[08] mãe, você me odeia?

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Músicas do capítulo (disponíveis na playlist de IAAB fixada no meu perfil): The Village - Wrabel; Habits of my heart - Jaymes Young; 

Esta história não tem a intenção de generalizar experiências de uma pessoa trans. Cada trans tem sua vivência, cada trans tem seus ideais.

Ser trans é ser plural!

🦋

[JEON JUNGKOOK]


Eu tenho muitas manias.

Péssimas, na concepção de minha mãe.

De roer as unhas até o talo, não o suficiente, mastigo a pelinha que fica envolta; usar qualquer superfície como se eu estivesse tocando bateria por puro tédio; dormir esfregando os pés um no outro (mamãe diz que é horrível deitar comigo pois quando eu não esfrego nos meus, eu esfrego nos pés dos outros);

De balançar a cabeça que nem aqueles bonecos de cabeçudos de carro ou dos meus momentos de "Visões da Raven" em que eu esbugalho os olhos por motivo nenhum.

E talvez, a que mais tira a paciência da mais velha, eu esqueço de desligar meu celular a noite e durmo com os fones plugados em meu ouvido.

Então não é surpresa de que agora eu esteja no quinto sono ao som de alguma música do One Direction, mas é uma puta surpresa minha mãe entrar com tudo em meu quarto ― bem antes do horário que eu costumo acordar ― abrir as janelas e puxar meu cobertor.

Garota, dormiu de novo de fone?! ― sinto seu tapão desferido em minha bunda e eu resmungo, levantando a cabeça do travesseiro totalmente grogue de sono.

― O que... hm... ― esfrego meus olhos com as costas de minhas mãos, tirando meus fones e tentando assimilar ― Hm... ah... Oi... Que horas são...? Hm...

― Quatro da matina. Anda, levanta essa bunda seca da cama!

― Quatro da manhã....? ― pergunto enquanto minha mãe me puxa pelos braços para que eu sentasse sobre o colchão. Dou um, dois, três bocejos, antes de espreguiçar-me e arregalar os olhos, encarando a doida da minha mãe totalmente incrédulo. Ela me despertou uma hora antes do horário que eu costumo acordar! ― QUATRO DA MANHÃ?! MÃE??!

― Feliz aniversário, minha Ogrinha! ― ela me aperta em seu abraço, ignorando totalmente minha cara de bunda ― Dezessete aninhos não é pra qualquer uma não!

― Assim como dezesseis, quinze, catorze...

― Deixa de papo. Anda! Levanta da cama, vá lavar a cara e o 'piupiu' que eu preciso ir à feira e alguém tem que ficar de olho na mamãe!

Minha mãe me puxa da cama e me empurra em direção ao banheiro sem que eu pudesse me opor. Ainda meio morto de sono, tomo um banho preguiçoso, escovo meus dentes, visto um conjunto básico de moletom e nem me dou o trabalho de pentear meu cabelo.

Ele que se desembarace sozinho!

Antes de ir para a sala, eu passo direto à cozinha, me servindo um chá quente que Sunmin havia deixado pronto e só então, me direciono ao cômodo. Mamãe já vestia o casaco pesado e colocava a máscara em seu rosto, sentei no sofá e liguei a televisão, esperando ela anunciar a sua partida.

― Suas tias chegam sete horas pra ajudar a limpar aqui ― ela diz pegando as chaves da moto no aparador. ― Seus primos e tio chegam só na hora do almoço. Tô' pensando em chamar os vizinhos, o que você acha? Vai chamar alguém?

I am a BOY ⚧ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora