#éelenãoela
Esta história não tem a intenção de generalizar experiências de uma pessoa trans. Cada trans tem suas vivências, cada trans tem seus ideais.
Ser trans é ser plural!
🦋
[JEON JUNGKOOK]
― Não. Não assim. Use o polegar também ― instruo, segurando os dedos curtos da pequena Yeri e os posicionando da forma correta. ― Se usar apenas o indicador pra tocar, o som vai sair um pouco abafado e sem forma. Com o polegar cria firmeza e os acordes saem bonitos.
A mais nova assente e toca outra vez. É impossível não sorrir ao ver aquela criança acertar o acorde e virar-se para mim toda contente. Seu sorrisinho é banguela, uma graça!
― Olha, oppa. Eu consegui!
― Conseguiu mesmo ― respondo, bagunçando seus cabelos castanhos. ― Agora tente novamente aquela batida que aprendemos logo cedo.
― Certo, oppa!
Yeri tenta outra vez, tocando com dificuldade e fora do tempo, mas sem dúvidas com o som mais limpo e agradável. A pequena repete, sob minhas instruções, o processo várias e várias vezes, até o momento que Taehyung aparece na sala, encostando-se no batente da porta.
― Yeri-ah, sua mãe chegou ― Taehyung anuncia e Yeri faz bico. ― Eu sei que você ama esse seu oppa aí, mas todo banquete, há de ter um fim.
― Eu nunca entendo nada do que o Taetae oppa fala, oppa! ― Yeri sussurra ao meu lado.
― Ei, eu ouvi!
Reviro os olhos, trocando risadas cúmplices com a menina enquanto ajudo-na a guardar o violão na capa. Logo sinto seus bracinhos enlaçando minha cintura num abraço rápido de despedida.
― As crianças te adoram ― Taehyung diz ao voltar. ― Me sinto traído.
― Nem é pra tanto.
― Não é? É só "Kookie oppa" pra cá, "tio Kookie" pra lá! ― Taehyung dramatiza e eu rio, guardando papéis e ajeitando as cadeiras. ― Eu que sou o professor!
― E você ainda tem a pachorra de me chamar de dramático, né? ― eu rebato, pegando meu violão e o guardando na capa.
― Você é dramático, aqui são apenas exceções momentâneas ― ele diz, cruzando os braços e empinando o nariz.
― Em outras palavras, invejoso ― eu alfineto, ganhando do mais velho um olhar possesso, seguido de um dedo do meio. Não foi preciso nem 10 segundos para ambos caírem em risadas.
― Brincadeiras à parte. Valeu mesmo por ter se oferecido essa semana.
― Hyung, você sabe que pode me chamar sempre que for preciso ― ponho alça em meu ombro, aproximando-me do mais velho. ― Sua mãe 'tá melhor?
Taehyung suspira.
― É... Se com melhor você quer dizer sedada pra controlar os picos maníacos? Então sim, ela 'tá melhor...
Não faz muito tempo que Taehyung nos contou sobre a situação de sua mãe (esta que nunca nem chegamos a conhecer). A Sra. Kim há anos atrás, quando o hyung ainda tinha 13 anos, era uma mulher bastante sociável; era psicóloga e passou mais da metade da vida ajudando outras pessoas, mas nunca preocupando-se consigo mesma. Taehyung diz que aos poucos foi percebendo sua mãe com picos de humores cada vez mais estranhos, se isolando ao chegar do trabalho e delirando enquanto dormia. Ao que parece, quando uma sessão era muito pesada, a Sra. Kim acabava por absorver tudo e passou a ter alucinações que para um pré-adolescente como o hyung, foi completamente traumatizante.
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I am a BOY ⚧ jikook
FanfictionEla, Jeon Jungyon; Ele, Park Jimin; Inseparáveis melhores amigos que nutriam um sentimento intenso demais um pelo outro. Contudo, Jimin recebeu uma bolsa para estudar numa das maiores universidades de artes cênicas do mundo (Julliard). Como consequê...