[13] eu sei quem é você.

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Capítulo com trilha sonora específica, eu aconselho lerem ouvindo a playlist de IAAB (link na bio do meu perfil) 

#éelenãoela

Esta história não tem a intenção de generalizar experiências de uma pessoa trans. Cada trans tem suas vivências, cada trans tem seus ideais.

Ser trans é ser plural!

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[JEON JUNGKOOK]

Existem momentos da nossa vida que questionamos as coisas que sentimos.

Ao falar de família, é pôr em questão se há aquela reciprocidade ou se nada mais é que uma máscara fajuta de egocentrismo.

Ao falar de amigos, é pôr em questão se vale a pena lutar por amizades que estão indo embora ou se vale mais a pena fortalecer laços com aqueles que ficam.

Ao falar de nós mesmos, é pôr em questão se o que sentimos em determinadas situações é ansiedade do que vai acontecer ou receio do que pode acontecer.

No meu caso, eu estou pagando de doido!

Fingindo que não tenho problemas com a família do meu pai ou com uma tia que me olha com nojo; fingindo que a palavra "saudade" não existe para mim, mesmo que só a menção daquele-que-não-quero-nomear faça meu coração dar uma leve acelerada; fingindo que não existe a possibilidade dele me reconhecer sábado a noite e caso ocorra, eu espero que ele se finja de doido também e não me procure.

Nessas horas, eu queria ter a coragem do Adam Levine, que tatua um "CALIFORNIA" gigante na barriga tamanho 63, fonte MerriWeather (sim, eu pesquisei. Fanboy que fala, né?).

Talvez, se eu tivesse a coragem dele, não apenas tatuaria um "BUSAN" na barriga, mas também teria culhão para ao menos lidar com a situação da forma mais branda possível.

E não como estou fazendo agora. Deitado no colo de minha melhor amiga e resmungando como um velho que foi impedido de jogar seu dominó na esquina.

― Eu vou fingir que esse seu drama todo é porque você 'tá com dor de garganta, e não por causa de você-sabe-quem ― Hyejin diz, dando um tapa em minha testa, antes de voltar a passar os dedos pelo meu cabelo.

― Obrigado, é isso que eu quero ― eu suspiro, fechando os olhos.

― Ai sinceramente, Jungkook... Você sabe que não vai dar pra ignorar isso.

― Eu aceito correr o risco, sem problemas.

― Cagão do caralho!

― Homofóbica!

Hyejin ri, apertando meu nariz.

― Não é grande coisa ― ela diz, brincando com minha sobrancelha por fazer. ― É sério! Se for pensar no Jimin que a gente conhece desde criança, ele não parece alguém que teria uma reação ruim.

― Não é isso, noona... é ― eu bufo, frustrado. Não sabendo como pôr em palavras para que Hyejin entendesse mesmo que minimamente. ― Não é questão dele entender... é só que... droga! Parece que torna tudo real? Como se ele saber fosse algo diferente... Quem sabe uma pendência e eu não sei se 'tô pronto pra cumpri-la... Talvez você me entenda errado...

― Juro que 'tô tentando entender...

Eu sorrio, pegando a mão de Hyejin e fazendo um carinho terno.

I am a BOY ⚧ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora