábios dela. — Não sabia que você se interessava por arte.

— Eu me interesso por tudo que é bonito, Jason. — Diz, olhando tão fixamente para ele, que Jason podia sentir todas as células de seu corpo se agitando.

East Side Story - JasiperOnde histórias criam vida. Descubra agora