#éelenãoela
Esta história não tem intenção de generalizar experiências de uma pessoa trans. Cada trans tem sua vivência, cada trans tem seus ideais.
Ser trans é ser plural!
Leiam as notas finais, por favor.
🦋
[JEON JUNGKOOK]
Após o avião de Jimin decolar, eu fui embora.
Talvez fosse muita falta de educação da minha parte e minha mãe provavelmente me daria um baita de um sermão por isso, mas eu passei pelos pais do Jimin ignorando-os completamente.
Com qual cara eu os encararia sabendo que eles presenciaram o nosso beijo? Pior, no meio do aeroporto, onde havia várias pessoas circulando!
Poderíamos ter sido mais discretos, eu estava tão mergulhado nesse mundinho de emoções, lembranças e carinho com Jimin, que tão pouco me toquei dos presentes à nossa volta.
As mãos suadas, o corpo febril e as bochechas formigando facilmente poderiam ser confundidas com um resfriado, se eu não soubesse que esses sintomas são de pura vergonha e eu talvez esteja me segurando muito para não surtar tal qual uma fã de um músico ou de um time de futebol.
Mas é claro que essa minha tentativa de parecer controlado não funciona, eu estou apaixonado e acabei de dar um beijão no cara que gosto!
Não é à toa que minhas pernas denunciam o quão inquieto eu estou no assento do ônibus e pareço ter desenvolvido uma mania de passar os dedos pelos meus lábios sem parar; estão inchados, formigam em lembranças e sentimentos não ditos. Nesses poucos selares que demos, eu sinto como se não pudesse experimentar isso uma única vez.
Se Jimin soubesse do estado que eu me encontro por causa dos nossos beijos, ele voltaria para a Coréia só de pena!
Mas como nem tudo na vida são flores (inferno de clichê!!), ainda ronda em minha cabeça esse maldito questionamento fruto da mais pura insegurança: será que vamos continuar nos falando?
Talvez termos avançado as coisas, tenha aflorado mais esse sentimento. Agora a ideia de perder contato com Jimin parece bem mais dolorida e eu não quero isso, de forma alguma.
Eu estou mais do que determinado a mantê-lo em minha vida, seja apenas na amizade ou algo a mais (tomara que seja a segunda opção, né? Não sou bobo!).
Bem clichê de comédia romântica, mas se o Adam Levine que passou anos à procura de uma mulher ideal e encontrou na Behati Prinsloo uma parceira perfeita; compôs dois álbuns sobre ela (tudo bem que muitas músicas eram sobre o amor dele pela "ervinha", mas deixa quieto!); lançou um clipe visitando vários casamentos em Los Angeles e cantou sobre "como é bom encontrar alguém que te contrarie o que você sempre acreditou e te faça sentir que mudar de ideia seja algo maravilhoso" (fanboyzinho de merda que fica decorando entrevista, Hyejin diria). Não acho que eu seria um boiola emocionado em dizer que faria de tudo para não perder contato com Jimin, lutar por ele nunca foi uma ideia ruim.
Eu poderia ser o cara mais desistente e pessimista do mundo, mas dessa vez não desistiria de Jimin.
Se meu ídolo não desistiu, por que é que eu vou desistir? Ora essa!
Ao descer do ônibus, eu me encontro com as sobrancelhas franzidas e a boca comprimida em desafio.
Em casa, sigo direto à cozinha e encontro a minha mãe preparando o kimchi para conservar. Apesar de ainda estar em êxtase com as sensações que o hyung me causou e as certezas que agora tenho em meu coração, eu lavo minhas mãos, ponho as luvas e me sento ao lado de Sunmin para temperar as acelgas cortadas.
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I am a BOY ⚧ jikook
FanfictionEla, Jeon Jungyon; Ele, Park Jimin; Inseparáveis melhores amigos que nutriam um sentimento intenso demais um pelo outro. Contudo, Jimin recebeu uma bolsa para estudar numa das maiores universidades de artes cênicas do mundo (Julliard). Como consequê...