#éelenãoela
Esta história não tem a intenção de generalizar experiências de uma pessoa trans. Cada trans tem suas vivências, cada trans tem seus ideais.
Ser trans é ser plural!
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[JEON JUNGKOOK]
― Bom dia, sr. Jeon, chegou cedo! ― Yongsun, a recepcionista, diz enquanto eu ajeito a mochila pela trigésima vez em meu ombro e seco as mãos na calça jeans, num claro nervosismo de primeiro dia de estágio. ― Os alunos ainda não chegaram, mas já tem a responsável lá em cima.
― Certo... ― eu murmuro, sem saber o que fazer. Yongsun percebe e ri, saindo de trás do balcão e parando ao meu lado.
A recepcionista baixinha dos cabelos castanhos compridos e ondulados, é quem havia me acompanhado no processo inteiro do estágio, desde a entrevista até a documentação. Acabei por criar uma simpatia por ela e pelo seu sorriso imenso; sempre parecia muito disposta a me auxiliar.
― São muitas salas, mas não é difícil. O primeiro andar é a recepção, o segundo é da orquestra e o terceiro é o coral, inclusive, um dos auditórios fica nesse terceiro andar e o maior fica atrás do prédio. Normalmente, só usamos aquele para as apresentações de fim de ano e formatura dos alunos. Você já sabe das regras, não é?
Eu assinto, muito ciente. No dia anterior, me preocupei em estar a par de todas as diretrizes do Conservatório, pude perceber que apesar de ser um espaço que prega muita diversidade e musicalidade abrangente, também é bastante rígido e conservador.
Yongsun dá passadas rápidas até o elevador e eu a sigo logo atrás, com uma certa timidez e tensão nos meus movimentos. Ao abrir, a recepcionista detalha mais informações.
― Como eu te falei outro dia, a nossa regente e diretora, senhora Kim Bo-mi, não fica muito tempo na escola. Você sabe, ela é famosa e tudo mais, vive viajando. Mas nossa vice Lee Jieun está sempre rondando os departamentos, sobretudo o Coral, muito provavelmente você vai atuar nesses meses como braço direito dela, estagiário.
― Entendi...
― O crachá no seu pescoço te dá autorização para quase todos os cômodos da escola. Se quiser utilizar algum instrumento, é só bater na sala do professor Chang que ele libera na hora, menos os instrumentos de sopro porque são propriedade da professora Yoo e ela é ciumenta... Mas é só você oferecer um cafézinho com bolacha de sal que ela libera de boa. Ah! O Estúdio de gravação fica no que chamamos de sala invisível, aos fundos do auditório e está sob as ordens do professor Shin, esse aí eu não o conheço muito não, mas ele faz uns trabalhos maneiros, 'cê vai gostar!
A tela do terceiro andar se ilumina e as portas do elevador se abrem novamente. Yongsun empurra as minhas costas até que eu esteja completamente fora do cubículo.
― Deu pra entender? ― ela pergunta, segurando a porta de metal. Eu balanço a cabeça em concordância. O que não é verdade.
A real é que eu me perdi na conversa logo no primeiro nome citado. Professor quem? Vai saber! Na hora eu descubro.
― Com licença... ― eu digo contra a madeira, batendo de leve no portão imenso ao fim do pequeno corredor. Yongsun informou que era a entrada do auditório, mas ninguém respondeu e eu não sei se posso abrir.
Eu continuo parado no mesmo lugar, decidindo se abro de uma vez ou espero alguém aparecer no corredor, talvez um aluno, um professor ou outro funcionário. Nesse meio período, meu telefone vibra no bolso da minha mochila e eu logo trato de pegá-lo.
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I am a BOY ⚧ jikook
FanfictionEla, Jeon Jungyon; Ele, Park Jimin; Inseparáveis melhores amigos que nutriam um sentimento intenso demais um pelo outro. Contudo, Jimin recebeu uma bolsa para estudar numa das maiores universidades de artes cênicas do mundo (Julliard). Como consequê...