[02] aproveitar enquanto ainda podemos.

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[JEON JUNGKOOK]

Se despedir nunca fora tão difícil, principalmente quando se tinha alguém como Jimin fazendo um carinho tão gostoso na sua nuca enquanto você mantinha a cabeça apoiada no peito do mais velho.

E, droga, eu queria continuar assim com ele sempre e sempre.

― Me manda uma mensagem quando chegar em casa, tá bom? ― falo e ele assente, se afastando de mim para segurar minhas mãos. Eu sorri.

Mesmo que o hyung fosse mais alto, minhas mãos eram maiores, quase cobriam-nas. Jimin percebeu que eu encarava as nossas mãos juntas e não tardou rir descrente dando um peteleco de leve em minha testa com o seu dedo gordinho.

Fofo.

― Tá bom. ― garantiu, aproximando-se para dar um beijo em minha testa - Entre logo, daqui a pouco esfria.

Eu assinto, abraçando-no mais uma vez antes de me afastar para abrir o portão de casa. Sem cogitar entrar naquele momento, virei-me para ele, vendo-no ainda no mesmo lugar com as mãos escondidas nos bolsos da calça jeans (provavelmente por conta do frio).

― Vá com segurança, por favor. ― eu digo, com uma excessiva carga de significado em tais palavras, sentindo meu peito acelerar, quando fui respondido com um sorriso tão lindo e uma piscadela deveras atrevida do mais velho.

Céus!

Entrei o mais rápido que pude, tomado pela vergonha, coloquei as mãos em meu rosto na tentativa de controlar o rubor que crescia em minhas bochechas. Eu não sei se ele sabia do efeito que esse jeito arteiro dele tinha sobre mim e se aproveitava da situação ou se fazia inconscientemente.

De todas as maneiras, eu ficava extremamente vermelho.

Não que isso fosse um problema, eu gostava.

Gostava do jeito que ele me causava inúmeras sensações, mesmo não sabendo direito o que elas significavam. O hyung parece compartilhar da mesma sensação, talvez seja por isso que eu ficava tão abestalhado.

Às vezes eu me perguntava se estar apaixonado era assim. Estar bobo com cada mínima atitude e ficar com o coração descontrolado só de por pensar noutro.

Talvez eu pudesse estar apaixonado pelo meu melhor amigo como a Hyejin vivia falando. Talvez.

Que merda eu tô pensando? É só o hyung, você gosta dele como amigo, ele te vê como "uma irmã mais nova". Não confunda as coisas, Jungkook!

Bufei um tanto frustrado, balançando a cabeça de um lado para o outro, decidido não pensar mais no Jimin (quase impossível, enfim...) e destranquei a porta de casa, logo tirando os meus tênis para pôr-los na sapateira, para então observar a sala de casa.

Era uma sala razoavelmente grande, mas não haviam tantos móveis e os que tinham não eram tão novos assim. O sofá era pequeno e tinha algumas almofadas bordadas pela minha mãe; a mesinha de centro era circular e estava uma bagunça de papéis e xícaras vazias; a televisão era relativamente nova (mamãe e eu havíamos juntado nossas economias para conseguir comprá-la, era o orgulho da casa); as paredes brancas tinham alguns quadros de quando eu fazia aulas de pintura no fundamental. Eu morria de vergonha desses rabiscos, mas a mamãe fazia questão de mostrar para todo mundo. Por último, tinha a cadeira de balanço da vovó ao lado do sofá.

Por sinal, ela dormia profundamente.

Sorri, me espreguiçando antes de aproximar-me da mais velha, tirando os controles da televisão de seu colo e carregando-na até o quarto.

I am a BOY ⚧ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora